Diálogo.....

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Théâtre du Soleil
O grupo de teatro francês esteve no Brasil com o espetáculo Les Éphémères
Falando com o programa da GloboNews Starte, sobre o valor do efêmero, Ariane Mnouchkine fez uma observação sobre brasileiros com a qual concordo

- Até que ponto é necessário falar de perdas, relembrar as perdas, para que a gente valorize a vida?"

- Porque somos assim..!....não conseguimos perceber um momento feliz enquanto o vivemos.

Só dizemos depois:
"Ah ...como éramos felizes...Ah...se eu soubesse..."

É preciso muita sabedoria para dizer:

"Este é um momento de felicidade.....este....agora há pouco...agora"

Geralmente dizemos: "Como era bom! "
Talvez justamente os brasileiros ....se não conseguem fazer isso ....pelo menos tentam ....As vezes eu ouço vocês....celebrando o instante...dizendo..... "Como é bom..iso que estou vivendo agora"



Infelizmente, depois de um tempo, o video só fica disponivel para assinantes....

Esse outro vídeo, é uma cena em ação do teatro do sol.








Ariane Mnouchkine é diretora da companhia Théâtre du Soleil, que ela fundou em 1964 com seus companheiros da Associação Teatral dos Estudantes de Paris. Na década de 1970 o Théâtre du Soleil tornava-se uma das maiores companhias da França, tanto pela quantidade de artistas quanto pela influência exercida internacionalmente. Partindo da idéia de companhia semelhante a uma tribo ou família, Ariane Mnouchkine estabeleceu a ética do Soleil a partir de regras elementares: as funções se confundem, todos recebem o mesmo salário e, em cena, a distribuição definitiva só é decidida depois de vários atores terem passado por diversos papéis. O Théâtre du Soleil é hoje uma das últimas companhias ainda existentes na Europa a funcionar desse modo. Sua trajetória vem se construindo há mais de quarenta anos graças à fidelidade e à afeição de um público numeroso tanto na França quanto em outros países. O percurso da companhia é marcado por uma interrogação constante sobre o papel, o lugar do teatro e sua capacidade de representar a época atual. O empenho de Ariane Mnouchkine em tratar das grandes questões políticas e humanas com abordagem universal junta-se à pesquisa de importantes formas narrativas e à confluência das artes do Oriente e do Ocidente.






Cidade Limpa

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

imagem retirada do blog http://matrixhldz.blogspot.com/
A Campanha "Cidade Limpa" completa um ano agora em 1 de janeiro de 2008. Qual é a diferença, na subjetividade daquele que sai para trabalhar e não tem que lidar mais com a imposição da publicidade no que deveriam ser seus sonhos, pelo menos durante o seu longo - na maioria das vezes - trajeto até o trabalho?
Não ter que lidar com "o carro dos sonhos", "o corpo dos sonhos", a vida ideal do capitalismo justamente no caminho do trabalho, faz alguma diferença?

Mar de Leite

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007



Como adorei o blog do Fernando Meireless sobre as filmagens de "Blindness" deixo aqui um trecho do livro de Saramago, só pra deixar um gostinho....

Esse é só um trecho do começo da história, que é sobre uma cegueira epidêmica, e o pavor que gera escancarando o terrível em todos nós.

"O sinal verde acendeu-se enfim, bruscamente os carros arrancaram, mas logo se notou que não tinham arrancado todos por igual. O primeiro da fila do meio está parado, deve haver ali um problema mecânico qualquer, o acelerador solto, a alavanca da caixa de velocidades que se encravou, ou uma avaria do sistema hidráulico, blocagem dos travões, falha do circuito eléctrico, se é que não se lhe acabou simplesmente a gasolina, não seria a primeira vez que se dava o caso. O novo ajuntamento de peões que está a formar-se nos passeios vê o condutor do automóvel imobilizado a esbracejar por trás do pára-brisas, enquanto os carros atrás dele buzinam frenéticos. Alguns condutores já saltaram para a rua, dispostos a empurrar o automóvel empanado para onde não fique a estorvar o transito, batem furiosamente nos vidros fechados, o homem que está lá dentro vira a cabeça para eles, a um lado, a outro, vê-se que grita qualquer coisa, pelos movimentos da boca percebe-se que repete uma palavra, uma não, duas, assim é realmente, consoante se vai ficar a saber quando alguém, enfim, conseguir abrir uma porta, Estou cego.



