Brasileiros, brasileiros… unamo-nos e reconheçamos… Nós somos exibidos!…Eu não teria nenhum problema em imaginar qualquer outro país em mesmíssima situação na procura pelas peças do avião. O Brasil se dispôs e tem feito um enorme esforço na procura por pistas, como fez em acidentes últimos, ocorridos por aqui com mais frequência que em qualquer outra época, infelizmente. E da mesma maneira, agora. Tudo muito natural na ação. O negócio é que o brasileiro é comunicativo ao extremo, a mídia e as comunicações pisam em terreno incrivelmente fértil por aqui. Inventamos palavras, criamos modismos, duvidamos de verdades muito fechadas, o que nos deixa maleáveis e pouco preconceituosos, abertos à dúvida. Mas nem tudo são flores.Gosto, como teoria, da idéia de que onde impera a comunicação livre – palavras, palavras e palavras ( no caso brasileiro, escritas ou não com a aprovação da convenção gramatical ), múltiplas verdades e muitas dúvidas – desprivilegia-se o ideal e a inocência, só recuperados então, com a reflexão ética ….Qualquer brasileiro sabe que ideais inocentes e puros, não encontram o mesmo terreno fértil que as comunicações, as mil verdades, e as dúvidas encontram por aqui. Se é impossível que sejamos puros, se colocamos tudo em dúvida o tempo todo; Um caminho necessário, dificil,mas possível; é a calma equilibrada, reflexiva, e a aceitação constante e humilde da regulação pela ética. Nesse acidente, nossa afetividade exige falar…falar e falar a respeito. É tipicamente brasileiro. Os familiares sentem menos, em média, a exposição advinda, o que provavelmente soaria estranho aos estrangeiros. Comunicação, por aqui, é algo, também, afetivo. São já 60 milhões de computadores vendidos e duvido que qualquer crise vá parar esse impulso tão evidentemente brasileiro em tempos virtuais. O imediatismo da internet nos deixa mais impulsivos e ansiosos do que já somos. A educação brasileira precisaria necessariamente passar por esse terreno ao mesmo tempo amistoso e complicado, já que a curiosidade impulsiva ajuda a principio, mas pode atrapalhar. Levando-se esse fator em conta, temos que somar também a isso o nosso exibicionismo. E não estou falando somente desse episódio que lida com interesses poderosos que nem imaginamos. Estou falando de um exibicionismo já comentado por aqui algumas vezes. Esse sim, com uma certa dose de inocência. Uma inocência que acaba por ficar um tanto fora de lugar. E aparecerá melhor delineado um recorte da alma brasileira. E então dá pra explicar um Ministro que, num momento que seria apropriada a dúvida, usa da certeza inocente afirmando como certo o que ainda não é. Com os holofotes ligados, o brasileiro tende a ficar um tanto besta. É preciso reconhecer. E se conhecer… Não seria tão ruim lembrarmos que a inocente certeza, que sabemos tão idiota em ignorantes preconceituosos, fica tão bonita em idealistas positivos, puros de alma e verdadeiros e tão boba em exibidos.
Ontem Obama ligou para Lula propondo parcerias em politicas de biocombustíveis e retomada de negociações antigas sobre eliminação de tarifas. Eu escrevi uma postagem na época da eleição americana, apontando para o fato de que, apesar de Obama ser tão a cara de brasileiros - e estava falando, na época, da identificação pela aparência física- talvez, no que se referia a biocombustíveis, o seu adversário na campanha fosse melhor para o Brasil. Estou felicíssima por estar errada e estarem errados todos os que me influenciaram nisso. Havia uma teoria, baseada em experiências anteriores, de que os democratas tendem a ser mais fechados em relação a comércio exterior...etc...etc... Houve até quem achasse que isso demonstrava racismo e preconceito de minha parte, e isso, sim, é de provocar gargalhadas. Eu só estava procurando a desilusão,antes da ilusão, como muita gente. Tão acostumada a artificialidades, talvez a eleição de Obama ficasse só na artificialidade do símbolo. Nova era, essas coisas... Será????...pensei... Sinceramente, eu, criada em meio a tantas cores, já sabia muito naturalmente que cor é discriminação de estúpidos, que o que importa é a pessoa sob a cor. Bem, eu não havia acompanhado nenhum discurso de Obama, o primeiro que acompanhei foi o da vitória.
Me apaixonei por ele. Essas possibilidades de abertura comercial têm muito a ver com o desespero,é claro, mas algo me diz que Obama se sente muito bem em meio à diversidade de caras e idéias, tem uma atitude aberta e positiva em relação ao diferente, quer dizer, Obama tem muito mais consistência que a simples simbologia de um presidente mulato. Por causa dessa consistência, a simbologia se torna grandiosa. Por causa dessa consistência, negros americanos ampliam possibilidades e se libertam de pesos e amarras completamente sem sentido.
Esse final de semana assisti a dois filmes, "Ensaio sobre a Cegueira" e o documentário "Onibus 174". E os dois, assim como alguns outros a que já assisti nos últimos tempos tratam de um assunto muito atual, apesar de o objeto de discussão ser tão antigo quanto a raça humana. O bem e mal em todos nós na situação de seres humanos em condições extremas. Um, em especial, já foi citado aqui, Dogville, mas prometo trazer outros. Em Ônibus 174, na trajetória de Sandro percebe-se o pouco que foi lhe dado, e por isso, o pouco que ele poderia dar de volta à sociedade. Era alguém invisível, mais um dos meninos de rua que nos incomoda ver e quando apareceu foi com a arma em punho. É equivalente àqueles filhos de pais apáticos e desinteressados que ao invés de olhar para as boas ações, reagem só e sempre às más ações, voltando imediatamente para si mesmos assim que as más ações são coibidas. É claro que estamos falando desse caso, porque se tratando de criminalidade, não há também o mal produzido pelo mimo, falta de limites? Ou simplesmente a disposição ao mal, que dizem, não sei ao certo, que em alguns poucos é uma disposição genética, sendo mesmo assim, o papel fator ambiental importante? Há esse vídeo no globo.com sobre "cérebro moral'
Sabemos muito sobre o que pode produzir um criminoso, mas continuamos produzindo, e diagnosticando, produzindo e diagnosticando...
Sobre Sandro, o que pode-se saber? Sandro viveu no extremo, ficou sem ninguém aos seis anos, viciou-se cedo. Policiais mal preparados ao lidar com o Sandro sequestrador não sabiam também ali o limite entre humanidade, ética e dever, lidavam mais com a exposição na mídia e imagem do que com qualquer outro valor. Mataram-no por frustração. Sandro era um perigo, por estar sob efeito de drogas, descontrolado, ou nunca feriria ninguém? ...é mais fácil opinar agora.
Alguns dias atrás, num caso parecido em Portugal, a polícia, dá um tiro certeiro no sequestrador e encerra a conversa. O curioso, é que um português havia dito aqui no blog, antes disso,que policiais em Portugal não matam bandidos. Bem, nesse caso resolveram matar. A polícia nesse sequestro estava muito preocupada (isso foi no ano 2000) com esse tiro em frente às câmeras. A mídia espetacular do crime estava muito em moda, fazendo grande sucesso, a preocupação não era exatamente com Sandro.
O que quero dizer é que essa discussão de violência não é assim tão fácil ou óbvia. Veja-se, primeiro, em uma situação extrema para saber exatamente quem é você, diz Saramago.
Os personagens do final de "Ensaio" saberiam melhor lidar com Sandro? ...fica a pergunta.
O que une o filme e documentário é essa chamada de atençaõ para uma espécie de cegueira que não queremos assumir. Ensaio sobre a Cegueira trata da oposição já discutida por Carlos Drummond de Andrade em Congresso Internacional do Medo que apresenta o medo como oposto ao amor em lugar do ódio. Em uma epidemia de cegueira onde as formas de contágio são desconhecidas, o governo resolve ir isolando os contagiados, que muito rapidamente passam a ser estigmatizados, e aí a barbárie toma conta rapidamente da cena. O que faria VOCÊ numa situação assim? Fernado Meirelles faz questão, como é a proposta do livro, de não identificar o país onde a epidemia acontece,e tenta retratar apenas uma metrópole qualquer. Para isso filmou muitas cenas em São Paulo, mas com táxis, placas e qualquer outro pormenor de identificação em inglês, e a tal cidade ficou com uma cara indefinida, porque o filme não tem a linguagem de filme americano. Acho que a idéia de Saramago era exatamente essa discussão sobre humanos, e não sobre povos. Parece óbvio, mas não é, para muitos, esses que em qualquer sinal de identidade, já tentam enquadrar a discussão a um determinado tipo de ser humano. Aliás fico pensando que deve ser muito mais fácil entender "Ônibus 174" e Sandro que entender a discussão de Saramago. Vemos em Ensaio pessoas que mesmo sob condições extremas tentam ser justas e pensar no próximo, pessoas que na primeira oportunidade de poder já mostram o que são, pessoas dominadas pelo medo, há um pouco de tudo. Aos poucos as pessoas vão se animalizando, e por isso mesmo, valores melhor internalizados, isso é, quem realmente somos é o que conta nessa hora, e quando se passa por isso preservando humanidade, gentileza e bondade ganha-se muito respeito por si mesmo. Mas ser bom não é de maneira nenhuma ser idiota ou imbecil. Ser bom é também reagir, manter-se de pé quando nossos limites foram ultrapassados, e muito. Vale muito a pena ver o filme, recomendo.
...ser brasileiro é ouvir Gonzaguinha e sair batucando no corpo, na mesa, em qualquer lugar...ser brasileiro é conseguir dizer "Estou feliz agora, nesse momento"
Sons assim são parte importantíssima da nossa identidade...não?
Além de podermos dizer que o fato de tocarmos assim tem muito a ver com Portugal e portugueses.... Quem não se sentir, ouvindo isso, muito feliz em ser português ou ser brasileiro,... é ruim da cuca....uiiii!....
Com o Brasil em 9º lugar nas Paraolimpíadas entre 148 países participantes, e 23º nas Olímpíadas entre 240 países....podemos dizer que nas adversidades pessoais...e quando se espera pouco de nós... somos ainda melhores...gosto de pensar assim... Parabéns a todos os nossos atletas paraolímpicos.... admiro-os imensamente!!!!
A sua Santidade, o Grande Senhor dos Mercados,ou melhor, seus fiéis seguidores, fazem um milhão e 22 mil asneiras...abusam...abusam...e abusam da irresponsabilidade...e quem paga??????...claro...os mais fracos. O dinheiro, nessas horas foge para o Tesouro Americano...olha que lindo... A lei selvagem do capitalismo, afinal de contas, é sempre a mesma e bastante coerente. ... f*****-se os mais fracos... imaginem se essa palhaçada financeira fosse aqui...o que diriam de nós...seres inferiores...
O fato de João Ubaldo Ribeiro ter recebido o Prêmio Camões já valeria a postagem aqui, mas o que achei realmente interessante foi o que ele disse sobre brasileiros letrados e o desprezo pelas suas origens. Alguns brasileiros não identificariam assim, tão evidentemente os laços com Portugal por terem uma criação mais influenciada por outras culturas européias, asiática, africanas, etc... mas falamos português, o que já determina muita coisa. E há muito de português em ser brasileiro, e esse "ser brasileiro" é algo que percebemos mais ainda que somos, quando viajamos ao exterior. Pois é, essa nossa cultura brasileira, tem muito de portuguesa mas de uma maneira tão intrincada, misturada, enviezada, que nos damos ao luxo de rejeitar. Grande erro. Olhar francamente para nós mesmos é muito mais saudável culturalmente. Até esse desprezo e euforia por nós mesmos é muito português e muito brasileiro. Adoramos grandes dramas humanos. Adoramos sonhar. E nos emocionamos facilmente, cada povo à sua maneira, claro. Também podemos ser terrívelmente artificiais e frios quando mostramos nosso pior lado. Portugueses conseguem achar, e pior ainda, sair dizendo por aí que não estão mais aqui desde que declaramos a Independência, não é incrível? Para perceber o quanto a cultura portuguesa determinou o Brasil, é só olhar para a língua que falamos de Norte a Sul, Leste a Oeste. Uma língua bastante influenciada, dependendo da Região, mas a língua portuguesa. Aliás portugueses adoram me dizer o quanto há de diversidade linguística em Portugal o que acho interessantíssimo. Bem, sobre língua (falada, a verdadeira), grafia da língua (escrita, uma convenção que criamos para reproduzir a língua falada, e todos sabemos as vantagens da comunicação escrita), e a ortografia (as regras que criamos para a língua escrita) quero falar melhor, em outra postagem. Até essa preocupação exagerada com a reforma ortográfica com argumentos de que o Brasil estará "engolindo" Portugal, é algo muito brasileiro e muito português. Conseguem ver brasileiros dizendo o mesmo, numa mesma situação? Eu sim. Vejo tantas similaridades que acho até engraçado... Mas é claro que não estou dizendo aqui que somos uma cópia de portugueses.Somos muitas outras coisas também, boas e ruins, que herdamos de outras culturas. Mas os costumes portugueses, por serem parte da cultura dominante no nascedouro do Brasil, são parte de nós de maneira evidente e inegável.
Quando houve uma discussão aqui, posts atrás, sobre a violência no Brasil, eu estava tão interessada na conexão, que deixei que um certo senhor dissesse que a violência está na cultura do brasileiro, etc..etc...
Eu achei as idéias dele tão estreitas, e achei que isso era tão óbvio a todos que lessem, que pensei ser melhor deixar que pra lá, que outros rebatessem, afinal eu a era dona do blog. Ou falar sobre isso com o tempo, não sei dizer,o negocio é que naquele determinado momento eu sinceramente não estava interessada ...
Era importante, na época, não parecer que queria arrastar portugueses para esse blog, com um intuito de me mostrar melhor ou coisa assim. De evangelizar, ou simplesmente entrar nessa idiotice de qual país é melhor. Quando eu disse que caberia quatro Portugais no Brasil acho que foi até exagerado, apesar de haver bastante pobreza também em Portugal, o que multiplicaria essa pobreza por quatro. Mas imagino que mesmo pegando as classes A e B brasileiras, ainda a distribuição de renda seria pior que esses 4 Portugais, bem, na verdade não sei realmente, e também pouco importa para o que gostaria para esse blog, só estou comentando pra ser justa. Acho, sinceramente essa discussão bem boba, não sinto, realmente necessidade dela. Mesmo falando sobre a grandiosidade do Brasil o intuito era só dar a dimensão das coisas, não acho que um país menor tenha menos valor, imagine! Portugal, mesmo pequeno, sempre estará de certa maneira nos países que colonizou. Eu só rebati essa idéia de que isso aqui é uma bagunça, ninguém trabalha, o brasileiro vive de passar a perna nos outros, etc..etc... Imagine como o país funcionaria se fosse assim...
No capitalismo, "trabalhador" e "valoroso" é o cliente . A Vivo que é em parte portuguesa, faz propaganda dos seus 40 milhões de clientes, na nossa T.V. Apesar de concordar com Saramago que hoje não há indivíduos, mas clientes, é uma outra discussão, interessantíssima, mas para outro dia. Depois mesmo eu disse que em termos de criminalidade, distribuição de renda...e outras coisas, Portugal é melhor, e pronto. Imagino que se ao falar com um português ou qualquer outro estrangeiro eu tenha que carregar comigo todos os problemas do meu país, isso é no mínimo muito ignorante da parte dele. Você, português, imagine começar a conversar com um brasileiro e ter sempre que lidar com uma conversa assim, que em Portugal há muito pedófilo, ou citar alguma outra mazela portuguesa. Você, se for a pessoa legal que imagino ser vai fazer cara de paisagem que é mais ou menos uma cara assim "????????" ou "ãhn?". Tou errada? Isso é no mínimo ignorância, convenhamos. Mas apesar de alguns brasileiros reclamarem disso nos portugueses, comigo, isso nunca houve, a relação é muito proveitosa e interessante, aprendi bastante com portugueses até sobre mim mesma, minha maneira de pensar, minha cultura. Uma vez conversei com um africano que realmente mostrou muito ódio a portugueses, mas foi um só, não dá pra tirar conclusão nenhuma disso. Africanos, até onde eu sei, adoram brasileiros, mas vieram jogar conosco outro dia e ...dizem...não vi...bateram bastante, então talvez os portugueses estejam supervalorizando isso, mas realmente não sei.
Bem, voltando à cultura violenta e inferior do brasileiro, segundo o Braga, simplesmente achei que se enrolou sozinho. Nem me doeu chamar de burro. Na verdade senti algo como cansaço. Então achei que foi a melhor opção. Dias depois, nesse fórum do Hi5 que frequento, uma portuguesa resolveu levantar a questão do que seria definido como cultura, e aí aconteceu de eu ser a primeira a responder tranquilamente o que, dois dias atrás não havia respondido aqui, porque achei melhor assim.O contexto era outro, e eu tenho certeza que ela tinha sentido a necessidade por ter lido a discussão aqui. Achei que acabou sendo tão melhor assim... Eu, aos vinte anos, tinha toda a paciência do mundo para discutir com racistas algumas coisas, ou com conservadores, que violência aliada a nacionalidades ou cultura é uma idiotice (nunca que usaria o termo "idiotice" naquela época, mas ando meio sem paciência e há anos luz daquela disposição)mas hoje em dia me sinto totalmente desestimulada...
O máximo que faço é lançar uma ou duas frases aborrecidas...e já cansei...
...e por outro lado a violência no Brasil é algo que incomoda tanto, que as vezes é bom deixar brasileiros lerem essas idiotices e se sentirem ofendidos...
O negócio é que ao mesmo tempo brasileiros esclarecidos me cobram... E eles me cobram com um ar tão cansado também, entediados e tristes, e percebo que alguns portugueses fomentam o descaso de brasileiros que nunca iriam ofendê-los , que são educados, pessoas interessantíssimas, mas que simplesmente não se interessam minimamente por portugueses justamente por episódios assim.
Por que não vêm aqui dizer algo? Nem pra mim dão argumentos, apesar de eu ter certeza que os têm, até muito mais que eu.É algo triste, porque simplesmente ignoram portugueses e acham que essa minha ligação com portugueses é algo meio estranho.
Então queria dizer, a quem passar por esse blog, que dizer que está na cultura do brasileiro ser violento, argumento do Braga, é equivalente a dizer que a máfia era inerente à cultura italiana, por exemplo. Todo mundo sabe o estrago que foi a máfia italiana para os Estados Unidos da América com os imigrantes que chegaram em massa no século passado. O curioso é que não se pode dizer da imigração italiana no Brasil nesses termos. Mas quanto vocês querem apostar que havia, na época, nos Estados Unidos, quem dissesse que era algo que não havia jeito, que fazia parte de ser italiano ser explorador de comerciantes honestos, e matar sem pensar duas vezes? Hoje em dia parece grande absurdo, uma teoria assim. Esse é o problema de quem diagnostica olhando para a realidade só em determinado momento, sem olhar para a história como totalidade. Mas por sermos um povo misturado, com sangue negro, essas "verdades" são arrotadas mais facilmente. Agora, em termos de números. Para se dizer com alguma propriedade que a violência é parte inerente da cultura brasileira, precisamos imaginar que a porcentagem de criminosos no Brasil seja de quanto? Imagino, que, sem medo de errar demasiado, 20%, 25% é a porcentagem de quem vive exclusivamente do crime, nos lugares brasileiros mais violentos, as favelas. Poderíamos ir para outro extremo, Brasilia, a cidade com renda mais bem distribuída no Brasil e pensar na porcentagem de crime, mas o Braga falou aqui de violência, de facada e arma de fogo, então voltemos às favelas e aos semáforos brasileiros. Se 80%, 75% de quem vive nas favelas não vive do crime, podendo, é claro ter uma relação "familiar" com ele, ou até de certa maneira, conivente, mas desce todo o dia o morro para serem empregadas domésticas, motoristas, balconistas e etc, ou venderem mercadoria no asfalto, será que o brasileiro quer ser mesmo criminoso ou é simplesmente dragado pela poderosa realidade e têm por defeito acreditar pouco em si? Brasileiros acreditam muito pouco em si, e quando são insultados, vem com certos argumentos, que têm sim, sua verdade, mas não mudam nada concretamente. Essa música dos Paralamas que diz "a arte é viver da fé, só não se sabe fé em que", fala sobre essa crença que não é em si mesmo, mas em algo exterior, impalpável, que umdia resolverá tudo. Ouviram falar da pesquisa que diz que o brasileiro é o mais otimista do mundo? Aqui vou arriscar dizer que é algo da cultura brasileira que tem muito a ver com a portuguesa, sendo simplesmente o outro lado do espelho.
Mas falando aos brasileiros, quero que brasileiros acreditem mais em si e se importem menos com pensamentos como os do Braga e outros, que têm o problema de olhar demasiado de perto, ao ponto de serem míopes. Agora, falando de elites malcheirosas, aí é algo que os portugueses deveriam tratar com muito mais intimidade e cuidado, porque a elite portuguesa não é das melhores. Aliás a relação do primeiro mundo com as elites de países pobres é muito parecida com a relação do trabalhador que mora na favela com o traficante. Pensando bem, eu escrevi uma besteira. A relação da elite mundial com as elites de países pobres é muito mais vergonhosa, hipócrita, e de comum acordo e interesse do que a relação do morador da favela com o traficante. É por isso, que depois de pensar sobre tudo o que se conclui? Que sempre temos escolhas, mas o ambiente determina muita coisa. Determinou a poder da máfia italiana nos E.U.A , o nazismo, e determina o crime nas nossas favelas e, por consequência, nas nossas cidades. Mas o ambiente, ou a realidade, só pode ser vencida ou modificada por quem, não deixando nunca de levá-la em conta, age com o poder que só tem quem olha além dela,não acham?