Ninguém o diria. Apreciados como neste momento é possível, apenas de relance, os olhos do homem parecem sãos, a íris apresenta-se nítida, luminosa, a esclerótica branca, compacta como porcelana. As pálpebras arregaladas, a pele crispada da cara, as sobrancelhas de repente revoltas, tudo isso, qualquer o pode verificar, é que se descompôs pela angústia. Num movimento rápido, o que estava à vista desapareceu atrás dos punhos fechados do homem, como se ele ainda quisesse reter no interior do cérebro a última imagem recolhida, uma luz vermelha, redonda, num semáforo. Estou cego, estou cego, repetia com desespero enquanto o ajudavam a sair do carro, e as lágrimas, rompendo, tornaram mais brilhantes os olhos que ele dizia estarem mortos. Isso passa, vai ver que isso passa, às vezes são nervos, disse uma mulher. O semáforo já tinha mudado de cor, alguns transeuntes curiosos aproximavam-se do grupo, e os condutores lá de trás, que não sabiam o que estava a acontecer, protestavam contra o que julgavam ser um acidente de transito vulgar, farol partido, guarda-lamas amolgado, nada que justificasse a confusão, Chamem a polícia, gritavam, tirem daí essa lata. O cego implorava, Por favor, alguém que me leve a casa. A mulher que falara de nervos foi de opinião que se devia chamar uma ambulância, transportar o pobrezinho ao hospital, mas o cego disse que isso não, não queria tanto, só pedia que o encaminhassem até à porta do prédio onde morava, Fica aqui muito perto, seria um grande favor que me faziam. E o carro, perguntou uma voz. Outra voz respondeu, A chave está no sítio, põe-se em cima do passeio. Não é preciso, interveio uma terceira voz, eu tomo conta do carro e acompanho este senhor a casa. Ouviram-se murmúrios de aprovação. O cego sentiu que o tomavam pelo braço, Venha, venha comigo, dizia-lhe a mesma voz. Ajudaram-no a sentar-se no lugar ao lado do condutor, puseram-lhe o cinto de segurança, Não vejo, não vejo, murmurava entre o choro, Diga-me onde mora, pediu o outro. Pelas janelas do carro espreitavam caras vorazes, gulosas da novidade. O cego ergueu as mãos diante dos olhos, moveu-as, Nada, é como se estivesse no meio de um nevoeiro, é como se tivesse caído num mar de leite.
Mas a cegueira não é assim, disse o outro, a cegueira dizem que é negra, Pois eu vejo tudo branco, Se calhar a mulherzinha tinha razão, pode ser coisa de nervos, os nervos são o diabo, Eu bem sei o que é, uma desgraça, sim, uma desgraça, Diga-me onde mora, por favor, ao mesmo tempo ouviu-se o arranque do motor. Balbuciando, como se a falta de visão lhe tivesse enfraquecido a memória, o cego deu uma direcção, depois disse, Não sei como lhe hei-de agradecer, e o outro respondeu, Ora, não tem importância, hoje por si, amanhã por mim, não sabemos para o que estamos guardados,
..."




40 bilhões a menos.....?????

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Guido Mantega dá entrevista, agora, tentando acalmar o mercado que não gostou da não aprovação,ao mesmo tempo que responsabiliza a oposição pela perda no orçamento da saúde. Ok, saúde sem dinheiro é um mal menor do ponto de vista do mercado...


A não aprovação da prorrogação da C.P.M.F. coloca agora, realmente, em evidência, o orçamento do Estado. A Reforma Tributária, a qualidade dos gastos do governo, são discussões de muitíssima importância; que a sociedade, relapsa, deixa para as criancinhas de Brasília resolverem sozinhas, não presta atenção, não se interessa, não dá audiência ao debate.
Mesmo a discussão recente em torno da C.P.M.F pela classe média, foi pobre.
A oposição diz que já se espera para o próximo ano uma arrecadação que supera esse rombo, mas estávamos nós, sociedade, satisfeitos com os gastos do governo?
Não estamos precisando de mais investimentos em várias áreas? Não há falta de recursos em vários setores?Que melhoria podemos fazer no orçamento atual?
Acesse os sites, mande e-mails.....
Já estará fazendo algo.

"O QUÊ" ...você é?.....A Complexidade da Sexualidade....