Algumas versões....BBC fala da reação das empresas investidoras, o PSTU é um partido de oposição a Lula, bem mais à esquerda, a cobertura do Correio Brasiliense e declarações do Ministro Lobão, e a cobertura do Estadão. Clique nos links. E agora???????? Qual o melhor papel do Estado, em casos assim? Há muita irresponsabilidade e demagogia nas declarações, ou é realmente justo repensar as leis relativas à exploração do petróleo na área do pré- sal?
Megacampo faz de Lula novo 'xeque do petróleo', diz jornal
Descoberta colocaria Brasil entre os dez grandes produtores mundiais A descoberta de um megacampo de petróleo na Bacia de Santos transforma o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma espécie de "xeque do petróleo", afirma nesta terça-feira uma reportagem do jornal argentino Página/12. Como outros diários estrangeiros, o jornal repercutiu as declarações feitas na segunda-feira pelo presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, sobre o achado de um campo que poderia conter 33 bilhões de barris de petróleo, cerca de cinco vezes mais que o megacampo de Tupi (5 bilhões a 8 bilhões de barris), o maior encontrado até agora. O Página/12 informa que, após as declarações, a Petrobras "colocou panos frios" na notícia, mas "não desmentiu um possível descobrimento", o que provocou a alta das ações da Petrobras e de suas parceiras em diferentes bolsas de valores do mundo. "O possível novo descobrimento do Brasil ocorre no mesmo dia em que o barril de petróleo alcançou novo teto. Em Nova York, o barril terminou pela primeira vez cotado a US$ 111,76", relata o diário argentino. "Lula já está contando o dinheiro."
Outros jornais
A notícia chegou à Argentina, Espanha e Grã-Bretanha, onde os papéis das empresas envolvidas no consórcio de exploração da área foram negociados com alta. Em Buenos Aires, um especialista ouvido pelo La Nación disse que a descoberta pode "revolucionar o mercado petroleiro".
"Primeiro porque se abre um novo horizonte geológico que facilitaria outras explorações a grandes profundidades", disse o especialista Daniel Montamat, referindo-se à possibilidade de explorar óleo sob extensas camadas de sal, segundo o jornal. "Segundo, porque contradiz a teoria segundo a qual a exploração petroleira estava muito próxima de chegar ao seu limite."
O diário econômico argentino Cronista Comercial disse que a nova reserva "poderia transformar o Brasil em uma potência petroleira mundial, como a Venezuela ou os países árabes". "Segundo porta-vozes do governo Lula, a reserva seria a maior descoberta de hidrocarbonetos do mundo nos últimos 30 anos", diz o artigo.
Mas o jornal lembra que o governo Lula "reagiu com cautela" diante da notícia. "O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que é necessária uma maior cautela e análise dos dados antes de oficializar o achado, que deve ser feito diretamente pela Petrobras."
Euforia
Em Madri, o El País destacou a "euforia" que a descoberta representa para a companhia espanhola Repsol-YPF, que tem 25% de participação no megacampo e que, em anos anteriores, se viu envolvida em disputas por petróleo e gás na América do Sul.
"A euforia reina na sede da Repsol-YPF. Após três anos em que só chegavam da América Latina desgostos em forma de notícia, uma alegria veio compensar quase todos os dissabores recentes", escreveu o El País. "Petróleo. Petróleo em enormes quantidades."
As notícias não passaram despercebidas pelo jornal britânico The Daily Telegraph, que registrou os possíveis benefícios à British Gas, detentora de 30% do campo.
Mais cauteloso, porém, o jornal lembrou apenas que a descoberta colocaria o Brasil "entre os dez maiores produtores de petróleo do mundo", apesar dos "desafios consideráveis" relativos à exploração sob extensas camadas de sal marítimo.
Lula entrega nosso petróleo para multinacionais Por José Maria de Almeida 31/08/2004 às 16:32
O governo Lula tentou justificar a entrega de nosso petróleo alegando que a maior parte dos blocos leiloados ficaram sob o controle da Petrobras. Nada mais falso.
Lula deu um golpe profundo contra a nossa soberania nacional. A sexta rodada de licitações leiloou, nos dias 17 e 18, 913 blocos de produção de petróleo e gás, impedindo definitivamente a soberania petrolífera do país. O mais grave é que o governo entregou nossas reservas de petróleo no momento em que as reservas mundiais estão na fase final de esgotamento e que o preço do barril em nível mundial não pára de subir, beirando hoje os US$ 50.
As cenas lembravam as privatizações dos tempos de FHC, com liminares e manifestações. Na manhã do primeiro dia, de leilão, um protesto contra a ação entreguista do governo foi realizado em frente ao local do leilão e percorreu as ruas centrais do Rio de Janeiro. Graças à intervenção do ministro Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi suspensa a liminar, concedida um dia antes contra a sexta rodada de licitações. Mais uma vez, como nos tempos de FHC, a Justiça interveio a favor dos interesses das poderosas multinacionais.
O governo Lula tentou justificar a entrega de nosso petróleo alegando que a maior parte dos blocos leiloados ficaram sob o controle da Petrobras. Nada mais falso. Em primeiro lugar, os vários blocos arrematados pela Petrobras foram comprados em ?parceria? com grandes multinacionais, ou seja, a Petrobras foi usada como testa-de-ferro das corporações estrangeiras, como prova a declaração do presidente da Repsol-YPF: ?É sempre bom entrar com a Petrobras?. Em segundo lugar, o leilão permitiu que nove empresas estrangeiras, como a Shell e a norte-americana Kerr-McGee, ficassem com importantes concessões de petróleo e gás. Isso levou a Petrobras a perder blocos estratégicos como, por exemplo, localizado na bacia de Campos, que agora vai ser explorado pelas empresas norte-americana Devon Energy e Kerr-McGee Corporation e, ainda, a canadense EmCana e a coreana SK Corporation. Além disso, todo o petróleo extraído das áreas leiloadas, inclusive das áreas adquiridas pela Petrobras, será destinado a abastecer o mercado internacional e não para baratear o preço dos combustíveis aqui no Brasil.
Lula colabora com estratégia imperialista de recolonizar a América Latina, que avança pelos processos de privatização do gás boliviano e com as sucessivas tentativas de golpe na Venezuela.
Terminado o leilão, Lula declarou que pretende encaminhar um outro para vender o que sobrou de nossas reservas. É preciso continuar a luta contra a entrega de nosso petróleo e derrotar a política entreguista do governo Lula.
José Maria de Almeida é Presidente Nacional do PSTU e coordenador da CONLUTAS
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, avaliou que as declarações dadas nesta terça-feira (12/08) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo mudanças na lei do petróleo fortalecem a tese de criação de uma nova estatal para administrar a exploração no pré-sal, defendida também pelo ministro.
Em evento promovido pela União Nacional dos Estudantes (UNE) no Rio de Janeiro, Lula pediu que os estudantes pressionem o Congresso Nacional a modificar a lei.
"Ele está dizendo a mesma coisa que eu tenho dito. Acredito que sim (fortalece a idéia da nova estatal). E, pelo que soube, o vice-presidente (José Alencar) pensa do mesmo modo", afirmou Lobão, após participar de reunião da comissão ministerial criada para estudar mudanças na lei.
Lobão comentou ainda a declaração do presidente de que o petróleo é do povo, e não de "empresas que acham que o petróleo é deles".
"É o que tenho dito seguramente em nome dele. Isso significa que ele que indicou a comissão está realmente interessado em que se resolva esse problema com uma solução que seja adequada aos interesses do povo brasileiro", disse.
O ministro ressaltou ainda que a criação de uma nova estatal não está definida, mas afirmou que, se essa for a decisão do presidente, o órgão poderá ser criado por lei complementar.
Segundo ele, será criado um grupo técnico com representantes de vários ministérios para elaborar "quatro ou cinco" sugestões de mudanças na lei que serão apresentadas ao presidente. A comissão de ministros formada para discutir o assunto fará reuniões a cada dez dias para avaliar os avanços feitos pelo grupo técnico.
Lula diz que petróleo da área pré-sal é do povo Pré-sal é a camada onde foram feitas as últimas descobertas da Petrobras
Adriana Chiarini, da Agência Estado
SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 12, que a camada pré-sal - onde foram feitas as últimas descobertas da Petrobras - não pode ficar na "mão de meia dúzia de empresas. Em discurso após a segunda reunião do grupo interministerial criado para discutir a questão da exploração das jazidas de petróleo na área do pré-sal, Lula afirmou que o "petróleo não é do governo do Rio, não é da Petrobras, é do povo".
Após as declarações de Lula, a alta das ações da Petrobras começou a diminuir. As ordinárias (ON, com direito a voto), que chegaram a valer R$ 41,40 no patamar máximo, recuam para R$ 40,21, em alta de 0,88%. As preferenciais (PN, sem direito a voto) são vendidas a R$ 32,94, em alta de 0,73%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tenta reduzir a queda e às 16h49 opera com baixa de 0,50%.
Em frente ao terreno da antiga sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lula pediu o apoio da entidade para alterar a lei do petróleo. "Precisamos mexer na lei do petróleo deste País. Este petróleo, a seis mil metros de profundidade, é um patrimônio do País", disse Lula referindo-se as descobertas na camada de pré-sal.
De acordo com o presidente, é preciso que parte da riqueza do petróleo seja destinada "à educação deste País, para os pobres deste País". Lula lembrou que constituiu por decreto um grupo interministerial para estudar como tratar a questão da descoberta na camada de pré-sal.
Na Quinta-Feira, 7 de Agosto, dois brasileiros tentaram assaltar um banco em Lisboa, armados e com a tomada de reféns. Ao fim de oito horas de impasse, um foi morto pela polícia e outro está gravemente ferido. Como não pretendia escrever sobre esse assunto, por a minha maneira de ver o assunto poder parcial, mas por outro lado, não o queria deixar passar em branco, decidi publicar este pequeno texto com ligação através do título para um forúm onde participo e onde também constam as minhas opiniões. Assim, quem quiser ler algo sobre este assunto, deve fazer click em Assalto....