sábado, 8 de dezembro de 2007

Amantes ... João Werner.
"Há algumas décadas, os homossexuais lutavam para ser considerados normais. Depois, foi a vez dos bissexuais pedirem para serem reconhecidos. Hoje, em boa parte da sociedade, aceitam-se três orientações sexuais possíveis:
homo, hetero, ou bissexuais. No entanto, a variedade de práticas sexuais tem mostrado que há muito mais combinações por aí. Essa história de só gay, só hétero ou só bi, já era.
Será esse o fim dos GLBTs ou, ao contrário, o alargamento para outras formas de vivência da sexualidade, muito além da sopa de letrinhas?
Na redação, não conseguimos responder. A dificuldade de se entender a fragilidade do limite entre o que é ser gay, hétero ou bi assustou até mesmo o fotógrafo de nossa capa.
"Vamos mostrar que são possibilidades dentro de um leque ou que são conceitos que não se aplicam mais?", perguntou Ricardo Schetty antes de sugerir temas para as imagens.
A confusão se deve, em grande parte, à visibilidade adquirida nas últimas décadas pelos GLBTs, que colocou em evidência formas de
relacionamento antes escondidas.
Ou seja, se antes as pessoas tinham medo de se declararem homossexuais, muito mais assustador era comentar que, apesar de gay, sentia vontade de sair com mulheres esporadicamente.
50 anos de Kinsey
Em 1948, o pesquisador americano Alfred Kinsey criou uma escala para medir a intensidade homossexual de cada um. Começando com 0 para heterossexual absoluto e indo até 6 para totalmente gay, a escala contempla variações bissexuais. Aquele que sente desejo de maneira igual por homens e mulheres recebe um 3. Na prática, as coisas não funcionam tão facilmente assim.
"A pop star Madonna, quase sempre heterossexual, já disse ter tido amantes lésbicas por diversão. Ela então é bissexual. Ou não? Qual a verdade? Qual a demarcação entre a heterossexualidade intermitente e a bissexualidade sazonal?Quando uma hétero habitual se envolve emocional e fisicamente com outra mulher, ela é bissexual?", pergunta Vange Leonel em sua coluna na Revista da Folha de 4 de fevereiro deste ano. "Não é porque você come salada no almoço que pode ser chamado de vegetariano", brinca o escritor e roteirista Stevan Lekitsch.
"A humanidade está chegando a um ponto em que todo mundo está livre para experimentar o que quer. Não sou da opinião de que hétero que faz sexo com outros homens é gay. Penso que hétero que faz é hétero que tem experiências com outro homem".
Para Suzy Capó, diretora do Festival Mix Brasil, homo, hétero e bi são categorias que estão em fase de questionamento.
"A identidade não é uma coisa fixa. Essas são classificações que foram construídas historicamente, mas mudanças estão ocorrendo em vários níveis".
Suzy lembra o caso de um amigo, o diretor alemão Kristian Petersen, que realizou em Berlim o projeto "Fucking Different", no qual gays falavam sobre lésbicas e vice-versa.
"Quando ele quis levar o projeto para Nova York foi super complicado porque essas categorias não serviam. Estamos em um momento de transição, de questionamento, e é complicado se definir".
Patrulha gay
Stevan, Vange e Suzy fazem coro ao dizer que há mais orientações sexuais que as três clássicas. Essa também é a opinião de Julian Rodrigues, do Setorial Nacional GLBT do Partido dos Trabalhadores. “Na verdade, estamos ainda muito acostumados com padrões binários ao considerar a sexualidade humana". Ou seja, aceitamos gostar do oposto, gostar do mesmo ou gostar dos dois. "Quando se pensa em bissexuais, as pessoas pensam em alguém que goste igualmente dos dois gêneros. E não é assim. Bissexuais podem desejar e praticar mais a homo ou a heterossexualidade. Dificilmente teria alguém 50% hétero e 50% homo".
Para Julian, se a heteronormatividade não fosse tão presente em nossa sociedade, muito mais pessoas se deixariam levar por eventuais desejos homossexuais. "Se tivéssemos outro tipo de sociedade, as pessoas poderiam exercitar mais livremente seu desejo, sem tanto preconceito ou patrulha". Da mesma forma, gays e lésbicas sentem-se pressionados para assumir sua identidade e pode ser incômodo admitir que também tenham desejos héteros.
"Quantos de nós já fomos patrulhados por amigos porque manifestamos desejos, até beijamos e transamos com mulheres? Isso não mudaria nossa identidade gay ou nosso desejo e práticas predominantemente homo. Mas, não é uma coisa geralmente bem vista, na comunidade GLBT", diz Julian. "Por outro lado, se o preconceito não nos levasse tão fortemente a necessidade de reafirmar sempre nossa identidade gay, talvez, alguns gays e algumas lésbicas não se fechassem a, eventualmente, ter experiências heterossexuais."
Héteros que fazem
O publicitário Henrique Oliveira gosta de sair com mulheres e afirma sentir muito tesão por elas. Mas, eventualmente, ele sai com homens. "É sexo, apenas isso", explica. "É uma forma de gozar e que não interfere na minha sexualidade como um todo", completa o rapaz que só se relaciona com gays que saibam onde estão pisando. Ou seja, gays que nem pensem em se envolver sentimentalmente com Henrique.Apesar de assumir que se relaciona com homens, Henrique explica que o envolvimento é diferente.
"Gosto de explorar o corpo da mulher. Com homens, sou mais frio”.
Henrique diz preferir ser ativo durante a relação, mas não se recusa a pegar o parceiro com mais vontade. “Só não dou beijo na boca espontaneamente porque não gosto, mas se pedir, leva”.
Na Europa, o sociólogo Daniel Welzer-Lang verificou, por meio de uma extensa pesquisa, que 61,1% dos héteros já consideraram a possibilidade de fazer sexo com outros homens e 27,8% chegam até a fantasiar a experiência. O resultado está no livro "Os homens também mudam" (Editora Payot).
Para Vange, o foco da questão é outro. "O fato é que há mais orientações do que essas três 'normais'. Há mais nuances, lances e sinais trocados do que estamos acostumados. O enlevo, o beijo e o sexo são fluidos, desconexos e dúbios. Quem hoje é bi amanhã pode ser hexa ou tri. Triste é não seguir o fluxo do gosto e do desejo".
Transitando entre os gêneros
A discussão se complica ainda mais quando, além da orientação sexual, misturam-se as identidades de gênero. Consulte seus amigos e tente responder: quem gosta de travesti é o quê? hétero, homo ou bi? Para as trans que se assumem como femininas, claro que seus parceiros são héteros – e não ouse dizer o contrário. É esse o caso do carioca Leonardo Souza. Ele sai com o consentimento de sua esposa à procura de suas "menininhas", homens casados que gostam de usar calcinhas. "Sempre gostamos de troca de casais. Até que um dia, com um casal que a gente saía, a esposa falou 'hoje, você vai conhecer a Carlinha'. Daí, apareceu o marido de calcinha e eu fiquei louco". Como ficam essas sexualidades múltiplas na hora de terem de escolher se são gays, héteros ou bi?
A prática adotada pelas Ongs e institutos de pesquisa é aceitar o que a pessoa declara ser. No entanto, em muitos casos a declaração parece apenas uma tentativa de se enquadrar no padrão binário estabelecido.
Inversão de papéis
Outra subversiva em questão de gêneros é a assistente social Luciene Rebello. Ela se assume como bissexual e gosta de uma prática diferente: a inversão de papéis. Ou seja, age sexualmente com o papel esperado de um homem, não de uma mulher bonita e vaidosa como ela é no contato social. "Quando pratico inversão de papéis, busco prazer. E para quem? Para ambos! Eu também sinto muito prazer, quando estou sendo 'ativa'. E tal sensação não é um princípio da transexualidade: sou uma pessoa muito empática, e quando penetro a pessoa com quem estou me relacionando, mentalizo estar sentindo as mesmas sensações que provoco, e isso me dá prazer. O potencial de ser capaz de provocar prazer a mim ou ao meu parceiro, seja ele como for, e também poder sentí-lo simultaneamente, é o que mais me dá prazer nessa situação". A partir de sua experiência, Luciene constata que a maioria dos homens que gosta da inversão de papéis se identifica como heterossexuais. "Ela se torna uma mulher completa, nada falta, nem mesmo o falo", diz a psicanalista Marta Monteiro, do Instituto de Psicanálise Lacaniana de São Paulo. "É uma ilusão, mas dá alguma satisfação a ela e aos parceiros". Nem adianta mais quebrar a cabeça tentando entender se aquele cara que tem namorada, mas fica com homens, é bissexual de verdade ou gay com medo de se assumir. Afinal de contas, experimentar é a ordem do dia. "