Eu levei um susto a primeira vez que fui ao youtube e vi as brigas, agora vou lá é para morrer de rir...isso sim... e dos dois lados...claro, porque a graça está nas respostas.... Toda vez que um português responde de maneira inteligente quebra o preconceito de português burro, e espero que, os portugueses comecem a achar muito engraçada a briga no geral e quebrem também a idéia de que não conseguem rir de si mesmos e são muito arrogantes. Humor também é inteligência..não? E não é possível que não dê para perceber que o Brasil é grandioso. Com muita pobreza, favela, fome ainda, muita violência, mas com muitas empresas, fábricas, bancos, indústrias, comércio.Que milhões de brasileiros levantam cedo para trabalhar e que há organização aqui, também, senão imagine o caos que seria, um país com um Pib de 1,6 trilhões de dólares, por baixo. É mal distribuído, esse dinheiro, circula mal, mas circula.Isso aqui, principalmente onde vivo, é puro capitalismo, com tudo de bom e ruim do capitalismo. Para se entender o que é o Brasil imagine uns 3 Portugais, e mais uma parte da África, fiquei com preguicinha de ir pesquisar que parte da África corresponderia, mas acho que deu pra entender. Então existe aqui muita gente vivendo bem, com nível de vida equivalente à média de Portugal. Até pode-se dizer que provavelmente são na maioria essas pessoas que ficam no youtube, porque o brasileiro que se mata de trabalhar não tem esse acesso nem tempo. Bem, nós temos 15 milhões de usuários que usam a internet cotidianamente, em casa. Então quando Portugal vem fazer negócios aqui, é porque há, no mínimo, um outro Portugal, como mercado, para explorar. É claro que a língua em comum e outros fatores são lembrados na hora da negociação, mas isso não decidiria nada.
O negócio é que o brasileiro que vive razoavelmente, convive com a pobreza diariamente, então a sua visão de mundo é diferente, para bem e para mal. Talves isso explique esse humor do brasileiro mesmo em meio à desgraça, talvez o brasileiro acabe relativizando tudo por conviver com tantas realidades. (essa acabei de inventar, eu e minha teorias furadas...)
Há uma grande diferença também no espaço público, Portugal, pelo que vejo em fotos, com certeza cuida muito melhor do seu, e isso não é só um detalhe qualquer no nosso dia a dia, conta muito. Isso, de maneira bem pobremente descrita, se resume a Brasil e Portugal. Há também o fato de que somos tão grandes (em território) que isso faz com que tenhamos pouca troca cultural. Então a discussão pelo menos faz o brasileiro sair do seu mundinho também, e de um certo egocentrismo....só não gosto é de racismo e baixarias.... Acho que briga boa é cheia de boas frases, e não frases apelativas... é isso...
Amanhã vou colocar uma crônica que li no jornal sobre gente entediada, um puxão de orelha até em mim mesma, pelo menos senti assim...
Mas não tou fechando a discussão não, até porque pelo tamanho do preconceito essa discussão é latente...E há no cabeçalho do blog uma palavra da qual gosto muito e começa com L...então...não se fica engasgado aqui, só se descansa um pouquinho....rssss...
Vênus.....................................Criaste este tema polémico e agora estás a colocar alguma água fria na outra que ferve, mas....eu prefiro continuar com a polémica, que apesar de tudo, não me parece despropositada. Como é obvio, aqui falo sempre por mim e não pelos portugueses e de forma nenhuma me vejo na pele do velho rezingão, porque....por muitos porques: 1-não me tenho na conta de mais esperto, nem tenho a intenção de dar lições ao menino chato; 2-porque apesar do que o menino chato possa pensar do velho, o menino chato já vai com 200 anos e já era tempo de pensar por ele e tratar dele sem culpar o velho. Até porque: O velho não é culpado de tudo, de facto, estou certo que apesar do "boom" económico que o menino chato teve, ele matou e destruiu mais indios e floresta amazónica em 200 anos, que o velho rezingão nos outros 300. 3- De facto o velho pode ter ajudado pouco o menino a desenvolver-se, mas isso é uma característica deste velho (vive e deixa viver). 4- Quem fala noutras colonizações, esses sim são completamente burros porque todos os outros países colonizadores foram piores como tal...merece-me real destaque os defensores da colonização espanhola na América do Sul...a esses, só digo que devem perguntar ao Inca Atahulpa o que pensa de Pizarro e dos seus amigos e os benefícios que recebeu deles e dos seus descendentes, ele e o seu país...e os outros países. Alguns, outros, têm uma coisa que este velho rezingão nunca conseguiu fazer; apesar de serem muito racistas, apesar de se sentirem realmente superiores aos outros povos, apesar de não os respeitarem minimamente, sempre souberam quando se deviam vir embora e fizeram-no sempre pela porta grande (estou a pensar nos ingleses, no seu racismo, na sua superioridade e na commonwealth)... Mas este velho rezingão tem realmente razões para se orgulhar...e podia ter mais, mas neste como noutros locais existem os vendilhões do templo, conhecidos como políticos. É que, para se orgulhar, este velho não precisa de falar sempre de um passado grandioso, ele pode orgulhar-se, por exemplo, de ser o principal obreiro pela criação da 1ª Nação deste milénio, o parto foi difícil, o velho estava com a consciencia pesada, pois 25 anos antes, já sem possibilidades de defender esse território, penúltimo do Império do passado grandioso, o velho tinha-o abandonado às mãos de um vizinho que ainda por cima é o maior país muçulmano do Mundo....mas o velho não esqueceu e durante 25 anos, já sem os exércitos de outrora, sempre que podia faláva e chateava os outros grandes do mundo que andam sempre a falar de democracia, mas que não queriam saber desse pequenote para nada...até que um dia milhares de cidadãos desse velho exigiram fente à embaixada americana, uma mudança da sua política em relação a esse pequeno território....e os vendilhões do templo desse tempo (leia-se políticos), encorajados pelos seus cidadãos, ou, quem sabe, com medo deles, ameaçaram essa grande potência que ou mudava de política em relção a Timor ou o velho abandonava a missão de imposição de paz no Kosovo (com o qual não tinha nada a ver) e consequentemente abandonava a NATO...e aí o Golias económico e militar, o maior do globo, tremeu e tremeu tanto que em três dias a situação nesse pequeno território fez uma volta de 180º. O velho ainda é capaz de grandes feitos, mas sem dirigentes à altura, desgastado e sem força anímica, por vezes perde-se nessas questiunculas com o jovem bobo e quer dar uma de superior...mas o jovem que realmente é bobo, não percebe que o velho que mora muito, muito longe, tem muitas obrigações com os seus vizinhos....e o jovem, apesar dos seus 200 anos, acha que o velho ainda deve cuidar dele, não percebe essas obrigações do velho com os vizinhos, e atira todas as culpas das suas incapacidades para cima do velho.................................................
O menino bobo acha que sabe tudo, como todos os meninos bobos. O menino bobo é neto de um velho. Um velho chato e ranzinza, atormentado por um grande passado e umas más decisões. O velho é amargurado porque só pensa nos seus erros, e lamenta as inconsequências de outrora. Lembra que já foi grande e não se conforma. O velho chato não quer pensar no menino, olhar para o menino, não pode e não consegue. Até porque o menino é bobo, quer aparecer demais, incomoda, é abusado. Vai mal na escola. Tem muito pouca auto estima e é orgulhoso demais para perceber isso. O velho chato que tem muita idade mas não amadureceu tão sabiamente, coloca a culpa do mal feitio do menino nos outros sangues que o menino tem, que não são dele. O velho só consegue pensar em outros velhos, outros velhos que antes estavam piores que ele e agora estão bem melhores. O velho não conhecia o menino muito bem. Achava, na maioria da vezes, o menino engraçadinho, à distancia. Agora não acha mais, acha que o menino é mais uma cruz, pra carregar. Se irrita quando alguém diz que seu neto é alguma coisa, que tem isso e aquilo de qualidades, e que pode ser uma esperança. O velho se enfeza e diz: Que futuro ele tem, não se leva a sério, vai mal na escola, é um irresponsável! Além do mais, sabe que o menino nega o passado, acha-o ultrapassado, ri da sua maneira de falar, ri do seu orgulho, cobra-lhe as atitudes erradas,egoístas, que nem ele gostaria de lembrar, e que muitas vezes não são só suas, mas dos outros velhos, também, que só tiveram de diferente fazer escolhas mais acertadas para si.Diz ao menino que se ele estudasse, saberia. E tem mais essa, o menino é cruel. Quando o velho diz algo engraçado, brinca também, o menino não dá abertura, diz que o velho não tem graça. Gostaria de não ter nada a ver com esse velho. Gostaria de ter a ver com os outros velhos, os que têm prestígio. O velho não consegue ver no cinismo e na provocação do menino a sua própria amargura. O menino não consegue ver na alma sonhadora e amargurada do velho parte da sua própria origem, identidade.O menino e o velho são dois idiotas. Melhorar a idiotice não é achar que o outro vai resolver seus problemas. Melhorar a idiotice é perceber que gostar de si mesmo é algo que só conseguimos com nós mesmos. Mas é impossível a esse menino e a esse velho olharem para si mesmos se não conseguem olhar para o espelho que na verdade são, um para o outro. ........estou errada?
Estereótipo definição Houaiss:
3.1 esse próprio padrão, ger. formado de idéias preconcebidas e alimentado pela falta de conhecimento real sobre o assunto em questão
3.2 idéia ou convicção classificatória preconcebida sobre alguém ou algo, resultante de expectativa, hábitos de julgamento ou falsas generalizações
Obs.: cf. preconceito
4 aquilo que é falto de originalidade; banalidade, lugar-comum, modelo, padrão básico
Estudo mostra visão estereotipada dos brasileiros entre portugueses
Uma pesquisa realizada na Universidade de Coimbra sobre a imigração brasileira em Portugal revela que, para os portugueses, a imagem das mulheres brasileiras está relacionada ao sexo e dos homens à falta de compromisso e à malandragem.
Para Benalva da Silva Vitório, autora da pesquisa, "a brasileira é vista como menina de programa". Segundo ela, essa imagem está relacionada às campanhas de turismo promovidas fora do Brasil.
"Acredito que isso tenha começado por causa da Embratur, que vendia o Brasil como um lugar de praias bonitas e mulheres sensuais", disse à BBC Brasil.
A Embratur afirma que "desde o início da década de 90 houve mudança radical na orientação da promoção internacional e, desde então, não se usa qualquer imagem desse tipo."
Estereótipos
De acordo com a pesquisa, a imagem dos homens brasileiros também segue estereótipos e revela uma visão negativa.
“Os homens são vistos como malandros, que fazem muito barulho e não cumprem compromissos”, disse a autora.
O estudo é resultado da tese de pós-doutorado da brasileira Benalva Vitório. O estudo foi publicado no livro “Imigração Brasileira em Portugal – Identidade e Perspectivas” lançado em Lisboa em novembro .