fonte: http://odass.uniblog.com.br/218349/gay-hetero-ou-bi-precisa-de-rotulos.html

Socorro!!!!!!!!!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007





F0nte "A Folha de São Paulo"


05/12/2007 - 10h57
Brasil é reprovado, de novo, em matemática e leitura
ANTÔNIO GOISda Folha de S.Paulo, no RioANGELA PINHOda Folha de S.Paulo, em Brasília
A péssima posição do Brasil no ranking de aprendizado em ciências se repetiu nas provas de matemática e leitura. Os resultados do Pisa (sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), divulgados ontem pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), mostram que os alunos brasileiros obtiveram em 2006 médias que os colocam na 53ª posição em matemática (entre 57 países) e na 48ª em leitura (entre 56).
O objetivo do Pisa é comparar o desempenho dos países na educação. Para isso, são aplicados de três em três anos testes a alunos de 15 anos em nações que participam do programa. O ranking de ciências, divulgado na semana passada, colocava o Brasil na 52ª posição.
Além de estarem entre os piores nas três provas nessa lista de países, a maioria dos estudantes brasileiros atinge, no máximo, o menor nível de aprendizado nas disciplinas.
O pior resultado aparece em matemática. Numa escala que vai até seis, 73% dos brasileiros estão situados no nível um ou abaixo disso. Significa, por exemplo, que só conseguem responder questões com contextos familiares e perguntas definidas de forma clara.
Em leitura, 56% dos jovens estão apenas no nível um ou abaixo dele. Na escala, que vai até cinco nessa prova, significa que são capazes apenas de localizar informações explícitas no texto e fazer conexões simples.
Em ciências, 61% tiveram desempenho que os colocam abaixo ou somente no nível um de uma escala que vai até seis. Isso significa que seu conhecimento científico é limitado e aplicado somente a poucas situações familiares.
Nos três casos, a proporção de alunos nos níveis mais baixos é muito maior do que a média da OCDE, que congrega, em sua maioria, países ricos.
Comparando o desempenho do Brasil no exame 2003 (que já era ruim) com o de 2006, as notas pioraram em leitura, ficaram estáveis em ciências e melhoraram em matemática.
Uma melhoria insuficiente, porém, para tirar o país das últimas posições, já que foi em matemática que o país se saiu pior em 2006, com médias superiores apenas às de Quirguistão, Qatar e Tunísia e semelhantes às da Colômbia.
Como há uma margem de erro para cada país, a colocação brasileira pode variar da 53ª, no melhor cenário, para a 55ª, no pior. O mesmo ocorre para as provas de leitura e ciências. No de leitura, varia da 46ª à 51ª. Em ciência, da 50ª à 54ª.
A secretária de Educação do governo José Serra (PSDB-SP), Maria Helena de Castro, diz que o resultado em leitura é lamentável. "Essa é uma macrocompetência, básica para que os alunos desenvolvam as outras, como matemática, raciocínio crítico." Nos exames, São Paulo ficou abaixo da média nacional nas três áreas avaliadas.
Suely Druck, da Sociedade Brasileira de Matemática, diz que, em geral, os alunos de outros países, assim como os do Brasil, tiveram desempenho pior em matemática na comparação com as outras disciplinas.
"A matemática se distingue das outras porque desde cedo a criança já tem que ter conhecimento teórico e é um aprendizado seqüencial, ou seja, antes de aprender a multiplicar, tem que saber somar." Por isso, defende que se exija um conteúdo mínimo em matemática para o professor dos primeiros anos do ensino fundamental, quando todas as matérias são ainda ensinadas pela mesma pessoa.
O Pisa permite também comparar meninos e meninas. Em matemática e ciências, no Brasil, eles se saíram melhor. Em leitura, elas foram melhor.






















As duas grandes notícias de hoje se relacionam, e se existe algum bem nelas é o de nos forçar, mais uma vez, a encarar o grande mal brasileiro. Educação de péssima qualidade, e uma classe política cínica ao extremo. A não cassação de Renam, resultado de acordo de bastidores, não pode ser encarada com falso espanto e discursos moralistas oportunistas ou ingênuos. Acordos de bastidores sempre existiram, a diferença é que nossas crianças de Brasília não fazem mais tanta questão de esconder o mal feito. Como crianças malcriadas que testam a complacência dos pais, quem tem poder de decisão nesse país tem testado essa sociedade ao extremo.


Quando olhamos pra nós mesmos, nós, os testados, percebemos o quanto estamos frágeis. Temos essa educação de péssima qualidade, estamos cansados, e céticos.

Mas tem alguma outra opção a não ser começar a tomar pra nós, a responsabilidade pelo rumo que gostáriamos de dar a esse país?


laerte

terça-feira, 4 de dezembro de 2007


Tem que se machucar....

sábado, 1 de dezembro de 2007


"Tem que se machucar" diz a senhora com mais de setenta para o rapaz de 18 que só consegue olhar a vida pelo lado obscuro.

É um ótimo conselho.

Quem não se lembra do filme "Ensina-me a viver" ou "Harold and Maude" no original?

Pessoas como Maude atraem porque todos nós nos sentimos em algum grau, carentes de amor à vida.


Está em cartaz em São Paulo a peça com o mesmo nome do filme, com Glória Meneses.

Ou vá à locadora e alugue o filme.

Vale a pena.


Rindo pra não.....

sábado, 24 de novembro de 2007


"Parlapatões fazem tour em "símbolos" de SP
Fonte: Folha de S. Paulo
Companhia teatral cria comédia ao visitar pontos preferidos da elite paulistana
Daslu e rua Amauri estão entre os locais escolhidos por trupe para ironizar a cidade; igreja pentecostal também está na rota
No início do passeio, um workshop para sacoleiras é ministrado por um muambeiro paraguaio diante da Daslu.No final do trajeto, uma sessão de descarrego arranca a carteira de um fiel possuído diante da igreja Deus é Amor.Esse manual de sobrevivência na selva faz parte do city-tour teatral "O Pior de São Paulo", misto de excursão e intervenção política do grupo teatral Parlapatões.Como a cidade tem horrores em abundância, a excursão masoquista prioriza os produzidos pela elite paulistana. Além da lúgubre Daslu, a trupe visita uma loja de carros blindados na avenida Nove de Julho, com uma lataria coberta por tiros exposta na vitrine.Na rua Amauri, endereço de restaurantes caros na Cidade Jardim, o ator Raul Barreto ensina a fazer "churrasquinho de gato" e "como matar um ganso sem dor" para fazer o foie gras popular na redondeza.A maior subversão do passeio é levar um grupo de 50 pessoas, vestindo colares havaianos, a zonas fortificadas da cidade, como no circuito Itaim-Vila Olímpia, deserto em pleno domingo à tarde. O exército de seguranças da região, praticamente os únicos pedestres, fica desconcertado com o que vê.Borba Gato e MartaNo sábado, a estátua de Borba Gato, "a oitava maravilha do mundo", foi abraçada, e houve uma performance diante da casa da ex-prefeita e atual ministra do Turismo, Marta Suplicy. "Queríamos explicar que primeiro se goza, depois se relaxa", diz o guia turístico interpretado por Hugo Possolo, criador dos Parlapatões.Pelas janelas do ônibus, Possolo aponta os escombros do Parque do Povo, o Minhocão, a antiga Dacon, na Faria Lima.A inspiração do projeto vem de Leo Bassi, comediante italiano radicado na Espanha, que criou "O Pior de Madri". Nele, levou atores vestidos de talebans para protestar diante da casa do ex-premiê José María Aznar, que apoiou a invasão do Iraque. E 300 pessoas foram ao Vale dos Caídos, onde está enterrado o ditador Francisco Franco, para "fazer com sua estátua o mesmo que os americanos fizeram com Saddam".Com a experiência de ter levado arte e animação à feiúra da praça Roosevelt, os Parlapatões paulistanizaram o desafio.Política à frenteSe sobra subversão na proposta, em um país que anda enferrujado na arte de protestar, falta texto e recheio à altura da empreitada.Fora os workshops de sobrevivência paulistana, o passeio no interior do ônibus revela a inexperiência dos Parlapatões com o negócio turístico.Tanto shoppings quanto edifícios "de luxo" da avenida Cidade Jardim, com seu pastiche de colunas greco-romanas e mansardas parisienses, são poupados pelo guia.Dentro do ônibus, o ótimo comediante e palhaço que é Possolo tem de virar acrobata para que os minutos no veículo não se tornem eternos. As piadas do roteiro não ajudam.No início do passeio, Possolo explica que "São Paulo é filho de Santo Amaro com Santa Ifigênia" e que Caetano compôs Sampa "porque é de Santo Amaro".Ao passar pelo Itaim, Possolo canta um jingle sobre os "publiciotários", trocadilho da época em que publicitários ainda usavam gravatas do Mickey e posavam de rebeldes.Um vendedor de pastilhas adentra o ônibus e diz que não estudou "porque inteligência não dá dinheiro, veja os usineiros, o Congresso, o presidente". Indignação à la Hebe Camargo. "O Pior de São Paulo" é mais subversivo ao fazer -não ao falar de- política.ÚLTIMOS DIAS PARA PASSEAR PELO "PIOR" DE SP O roteiro do passeio, de duas horas, não é o mesmo em toda apresentação, que acontece sábado, às 16h e às 22h30, e domingo, às 16h, até 22/7. As senhas, gratuitas, são distribuídas uma hora antes.
O Espaço dos Parlapatões fica na pça. Franklin Roosevelt, 158, centro, em São Paulo, tel.: 0/ xx/ 11/ 3258-4449.