A pesquisa ouviu 50 brasileiros em cinco regiões de Portugal – Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Algarve. Além das entrevistas, a autora pesquisou artigos veiculados na imprensa portuguesa sobre os imigrantes brasileiros e outras formas de representação de brasileiros no país.
Perfil
A pesquisa aponta ainda uma mudança no perfil dos imigrantes brasileiros em Portugal a partir da década de 90, quando, segundo a autora, a instabilidade econômica gerada pelo Plano Collor provocou a ida de muitos brasileiros de classe média e alta para Portugal. “Foi a época dos dentistas, publicitários e informáticos”, exemplificou.
Segundo ela, atualmente o perfil é diferente. A maioria dos imigrantes brasileiros trabalha na construção civil, no comércio, em restaurantes e no serviço doméstico e em atividades que não exigem qualificação.
A maioria dos brasileiros ouvidos na pesquisa afirmou que estaria morando em Portugal por pouco tempo. “Eles vêm fazer um pé-de-meia e vivem com a idéia de voltar. Todos se dizem passageiros da chuva”, diz a autora.
Choque cultural
De acordo com o estudo, os brasileiros que emigram para o país não conhecem a cultura portuguesa e pensam que, devido à língua, Portugal é como o Brasil.
Para Benalva, a falta de conhecimento dos brasileiros sobre Portugal se deve, em parte, ao ensino das escolas brasileiras. “Na escola, estuda-se até a independência. Passou de 7 de setembro de 1822, acabou. Não ensinam a geografia ou a história dos dois países”, afirmou a autora.
Ela conta que o primeiro choque cultural acontece ao chegar a Portugal, quando os imigrantes enfrentam as primeiras diferenças. Segundo a autora, muitos chegam sem noções básicas sobre a economia do país e sobre a tramitação necessária para se obter documentos.
“É muito difícil admitir que a idéia foi um erro, que não está dando certo. Por isso, os imigrantes se submetem a qualquer situação. Muitos vivem em condições mínimas de sobrevivência”, relatou Benalva.
Numa das entrevistas publicada no livro, um dos brasileiros, identificado pelas iniciais J.C., conta que passa a maior parte do tempo trabalhando. “Aqui a gente trabalha até 19 horas por dia”.
A pesquisa revela também que há diferenças no tratamento recebido pelos brasileiros e por imigrantes de outras nacionalidades de língua portuguesa, principalmente os de origem africana.
“No princípio, sinto-me rejeitado porque sou negro”, conta o brasileiro identificado como W.B. “Depois que eu falo e os portugueses percebem que sou brasileiro, isso muda. No trabalho, ao lado de angolanos, cabo-verdianos e moçambicanos, eu sou mais bem tratado do que eles, pelo fato de ser brasileiro”, admitiu.
Dois
Dois Comentários de brasileiros no site Opinião e Notícia, link:
Ivana:
Me inoja as colocaçoes que os portugueses fazem em relaçao oas brasileiros visto que a Historia conta que o TAL PEDRO ALVARES CABRAL, CHEGOU NO BRASIL SOMENTE PARA ROUBAR.ROUBOU O PAU-BRASIL, AS ESPECIARIAS, A CANA DE AÇUÇAR E O OURO BRASILEIRO.NA VERDADE PORTUGAL TROUXE SUA CULTURA PARA CÁ E DEIXOU SUAS SEMTES MALIGNAS EM NOSSO PAIS.QUE NOJO FALAREM E CRITICAREM OS BRASILEIROS.SERÁ QUE JA NAO É HORA DE VEREM O PROPRIO RABO?
Edvaldo Tavares:
LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA NO RIO DE JANEIRO. Lembro-me, agora, dos idos saudosos do Rio de Janeiro. Infância nos anos de 1940, adolescência na segunda metade dos 1950 e os anos dos 1960, a perseguição torturante e frenética, através do vestibular, de uma vaga em faculdade pública de medicina. Na época, o comércio e, enfim, todo tipo de negócio, infestado e dominado de portugueses. A minha mãe pedia para eu e meus irmãos irem comprar carvão, lá íamos, eu, com uma bolsa à carvoaria do português comprar o carvão e, o mesmo roubava o garoto, eu e meus irmãos, no peso e no troco. A minha mãe pedia para eu ir a quitanda comprar legumes e, novamente, o garoto, eu, era ludibriado pelo português no peso e no troco. Quando ia ao armazém, era enganado na compra do feijão, do arroz, da farinha e do fubá e etc. Chegava em casa com as compras pesando menos e com troco faltando moedas. Esta é a impressão que eu tenho dos portugueses: "quando não rouba no peso, rouba no troco". Agora, estão recebendo o resultado da cultura que implantaram no BRASIL. Os brasileiros que estão lá e que tanto os portugueses reclamam, são frutos da colonização deles, "COLONIZAÇÃO PORTUGUESA". E, eles que se danem! Portugal e Espanha se sentaram e dividiram o mundo: da linha do Tratado de Tordesilhas para a direita seria de Portugal e à esquerda da linha, da Espanha. Brasileiros acostumados a ficarem de quatro, esta é a realidade. "BRASIL ACIMA DE TUDO". EDVALDOTAVARES. MÉDICO. BRASÍLIA/DF.
Mulheres Portuguesas e Brasileiras
Vou colocar aqui o post da minha quase parceira portuguesa, Daniela.
Só o post, a discussão, inclusive com brasileiras (os) e portuguesas (os) e uma pequena contribuição dessa que vos fala, está lá no blog da Daniela, que não sei se ficará muito feliz com essa minha postagem, já que parece não aguentar mais ter que falar sobre isso. Mas foi um desabafo dela, então vou postar, sim.
Este é o link, com muita discussão lá a respeito, vale a pena:
Estou um pouco cansada e farta de ouvir falar mal das mulheres portuguesas. Talvez por ser uma que me sinto indignada com a generalização feita pelos homens, caracteristica essa típica do português idiota (homem ou mulher). O que tenho a dizer em minha defesa? É o seguinte. Eu nunca engatei uma gaja por isso não sei se a gaja portuguesa é mais díficil do que a espanhola, a belga ou a norueguesa mas tenho amigas e é disso que vou falar. Tenho amigas púdicas e ponto final. Púdicas ao ponto de eu me perguntar se não serem tarada sexual quando no fundo me considero perfeitamente normal. Mas também tenho amigas completamente abertas a nível sexual e que fazem piadas badalhocas sem qualquer problema nenhum. Que já fizeram muito sexo na vida porque assim é que tem de ser porque é giro e elas gostam… Já ouvi gajos a dizer que quando tentam engatar uma gaja num bar que elas são umas brutas e o caraças. Pessoalmente a única vez que fui particularmente bruta foi quando um brasileiro podre da bebado me estava a agarrar à força, e acho que tinha razão para tal. De resto fui sempre simpática e nunca despachei assim ninguém que tivesse sóbrio (sim porque bebados é logo uma biqueirada nos tomates :p). Isto falando da abordagem que os homens fazem às mulheres. Agora já vi amigas minhas a serem completamente brutas quando alguém se metia com elas. E até sei porque. Uma coisa é quando se mete conversa na paz e tal outra coisa é quando temos um gajo com ar de quem nos papava imediatamente ali com ar de porco a olhar para nós. O que não é nada atraente. Estou a fazer-me dificil? Não, estou só a ser selectiva. Neste ponto acho que me não me esqueci de nada.
Falando da beleza. Muito sinceramente há gajas mais giras e boas no Mundo mas também há gajas mais feias. Peço desculpa e não pretendo ofender ninguém mas fala-se muito na beleza das brasileiras… Sim, há brasileiras bonitas mas a grande maioria que vejo por ai “ai jesus me valha”. O que elas têm é atitude e o homem acha piada a isso sei lá. Agora serem mais bonitas? Mais uma vez, não quero ofender ninguém, estou aqui na paz e no amour :p Continuando. A mulher portuguesa está cada vez mais fashion e cuida mais de si e sobre isso há quem disser que não. Mas há outra coisa. Em 2007 passei por Salamanca e pensei “fogo, estas gajas são tão fashion” pudera ganham o triplo de nós! A beleza também custa dinheiro! Quem me dera a mim gastar balurdios em maquilhagem e roupa… Nem é só o dinheiro que é preciso. Quando se está num clima como se está em Portugal como é que se espera ver gajas ai a irradiar beleza estonteante. Para não falar que os portugueses são estúpidos e parvos e só pensam em desgraças, mas isto é outro assunto.
Em relação agora à lata, à tomada de iniciativa ou até mesmo à desinibição. Epa as hungaras (e moças dos arredores= têm falta de homem, para não dizer que os homens delas não são propriamente bonitos. Por isso as raparigas comem tudo o que se mexe incluindo elas próprias :p Não sei se sabem mas como na China e na India há imensos homens, a taxa de homossexualidade aumentou (será que eles assumiram? contaram-me isto hj segundo uma sexologa…) e o msm acontece com elas :p Ok estou na brincadeira. Vamos voltar atrás no tempo e lembrar de como a sociedade antiga latina era tão conservadora e que valorizava os valores familiares (valorizava os valores tão giro)… Lembram-se? Esses valores ainda predominam. Por exemplo não se ouve um gajo dizer que as espanholas ou as italianas são todas abertas (peço desculpa pelo trocadilho… mi não querer ferir susceptibilidades) mas sim que as hungaras, polacas, checas, finlandesas, russas, ect o são. Porquê? Porque não são latinas! As latinas foram criadas numa redoma onde da cozinham saltavam pra cama e onde a palavra do homem é que era incontestada. Agora isto ligada às caracteristicas dos portugueses tipicos (de estupidos e parvos, pessimistas e etc) lixou tudo. Né? Isto não é disparate nenhum, basta pensar un petit peu!
Falando em exemplos. Por exemplo, os bikinis wicked weasel que são super hiper micros. Eu não era capaz de usar. Confesso. As knickers sim mas os bikinis não. Acho que me iria sentir meia envergonhada. Mas adoro-os e acho-os super giros. Para não falar na dolorosa depilação que seria necessário fazer ( eu cá curto andar com a pentilheira de fora e ao vento, depois gosto de fazer rolinhos com os dedos e encaracolar… poupem-me) :p Talvez um dia… E agora dizem vocês ” Ah tás a ver?!” Ah tás a ver? Eu tou a ver muito bem. No site wicked weasel existe uma competição de bikinis onde já apareceram umas portuguesas com bikinis. E quando fui a foruns portugueses que falavam sobre o site a única coisa que os gajos sabiam dizer era que elas (as portuguesas) pareciam umas anormais e gordas quando uma delas até era bem jeitosa. Nem elogiaram o facto daquelas raparigas estarem a ousar e a combater todos aqueles complexos que vocês tantam teimam em nos atirar à cara! E agora com isto irritei-me e só não compro um bikini porque é demasiado caro pro meu bolso!!!!