Os Ateus

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Quando era criança, eu rezava toda a noite por uma nova bicicleta. Depois percebi que o Senhor não funcionava dessa forma, por isso eu roubei uma e fui pedir-Lhe que me perdoasse." - Emo Philips

"Eu argumento que ambos somos ateus. Apenas acredito em menos um Deus do que você. Quando você compreender porque deixa de lado todos os outros possíveis Deuses, você saberá porque é que eu deixo de lado o seu." - Stephen Roberts


"A Religião é olhada pelo povo comum como verdadeira, pelos sábios como falsa, e pelos governantes como útil." - Séneca (4 A.C. - 65 AD)

"Basicamente vocês estão se matando uns aos outros para ver quem tem o melhor amigo imaginário" - Richard Jeni

"Filosofia são questões que nunca podem ter resposta. Religião são respostas que nunca podem ser questionadas" - Autor desconhecido

"Não venha rezar pra minha escola que eu não vou pensar pra sua igreja..." - Autor desconhecido

"Você não pode convencer de nada a um crente. Porque a sua crença não é baseada em factos, é baseada na necessidade profundamente enraizada de crer." - Carl Sagan

"O invisível e o não-existente parecem muito semelhantes..." - Delos B. McKown

postagem de Antonio



.....adoraria achar essa pasta azul....

quarta-feira, 24 de outubro de 2007


gravações no centro de São Paulo, fonte Uol


Fernando Meireles e o roteiro original de "Blindness"



"Parece uma maldição que me persegue. Perdi meu roteiro novamente. Digo novamente pois também perdi meu roteiro três semanas antes de acabar “Cidade de Deus” e o mesmo aconteceu com o roteiro do “Jardineiro Fiel”. Claro que eu poderia imprimir uma nova cópia, mas nem é o caso, de tanto lê-lo já decorei completamente a história. O que me faz falta não são os diálogos ou as descrições das cenas, mas sim as anotações e idéias que fui rabiscando nos cantos ou no verso das páginas desde dezembro do ano passado. As idéias que me pareceram boas eu até lembro, mas certamente vou esquecer detalhes que nunca chegarão a ser filmados. Merda. O pior é que eu tenho certeza de onde deixei. Estava na prateleira de livros no cenário da casa do Médico. Alguém tirou do cenário, provavelmente para não aparecer em quadro, enfiou numa caixa qualquer e eu nunca mais vou vê-lo, já sei. Agora tenho que terminar de rodar assim mesmo, às cegas. Já vi este filme.O destino de um roteiro é sempre muito triste, esse que perdi levou 5 ou 6 anos para ser concluído e no dia seguinte em que acabarmos a filmagem, passaria a ser papel inútil. Pouquíssima gente vai se dar ao trabalho de ler aquelas páginas novamente. As cópias que tiverem sorte serão recicladas, a maioria vai para o lixo mesmo. É triste porque pouca gente se dá conta da complexidade e do número de questões que envolve a criação de um roteiro. Quer um exemplo?Quem conta a história? Esta é em geral uma das primeiras decisões que um escritor tem que tomar. No cinema é a mesma coisa, a escolha de quem será o narrador transforma completamente um filme. Nos outros (poucos) filmes que fiz esta questão é facilmente respondida mas nessa Cegueira a coisa é mais complexa. Vou teorizar um pouco. Para quem não gosta de blá, blá, blá, até o próximo post.No começo de “Blindness”, quem conta a história é o diretor (eu mesmo) com a ajuda da equipe, claro. Conto a história colocando a câmera, os microfones e com eles, o espectador, sempre no meio da ação. Por eu ser um narrador privilegiado, que já leu o roteiro até o final, você, o espectador, vai perceber que há uma epidemia se alastrando antes mesmo que os personagens se dêem conta disso, coitados. Como também sou um contador que está fora da trama, posso pular de um personagem para outro e acelerar os acontecimentos para chegar mais rápido ao segundo ato quando todo mundo vai para uma quarentena num asilo. (Sinto muito para quem não leu o livro e não sabe do que estou falando. Aliás, quem não leu deveria ler. É livro que se devora num final de semana). Voltando: Quando a ação se desloca da cidade para o asilo o contador da história deixa de ser o diretor e passa a ser a Mulher do Médico. É através do seu olhar que vemos o que acontece. Colada nela, a câmera fica trancada no asilo de quarentena também, vê ou sabe apenas o que a Mulher do Médico vê e sabe. Esse é o momento em que a trama desacelera um pouco para que o espectador embarque na viagem desta personagem vivendo junto sua experiência. Por sorte tenho a Julianne Moore a bordo e definitivamente ela sabe como fazer os espectadores compartilharem as experiências e emoções desta Mulher do Médico.
A história segue, a situação evolui devagar. Passado um pouco da metade do filme entra em cena um novo personagem, o Velho da Venda Preta (Danny Glover), para mim um alter-ego do Saramago, com o já disse aqui. De repente, sem mais, ele começa a narrar o que se passa no asilo. Diferente do olhar da Mulher do Médico, que nos mostra os fatos, a voz deste narrador tardio, o Velho da Venda Preta, nos conta o que se passa na cabeça dos personagens, conta uma história mais profunda narrando as implicações e conseqüências do que acontece, criando uma nova camada de leitura para o filme. Então, no terceiro ato, quando todos os personagens voltam para a cidade, os dois outros narradores, o diretor e a Mulher do Médico, se juntam ao Velho da Venda Preta e a história passa a ser narrada alternadamente pelo olhar dela, pela voz dele e pela câmera, que coloco onde bem entendo (ou onde o César sugere ou permite).Esta mudança de narrador afeta a linguagem e estabelece o ritmo do filme. O primeiro ato é mais clássico, a história avança agilmente da maneira como acontece na maioria dos filmes. No segundo ato, o da observação da Mulher do Médico, o filme viaja mais, é menos objetivo e divaga como uma mulher. (Sim. As mulheres são melhores em divagações do que os homens) Finalmente, quando entra a narração do Velho da Venda Preta o filme volta a ter uma trama mais linear, mas somada a uma leitura do que se passa. Essas três maneiras de contar a história dão a cara ao filme e isso já estava indicado no roteiro. Ou seja, qualquer decisão do roteirista pode transformar o filme radicalmente não só em seu conteúdo, mas em seu formato. Há uma pequena guerra nos EUA no momento, entre os roteiristas e os estúdios. Eles querem ser reconhecidos como autores dos filmes no mesmo patamar que os diretores com cachês e prestígio igual. Acho mais do que justa esta reivindicação. Só porque o que escrevem vai para o lixo no final da filmagem não quer dizer que seu trabalho não tenha a mesma, ou às vezes maior, importância do que o trabalho do diretor.Muitas vezes quando penso num roteiro, fico quebrando a cabeça para tentar achar uma trama que nunca pare de se desenrolar, (essa é a primeira lição que se aprende em cursos de roteiro, se uma cena não transforma a história ela está sobrando e deve ser cortada). Com esse filme aprendi que às vezes não é preciso fazer a trama andar, o simples deslocamento do ponto de vista, a troca de narrador, gera um enorme movimento mesmo que a ação pare. Isso era apenas uma idéia teórica que agora confirmei na prática. E parece funcionar. Aliás, não é nenhuma novidade a troca de narrador num filme. Muitos filmes são apoiados nesta idéia, uma mesma história vista por diferentes ópticas. Minha bíblia do roteiro, que é “Goodfellas” (os “Bons Companheiros”), escrito pelo mesmo autor do livro, Nicholas Pileggi, faz isso muito bem. Quem conta a história da Máfia no filme é o Henry Hill, (personagem do Ray Liotta) mas de uma hora para outra, sem aviso, sua mulher, Karen (Lorraine Bracco) passa a narrar. O Bráulio Mantovani e eu até tentamos fazer o mesmo em “Cidade de Deus”, mas como aquela história já era muito confusa resolvemos deixar apenas um narrador, o Buscapé. Só não copiamos “Goodfellas” por que não deu certo.Os bons filmes estão aí para serem copiados, ou “homenageados”. Não são poucas as “homenagens” que presto.(E se alguém encontrar um fichário de capa de plástico azul com um roteiro todo rabiscado dentro, já sabe. É meu. Façam a gentileza de devolver ou me informar através de um comentário neste blog, que tenho lido regularmente)."




Fonte : blog de Blindness http://blogdeblindness.blogspot.com/

Quando a crença é um mal....