Ainda não acabei! Lol! Provavelmente ninguém está a ler isto mas ao menos desabafo. A mulher portuguesa pode ainda ser muito complexada e ter muitas raizes cristãs e seja lá o que for na cabeça… Mas a verdade é que está cada vez mais bonita e cada vez mais ousada e por isso aborrece-me esses comentários. É que basta uma tuga ser selectiva que é logo o descalabro. Eu gosto de ter o poder de selecionar as presas, de escolher quem me toca e quem não me toca e se quero isto ou aquilo… Sexo para as portuguesas é taboo? Sim para muitas, mas para muitas também não é! Parem de generalizar e se querem dar uma foda basta ir a um bar que há muita gaja “aberta” para vocês!
Em relação aos homens portugueses. De beleza não são nada de especial. Enganem-se se se acham todos lindos bons porque isso não é bem assim. A raça latina é jeitosa mas a portuguesa tem umas misturas meio estranhas. Se me perguntarem quem são os melhores eu diria que são os italianos ou os australianos (com aquele ar de malandrecos hihi). Os portugueses também têm uma caracteristica irritante que é o excesso de machismo. Depois há aquela desculpa do “Ah é no gozo” mas no fundo no fundo iamos todas ou prá cama ou prá cozinha né? Felizmente já estão mais calmos. Uma outra coisa é o complexo com a beleza. Beleza não é o termo certo mas, como machos latinos, os tugas têm aversão a cremes para a cara ou para o corpo porque é muito “gay” e todos os metrosexuais são muito “gays”… É ou não é? Tendência que muda? Sim mas lentamente. Por isso meus fofos, vocês não são mais que nós :p
Uma outra coisa que acho que não é tipica portuguesa mas que tem bastante peso. É assim, vocês portugueses (homens) não têem nada que nos exigir em relação à beleza. Como aqueles comentários sobre as portuguesas do WW já vi muitos onde a sua barriga é demasiado grande para usar aquilo, ou que não tem mamas suficientes! Se for assim muitos de vocês não têm corpinho pra andar com calçoezinhos nas praias nem na rua tamanha é a pança que camufla qualquer piloca de 15 cm!!!! Tenham tento na cabeça porque se essas barrigudas lhes abrissem as pernas era já a correr né? Sejam mais exigentes com vocês do que connosco e depois logo se vê! Ah e já fui melhor engatada por homens de etnias africanas e ucranianas do que por tugas por isso aprendam com eles! Atenção isto nem é vingança por dizerem mal de nós, é mesmo a realidade das coisas. Aposto que gozam com o Zeze Camarinha mas eles é que a sabe toda!
Acho que já disse tudo e só vos peço para abrirem os olhos para aquilo que têm há frente das trombas, que não é tão mau assim… Peço desculpa pelas ordinarisses, e pelos erros de escrita!
Minha opinião sobre as mulheres já escrevi lá no blog da Daniela, que infelizmente, deve ter desistido de colaborar aqui, mas me faria muito gosto se o fizesse.
Minha opinião,no geral.Há uma ferida entre os dois povos que se alimenta ainda mais de preconceitos, idiotamente. Por que? Porque não conseguimos ainda encarar a nós mesmos, nossa mediocridade. Quando digo nós, estou falando de nós, portugueses e brasileiros. Temos, no fundo um mesmo mal. Que é esse enorme complexo de inferioridade, que às vezes se mostra numa outra face, uma presunção de superioridade. Enquanto nós acharmos muito mais do que nós realmente somos, fica difícil. A gente só consegue uma auto-estima madura quando conseguimos encarar as próprias fraquezas, incoerencias, idiossincrasia. Os brasileiros são mal formados,sim, na escola, com muito jogo de cintura, mas com muita ignorância em relação a muita coisa.
Os portugueses são melhor formados sim, mas com menos jogo de cintura e também muita ignorancia em relação a muita coisa.
O que nos faz menos ignorantes? A humildade de tentar pensar outros pontos de vista, olhar pro mundo de forma mais ampla. Ir ao dicionário, ao google, pelo menos, para tentar saber de algo. Saber dizer, "Você sabe que eu não tinha visto por esse ângulo?" E ao mesmo tempo não ser hipócrita, dizer o que pensa,não esconder para si.
Então muito dos estereótipos se fortalecem entre pessoas menos esclarecidas, elas mesmas, na maioria das vezes, fazendo valer os estereótipos tanto de um lado como de outro. E vou dizer, há aquele que não teve mesmo oportunidade de aprender, mas muitos, muitos, arrotam "verdades" por aí como se soubessem de tudo.
Quando nos fechamos numa visão pequenininha, fica difícil. Os brasileiros escrevem mal? Portugueses também. Brasileiros gostam de sexo? Portugueses também, e como. E entre si mesmos, não tendo nada a ver com brasileiras. Só que uns aprenderam a civilidade, que significa mais ou menos assim: tenho personagens diferentes que se ajustam à cada ocasião. A civilidade não é um mal em si, na minha opinião é muito mais bem que mal, na maioria dos casos.
Muitos brasileiros, por formação, não conseguiram ainda essas várias possibilidades de personagens, e pior ainda, vestem os estereótipos que se espera deles, também arrotando por aí, que é brasileiro e muita coisa.
Mas o que me irrita mesmo, em brasileiros e portugueses, é quererem ser mais do que são, não terem o menor senso crítico. Outro dia vi num blog sobre dúvidas de portugueses e portuguesas sobre sexo. Vou te dizer, tinha ali uma imaginação de outro mundo. Portugueses são muito sexuais, podem ser até reprimidos, não sei, mas que são, são.Então por que essa hipocrisia?
Tudo bem que tem algo de "objeto" na sexualidade da brasileira que também não me agrada.
E a nossa mania de grandeza?
Uma vez vi na RTP uma cobertura sobre a festa de passagem de ano no Rio, a repórter dizendo que era o "maior Reveillon do mundo". Nós brasileiros não percebemos como as vezes exageramos em coisas assim. Acho até engraçada essa propaganda que está no ar agora, de brasileiros falando mal do país, e quando chega um estrangeiro falando também, eles mudam imediatamente ficando contra o estrangeiro. Acho engraçada, vale, mas pra mim que tenho olho pro mundo com a curiosidade de conversar com outras culturas, de ampliar horizontes, você não conseguir conversar com alguém de fora sobre o próprio país, ouvir críticas interessantes sem se rebaixar demais ou se enaltecer demais, numa medida justa, é ser obtuso e perder de aproveitar um mundo tão interconectado. Eu acho que o ponto de partida para se crescer em qualquer nível, pessoal ou até de um povo, é uma justa idéia de onde você está e de quem você e de suas qualidades e seus defeitos. Com menos frases feitas, feridas cretinas, e idéias pequenininhas, por favor, dos dois lados.
Obs:Eu sou brasileira, brasileiríssima, não poderia existir como sou se não fosse brasileira, pela minha origem, parte indígena. Por isso mesmo, me sinto no direito de dizer o que quiser sobre meu país, e ponto final.
Sim, nós também temos nossos incriveis nem tão valorizados. Nos últimos tempos o Brasil tem conquistado primeiros lugares, de maneira tão, tão competente, que fica até enjoativo. O negócio é que temos aqui o futebol. E o futebol, é o esporte mais popular no mundo. As caras do futebol são as caras da rua. E todos nós sabemos, que os heróis tanto na literatura, quanto na vida real, se sustentam na identificação. Quanto mais ele te representa, mais você o acompanhará, lembrará dele. Os nossos heróis do vôlei não são exatamente a cara do Brasil povão, a não ser umas poucas exceções como o grande pequeno e competentíssimo levantador Marcelinho. Nossos heróis tem cara de classe média, mesmo que não sejam, na origem. Expressam-se como classe média, não o português das ruas. O futebol, além de tudo, ainda tem a capacidade de fazer milionários do dia para noite. No vôlei não há essas maluquices.O vôlei também tem seus destaques, mas não é personalista como o futebol. O que é mais evidente no vôlei é a competência do conjunto, algo mais sutil, complexo.Isso faz com que o povo admire só à distancia. Injustiças da vida.
Foto: Giba e Marcelinho
Copa do Mundo (Adulto - Masculino) Ano Local do campeonato Colocação do Brasil
2003 Japão 1º lugar
2007 Japão 1º lugar
Liga Mundial (Adulto - Masculino) Ano Local do campeonato Colocação do Brasil
2000 Holanda 3º lugar
2001 Polônia 1º lugar
2002 Brasil 2º lugar
2003 Espanha 1º lugar
2004 Itália 1º lugar
2005 Sérvia Montenegro 1º lugar
2006 Rússia 1º lugar
2007 Polônia 1º lugar
Campeonato Mundial (Adulto - Masculino) Ano Local do campeonato Colocação do Brasil
2002 Argentina 1º lugar
2006 Japão 1º lugar
Olimpíadas (Adulto - Masculino) Ano Local do campeonato Colocação do Brasil
2000 Austrália 6º lugar
2004 Grécia 1º lugar
Pan-Americano (Adulto - Masculino) Ano Local do campeonato Colocação do Brasil
2003 R. Dominicana 3º lugar
2007 Brasil 1º lugar
Sul-Americano (Adulto - Masculino) Ano Local do campeonato Colocação do Brasil
2001 Colômbia 1º lugar
2003 Brasil 1º lugar
2005 Brasil 1º lugar
2007 Chile 1º lugar
World Grand Champions (Adulto - Masculino) Ano Local do campeonato Colocação do Brasil
2001 Japão 2º lugar
2005 Japão 1º lugar
Copa América (Adulto - Masculino) Ano Local do campeonato Colocação do Brasil
O grupo de teatro francês esteve no Brasil com o espetáculo Les Éphémères
Falando com o programa da GloboNews Starte, sobre o valor do efêmero, Ariane Mnouchkine fez uma observação sobre brasileiros com a qual concordo
- Até que ponto é necessário falar de perdas, relembrar as perdas, para que a gente valorize a vida?"
- Porque somos assim..!....não conseguimos perceber um momento feliz enquanto o vivemos.
Só dizemos depois:
"Ah ...como éramos felizes...Ah...se eu soubesse..."
É preciso muita sabedoria para dizer:
"Este é um momento de felicidade.....este....agora há pouco...agora"
Geralmente dizemos: "Como era bom! "
Talvez justamente os brasileiros ....se não conseguem fazer isso ....pelo menos tentam ....As vezes eu ouço vocês....celebrando o instante...dizendo..... "Como é bom..iso que estou vivendo agora"
Ariane Mnouchkine é diretora da companhia Théâtre du Soleil, que ela fundou em 1964 com seus companheiros da Associação Teatral dos Estudantes de Paris. Na década de 1970 o Théâtre du Soleil tornava-se uma das maiores companhias da França, tanto pela quantidade de artistas quanto pela influência exercida internacionalmente. Partindo da idéia de companhia semelhante a uma tribo ou família, Ariane Mnouchkine estabeleceu a ética do Soleil a partir de regras elementares: as funções se confundem, todos recebem o mesmo salário e, em cena, a distribuição definitiva só é decidida depois de vários atores terem passado por diversos papéis. O Théâtre du Soleil é hoje uma das últimas companhias ainda existentes na Europa a funcionar desse modo. Sua trajetória vem se construindo há mais de quarenta anos graças à fidelidade e à afeição de um público numeroso tanto na França quanto em outros países. O percurso da companhia é marcado por uma interrogação constante sobre o papel, o lugar do teatro e sua capacidade de representar a época atual. O empenho de Ariane Mnouchkine em tratar das grandes questões políticas e humanas com abordagem universal junta-se à pesquisa de importantes formas narrativas e à confluência das artes do Oriente e do Ocidente.
Tenho uma amiga portuguesa que é um achado... pelo bom humor, pelo jeito de ser que só traz boa energia. Ela foi de viagem à Lisboa e me mandou essa fotos, lindas...
Dicionario Brasileiro / Português
O brasileiro tira o "fone" do gancho e diz: "Alô?" O português pega o "auscultador" e diz "Estou!" Um acontecimento no Brasil É um facto em Portugal Chope=Imperial (Sul), Fino (norte) Camisa do jogador de futebol=Camisola Salpicão - salada com frango defumado Salpicão - linguiça defumada Banheiro - Quarto de banho Açougue - Açogueiro Talho - Talhante Fila - Bicha Ônibus - Autocarro Trem - Combóio Toca-fitas - Leitor de cassetes Tela (TV,Comp)- Écran Terno - Fato Menino - "puto" Meias masculinas-Peúgas Cueca - Boxer Multa - Coima "meia" - 6 (seis) Galera -Turma Embarcação=Galera Usuário=Utilizador Xerox=Fotocópia Caça comprida=pantalona Legal, maneiro=fixe (pronuncia-se "fiche") Pistolão (gíria)=Cunha (gíria) Cafezinho=Bica, Biquinha Bala=Rebuçado Elegante=Gira Restaurante=Casa de Pasto Suco=Sumo Xícara=Chávena Quadrinhos=Banda Desenhada Drink=Bebida Time=Equipa / clube Parada=Demora Torcida/Claque O que está na moda =Altamente Maravilhoso , jóia =Bestial Muito=Bué Mulher Tagarela =Galinha (no Brasil, galinha é uma palavra feia quando usada para uma mulher) O que não tem nada a ver=Bacorada Burro = "uma anta"=Calhau Vai plantar batatas! / Vai catar coquinhos! / Deixe-me em paz! Desampara-me a loja ! / Vai comer palha! Pessoa Estúpida / "Casca Grossa" Tulho Dedurar / Dedo duro Chibo Pessoa sem conhecimento do assunto Nharro / gandarro / massaro Falar pelos cotovelos = Falar demais Ir por água a baixo =Não dar certo Dar o braço a torcer=Recohecer um erro Piada seca - Piada seca - "bacorada que um tulho diz!" Mistura de burro com o casca grossa Pigmeu - "mistura de tulho com calhau! " animal emocionante axé (pronuncia-se aché) = energia positiva "Diga aí meu Rei! " =Dizer o que deseja Mané ou Zé Mané = Otário, um bobo O bicho pegou =Ficou complicado Viajou na maionese=Não entendeu nada Leseira/Preguiça Troncho (a)/desarrumado Jaburu / Tribufu / Tanque/Mulher Feia Ficar de Olho/Vigiar Chorar de barriga cheia/Reclamar sem motivos Aeromoça/Hospedeira de Bordo Água Viva/Alforreca Água Sanitária/Lixívia Âncora do Telejornal/Pivot (Pivô) Apostila/Sebenta ARO DE RODA (de automóvel) Jante (ex.: jante de 15 polegadas = roda aro 15) Band-aid/Penso Rápido Banho / Chuveirada /duche Banho de Banheira/Banho Bilhão ( quantidade)/Mil milhões, bilião Biscoito Champagne/Palitos de La Reine Bonde/Eléctrico Cair a ligação telefônica/Vir abaixo Caixa Postal/Apartado Camiseta/T-Shirt Carteira de Identidade/Bilhete de Identidade Carteira de Motorista/Carta de Condução Pixaim, cabelo ruim/Gadelha Câmbio (automóvel)/Mudanças Caminhão/Camião Colar nas Provas/Cabular / Baldar Cabular aula / a escola/Faltar a escola propositalmente Concreto/Betão Concreto Armado/Betão armado Coxim (automóvel)/Chumaceira (Cozinhar até ficar) CROCANTE /(Cozer até ficar) ESTALADIÇO Creme de Leite/Natas DESCARGA (de banheiro) /Autoclismo (do quarto de banho) DUBLAGEM (de filme, de programa de tv) /Dobragem ENCANADOR (ou "bombeiro", expressão usada no RJ) Picheleiro, ou Canalizador ESCANTEIO (futebol) /pontapé de canto Estrada Asfaltada-Estrada alcatroada Faixa de Pedestre -Passadeira Favela - Bairro de Lata Fermento Biológico-Femento Padeiro Freio (carro) -Travão Funilaria / Lantern -Bate-chapa Fusca -Carocha Geladeira -Frigorífigo Gramado -Relvado Goleiro -Guarda-redes Grampeador -Agrafador Hodômetro-Conta-quilómetros Inflável-Insulflável Jaqueta-Blusão Limpador de para brisa Escova limpa-vidros Lonas de freios-Maxilas Maiô -Fato de banho Mamadeira-Biberon Mamão-Papaya Marrom-Castanho Necrotério-Morgue (Óleo) Diesel-Gasóleo Painel (carro)-Tablier Pão Francês-Carcaça Pedágio-Portagem Pedestre-Peão Perua -Carrinha Pessoa Física-Pessoa Singular Ponto de Onibus-Paragem Pé de Pato -Barbatanas Placa do Carro-Matrícula (ddd) -Indicativo Salva-vidas-Nadador Sanduíche-Sandes Secretária Eletrônica Atendedor de Chamadas Tanque de combustível-Depósito Chapinha (refrigerante) Cápsula Celular-Telemóvel Térreo-Rés do chão Teto Solar-Tejadilho de Abrir Torque (motor)-Binário Trecho (da estrada)-Troço Venda a varejo-Venda a retalho Vitrine-Montra (vitrine também se usa) Viva voz (para os carros)-Mãos Livres Filézinho ou Sanduiche de Filé-Prego "viajar na maionese" -"andar a apanhar papeis" Bisnaga (Pão)-Cacete Patricinha /Mauricinho-Betinha / Betinho Fofocar / Tricotar-"Estar na costura" Falar mal de alguém-"Cortar na casaca" Barbeiro (motorista ruim) Azelha ( mal condutor) Friaca (muito frio) - Hoje esta uma friaca Briol - Hoje esta um briol! No Brasil ficamos resfriados Em Portugal, constipados
É impossível gostar de si rejeitando uma parte sua que lhe é inerente, querendo tirar e jogar fora. É como rejeitar a si mesmo. É querer ser algo que não se é. Originalidade é um bem que vence o tempo.Brasileiros precisam entender profundamente Portugal, para entenderem profundamente a si mesmos. Só assim poderão gostar genuínamente de si, porque esse "Olha como somos maravilhosos!!!", desculpe, não me convence, quero mais. Quero aquele gostar de si tranquilo de quem não precisa desesperadamente convencer a ninguém. E está tão bem consigo mesmo que consegue olhar em volta e perceber os outros. Portugueses e brasileiros, a meu ver, deixam de simplesmente SER para medir forças. Toda a sua estreita visão consiste em captar os que estão "acima" e os que estão "abaixo" de nós. Esse blog tenta, de maneira ainda nem tão ideal, mas tenta, ampliar essa visão e deixar tudo mais colorido e interessante. Seja bem vindo(a).
LIBERDADE
The only freedom which deserves the name is that of pursuing our own good in our own way, so long as we do not attempt to deprive others of theirs, or impede their efforts to obtain it. Each is the proper guardian of his own health, whether bodily, or mental or spiritual. Mankind are greater gainers by suffering each other to live as seems good to themselves, than by compelling each to live as seems good to the rest.
John Stuart Mill, On Liberty, 1859English economist & philosopher (1806 - 1873) "A ÚNICA LIBERDADE QUE MERECE ESTE NOME É A DE PROCURARMOS O NOSSO PRÓPRIO BEM À NOSSA MANEIRA, DESDE QUE NÃO TENTEMOS PRIVAR OS OUTROS DO SEU, OU FRUSTRAR OS SEUS ESFORÇOS PARA O ALCANÇAR. CADA UM DE NÓS É O MELHOR GUARDIÃO DA SUA PRÓPRIA SAÚDE, SEJA ELA CORPORAL, MENTAL OU ESPIRITUAL. A SOCIEDADE ACABA POR GANHAR MAIS PERMITINDO QUE CADA UM VIVA À SUA MANEIRA QUE OBRIGANDO-O A VIVER À MANEIRA DE OUTRO".
Ser poeta não é uma ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho
Alberto Caeiro
Ás vezes tenho idéias felizes, Idéias subitamente felizes, em idéias E nas palavras em que naturalmente se despegam... Depois de escrever, leio... Por que escrevi isto? Onde fui buscar isto? De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu... Seremos nós nesse mundo apenas canetas com tinta Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...
Álvaro de Campos
Queriam-me casado, cotidiano, fútil e tributável? Queriam-me o contrário disso, o contrário de qualquer [coisa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência!
Álvaro de Campos...
O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de, vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do Mundo.. Creio no mundo como num malmequer, Porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe por que ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, E a única inocência não pensar... Alberto Caeiro
Eu amo tudo que foi, Tudo que já não é, A dor que já não me dói. A antiga e a errônea fé, O ontem que dor deixou, O que deixou alegria Só porque foi e voou E hoje é já outro dia. [Poesias Coligadas/inéditas]
Segue o teu destino, rega a tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias. A realidade sempre é mais ou menos do que nós queremos. Só nós somos sempre iguais a nós próprios. Suave é viver só. Grande e nobre é sempre viver simplesmente. Deixa a dor nas aras como ex-voto aos deuses. Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. Ela nada pode Dizer-te. A resposta está além dos deuses. Mas serenamente imita o Olimpo no teu coração. Os deuses são deuses porque não se pensam. Ricardo Reis
A conversa dentro da conversa dentro da conversa.
Conversa à beira do càis
Crônica de Mário de Andrade, 1938 (...nada mudou...) Outro dia, dia útil, almocei com um amigo num dos restaurantes do mercado do Rio. Talvez tenha me excedido na moqueca de peixe, excelente. Sei que me senti bastante completo, com desejo de ficar só, como nos momentos raros de perfeição. Por isso, meu amigo tendo seus afazeres e eu nada, me despedi gostosamente dêle, e fiquei banzando, pensamento entrecerrado, pelo cáis da Praça Quinze. Olhava o mar que se descortina dali, curto, sem a menor oceanidade.Foi quando se aproximou um homem, isto é, não se aproximou não,quando ele falou comigo pus reparo num homem debruçado no parapeito do cáis.Apontando uma barca rapida que entrava comentou que decerto estava cheia de taínhas. Não sei por que sentimento de complacência fui perguntando ao homem qualquer coisa sobre a pesca de taínhas, si não era feita de noite, si a barca então saira na véspera e vinha atrasada, ou si, marupiara, chegava primeiro, nem lembro. O homem secundava manso, com forte acento português, mirando o mar. Era operário,de fato português com apenas dois anos de Brasil e nenhum conhecimento de taínhas. De repente parou a frase, meio que se virou me olhando pela primeira vez e perguntou: _ Êtes-vous français? _ V' oui, que eu falei, com uma espontaneidade tão absurda que nem pude me divertir com a pergunta. E esta era perfeitamente maluca: nada tenho de francês nem no corpo nem na fala. Donde vinha aquele portuga me pensar francês! Porém nada me divertia, estava era espaventado com a espontaneidade da minha mentira. E logo imaginei com primaridade acomodatícia: A resposta fôra um puro reflexo de vaidade, pois não tinha dúvida que me timbrava como elogio pelo ser inteiro, aquela invenção do operário. A conversa continuou em francês e, está claro, desde então dirigida cuidadosamente por mim. Quis logo saber si o homem estivera na França (sim), quanto tempo (dois anos), em que cidade (Lião, Marselha). Sobretudo os lugares em que o operário estivera, me preocuparam muito no começo, pra não coincidir com êles nalguma resposta. Então me situei desafogadamente ao norte, em Paris onde nasci, no Havre e em mais duas ou três invenções que meu juízo reputou bem pobres geograficamente. Depois fui consertando com paciência a invencionice: meu pai é que era bem francês, viera ao Brasil, servira como gerente numa casa de sêdas em São Paulo (hoje me envergonho da associação de imagens larvar: Lião-sêdas), e se casara afinal nesta São Paulo com uma senhora paranaense que, pra viver em São Paulo, fiz ser filha de militar. Foram em viagem de núpcias para a França e eu nasci em Paris, voilà. Minha mãe fez questão de me registrar no consulado, mas educado num liceu de Versalhes (gostei de Versalhes que aumentou a geografia), tendo pasado a mocidade em França, me sinto muito mais francês que brasileiro. De resto, estava no Brasil apenas de passagem, colhendo uma herança curta (fiz questão do "curta" pro homem não me pedir dinheiro) e voltava dentro de uns três mêses. Então metemos o pau no Brasil. Mas fiquei logo com vontade de me vingar do companheiro e meti o pau em Portugal, por causa do fachismo. Mas o português me ajudou. Então meti o pau na França, meti o pau na Europa e, é incrível! Não uso de patriotices, mas não sei o que me deu: me deu uma vontade enorme de elogiar o Brasil, fiz. Êle aceitou, com indiferença, meus comentários sobre a doçura, apesar de tudo, desta nossa vida brasileira. De vez em quando eu argotizava com aplicação pra me anaturalizar bem francês. Ele, por si, contou uma história labiríntica que me pareceu muito mal contada em que entrava uma mulher bastante rica apaixonada por ele, mais a filha dela e com a mesma paixão. Tudo de uma imoralidade exemplar, certos detalhes!... De repente, tive a noção absoluta de que o homem estava mentindo. Enguli a mentira toda bem quietinho. E concebi concomitantemente o pensamento de que talvez êle já me perguntasse si eu era françês por simples mentira, apenas pra poder contar sua estadia verdadeira em Marselha e Lião. Mas fui bêsta, botando importância em mim, e ele êle tivera que esperar aquela conversalhada, pra achar ouvidos que escutassem o seu mundo imaginário de sexualidades escatológicas. Estava tão distraídonestas dúvidas, que a conversa entreparou, desiludida. O operário aproveitou a estiada e se despediu tocando levemente o chapéu. Isto é, boné. Os Filhos Da Candinha, Martins Editora.
Clarice Lispector
O homem parecia ter desapontadamente perdido o sentido do que queria anotar. E hesitava, mordia a ponta do lápis como um lavrador embaraçado por ter que transformar o crescimento do trigo em algarismos. De novo revirou o lápis, duvidava e de novo duvidava, com um respeito inesperado pela palavra escrita. Parecia-lhe que aquilo que lançasse no papel ficaria definitivo, ele não teve o desplante de rabiscar a primeira palavra. Tinha a impressão defensiva de que, mal escrevesse a primeria, e seria tarde demais. Tão desleal era a potência da mais simples palavra sobre o mais vasto dos pensamentos. Na realidade o pensamento daquele homem era apenas vasto, o que não o tornava muito utilizável. No entanto parece que ele sentia uma curiosa repulsa em concretizá-lo, e até um pouco ofendido como se lhe fizessem proposta dúbia....
A maçã no escuro
Escrever em português
Nascer no Cairo, ser fêmea de cupim
Conhece o vocábulo escardinchar? Qual o feminino de cupim? Qual o antônimo de póstumo? Como se chama o natural do Cairo?O leitor que responder "não sei" a todas estas perguntas não passará provavelmente em nenhuma prova de Português de nenhum concurso oficial. Aliás, se isso pode servir de algum consolo à sua ignorância, receberá um abraço de felicitações deste modesto cronista, seu semelhante e seu irmão. Porque a verdade é que eu também não sei. Você dirá, meu caro professor de Português, que eu não deveria confessar isso; que é uma vergonha para mim, que vivo de escrever, não conhecer o meu instrumento de trabalho, que é a língua.Concordo. Confesso que escrevo de palpite, como outras pessoas tocam piano de ouvido. De vez em quando um leitor culto se irrita comigo e me manda um recorte de crônica anotado, apontando erros de Português. Um deles chegou a me passar um telegrama, felicitando-me porque não encontrara, na minha crônica daquele dia, um só erro de Português; acrescentava que eu produzira uma "página de bom vernáculo, exemplar". Tive vontade de responder: "Mera coincidência" — mas não o fiz para não entristecer o homem.Espero que uma velhice tranqüila - no hospital ou na cadeia, com seus longos ócios — me permita um dia estudar com toda calma a nossa língua, e me penitenciar dos abusos que tenho praticado contra a sua pulcritude. (Sabem qual o superlativo de pulcro? Isto eu sei por acaso: pulquérrimo! Mas não é desanimador saber uma coisa dessas? Que me aconteceria se eu dissesse a uma bela dama: a senhora é pulquérrima? Eu poderia me queixar se o seu marido me descesse a mão?). Alguém já me escreveu também — que eu sou um escoteiro ao contrário. "Cada dia você parece que tem de praticar a sua má ação — contra a língua". Mas acho que isso é exagero.Como também é exagero saber o que quer dizer escardinchar. Já estou mais perto dos cinqüenta que dos quarenta; vivo de meu trabalho quase sempre honrado, gozo de boasaúde e estou até gordo demais, pensando em meter um regime no organismo — e nunca soube o que fosse escardinchar. Espero que nunca, na minha vida, tenha escardinchado ninguém; se o fiz, mereço desculpas, pois nunca tive essa intenção.Vários problemas e algumas mulheres já me tiraram o sono, mas não o feminino de cupim. Morrerei sem saber isso. E o pior é que não quero saber; nego-me terminantemente a saber, e, se o senhor é um desses cavalheiros que sabem qual é o feminino de cupim, tenha a bondade de não me cumprimentar. Por que exigir essas coisas dos candidatos aos nossos cargos públicos? Por que fazer do estudo da língua portuguesa uma série de alçapões e adivinhas, como essas histórias que uma pessoa conta para "pegar" as outras? O habitante do Cairo pode ser cairense, cairei, caireta, cairota ou cairiri — e a única utilidade de saber qual a palavra certa será para decifrar um problema de palavras cruzadas. Vocês não acham que nossos funcionários públicos já gastam uma parte excessiva do expediente matando palavras cruzadas da "Última Hora" ou lendo o horóscopo e as histórias em quadrinhos de "O Globo"?No fundo o que esse tipo de gramático deseja é tornar a língua portuguesa odiosa; não alguma coisa através da qual as pessoas se entendam, ruas um instrumento de suplício e de opressão que ele, gramático, aplica sobre nós, os ignaros.Mas a mim é que não me escardincham assim, sem mais nem menos: não sou fêmea de cupim nem antônimo do póstumo nenhum; e sou cachoeirense, de Cachoeiro, honradamente — de Cachoeiro de Itapemirim!
Rubem Braga
Reforma Ortográfica
As novas regras da língua portuguesa devem começar a ser implementadas em 2008. Mudanças incluem fim do trema e devem mudar entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro. Veja abaixo quais são as mudanças. HÍFEN Não se usará mais: 1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista" 2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada" TREMA Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados ACENTO DIFERENCIAL Não se usará mais para diferenciar: 1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição) 2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo) 3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo") 4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo) 5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica) ALFABETO Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y" ACENTO CIRCUNFLEXO Não se usará mais: 1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem" 2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam "enjoo" e "voo" ACENTO AGUDO Não se usará mais: 1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia" 2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca" 3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem GRAFIA No português lusitano: 1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo" 2. será eliminado o "h" de palavras como "herva" e "húmido", que serão grafadas como no Brasil -"erva" e "úmido"
Choto Bandido
mesmo que os cantores sejam falsos como eu serão bonitas, não importa, são bonitas as canções mesmo miseráveis os poetas os seus versos serão bons mesmo porque as notas eram surdas quando um deus sonso e ladrão fez das tripas a primeira lira que animou todos os sons e daí nasceram as baladas e os arroubos de bandidos como eu cantando assim:você nasceu para mim você nasceu para mim mesmo que você feche os ouvidos e as janelas do vestido minha musa vai cair em tentação mesmo porque estou falando grego com sua imaginação mesmo que você fuja de mim por labirintos e alçapões saiba que os poetas como os cegos, podem ver na escuridão e eis que, menos sábios do que antes os seus lábios ofegantes hão de se entregar assim:me leve até o fim me leve até o fim mesmo que os romances sejam falsos como o nosso são bonitas, não importa, são bonitas as canções mesmo sendo errados os amantes seus amores serão bons
edu lobo - chico buarquepara a peça “o corsário do rei de augusto boal”1985