segunda-feira, 22 de outubro de 2007


Após descarregar toda a munição da pistola no cineasta Theo van Gogh, o fundamentalista islâmico Mohammed Bouyeri aproximou-se da vítima. Ajoelhado numa rua de Amsterdã, Van Gogh murmurou: "Tem certeza de que não podemos conversar?". O assassino cortou-lhe a jugular com uma faca de açougueiro e, com outra, espetou no cadáver uma carta endereçada à holandesa de origem somali Ayaan Hirsi Ali: "A próxima será você". Ayaan é parlamentar em seu país e roteirista de Submissão – Parte I, o curta-metragem de Van Gogh sobre a repressão sofrida pelas mulheres no Islã. Esse é um assunto que ela conhece bem. Aos 5 anos, sofreu excisão do clitóris. Aos 22, fugiu de um casamento arranjado com o primo pelo pai. Refugiada na Holanda, trabalhou como tradutora nos centros sociais para imigrantes e foi brilhante universitária de ciências políticas. Na semana passada, sete meses depois da ameaça de morte, Ayaan, uma negra longilínea de 35 anos, desceu de um carro blindado numa ruela de Paris. Escoltada por seis guarda-costas, falou com exclusividade a VEJA sobre sua renúncia ao islamismo, sobre fundamentalismo e sobre seu encontro com outra célebre vítima da violência religiosa, o escritor britânico Salman Rushdie (tema da reportagem especial desta edição).
Veja – Por que seus inimigos preferem a ameaça de morte ao debate de idéias?Ayaan – A razão é simples: eles não têm nenhum argumento lógico para opor aos meus. Usam o instrumento dos perdedores, a intimidação. Num debate, eles sabem de antemão que seriam derrotados. O assassinato bárbaro de Theo van Gogh pretendeu mostrar o fim de quem ousa criticar o Islã. Enganaram-se. A dor da perda reforçou minha certeza. Essa gente deve ser confrontada. A tarefa dispensa o medo da controvérsia. O combate contra eles começa com a palavra.
Veja – Qual é o problema com o Islã?Ayaan – O problema é o Corão e o profeta Maomé. É a mensagem à qual está sujeito 1,2 bilhão de indivíduos no mundo. O Islã não é só uma religião, mas uma civilização. Seu aspecto político e social, regido por códigos severos, contém sementes fascistas. É um sistema que espolia as liberdades do indivíduo e intervém na sua privacidade sem admitir ser contestado. Nenhum muçulmano é livre para questionar a sua crença religiosa. Ao contrário da Bíblia e do Talmude, livros sagrados dos monoteísmos abraâmicos semelhantes ao islamismo, qualquer exegese do Corão é inadmissível. Os muçulmanos devem crer, cegamente. Eu aprendi a decorar o Corão desde a infância, posso recitar suras inteiras. Algumas delas servem para justificar a violência, liberar a consciência dos seus autores e também dos observadores passivos. Segundo o livro sagrado do islamismo, os fiéis devem aspirar, em permanência, ao conhecimento. O mesmo livro diz que Alá sabe tudo. Toda fonte de conhecimento está contida no Corão. Pergunto, como conciliar as duas exigências? Qualquer comunidade que vive segundo os preceitos de Maomé e do Corão torna-se patológica.
Veja – Numa entrevista, a senhora qualificou o profeta Maomé de tirano e perverso. Por que pensa assim?Ayaan – Disse isso e não nego, nem me arrependo. O calendário marca o ano de 2005, mas os fundamentalistas islâmicos exigem dos muçulmanos imitação perfeita de um comportamento tribal de 2.000 anos atrás. Maomé, o guia infalível, disse haver uma só verdade, e em seu nome revogou toda liberdade. Era um tirano, sim. Maomé seduziu e violou Zainab, a mulher de um pupilo. Isso não é perverso? Permita-me ir além. O profeta casou-se com Aisha, uma menina de 9 anos, filha do seu melhor amigo. Ele não esperou nem a criança atingir a puberdade, apesar da súplica paterna, para pedir a sua mão em casamento. Aisha foi prometida aos 6 anos de idade. Hoje no Irã, casamentos desse tipo são perfeitamente legais, freqüentes. Alguns muçulmanos reivindicam poder emular, sem entraves, esse modelo de moralidade. Trata-se de pedofilia pura. Na Holanda, Maomé seria levado pela polícia às barras de um tribunal.
Veja – Qual a diferença entre os fundamentalistas das diversas religiões?Ayaan – Em teoria, nada diferencia um fanático cristão ou judeu de um fanático muçulmano. Na prática, eles se sentem mais à vontade no Islã.
Veja – Por quê?Ayaan – Além de encontrar justificativa religiosa farta, a crítica dos membros de sua própria crença é quase nula. Quando o papa se posiciona contra o uso de contraceptivos, católicos do mundo inteiro contestam sem sofrer represálias. A cantora Madonna desperta antipatia em puritanos com a canção Like a Prayer, mas sua cabeça não está a prêmio. Ninguém degolou os humoristas do Monty Python por ter realizado o filme A Vida de Brian, uma sátira sobre Jesus Cristo exibida no mundo todo. Esse espaço de tolerância não existe no mapa do Islã, mesmo que muito almejado em silêncio. O Islã está como o pai do terrorista Mohamed Atta depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Traumatizado, desamparado, cego. "Meu filho não tem nada a ver com isso. Foi obra da CIA, dos judeus!" O pai não se deu conta da parte maléfica do filho. Recuso que uma religião, outrora pacífica, plena de força e energia, tenha no seu âmago o fanatismo e a violência.
Veja – Como a senhora descreve a situação das mulheres no Islã?Ayaan – Numa cena do curta-metragem Submissão – Parte I, a câmera mostra o corpo da personagem Zainab, espancada pelo marido. Zainab está coberta por hematomas, feridas, cicatrizes e pelos versos do Corão que autorizam o marido a bater, caso ele julgue a esposa desobediente. Os fundamentalistas islâmicos ficaram irados ao ver os versos sagrados escritos no corpo de uma mulher. O resto, para eles, é normal. Tive um professor que me obrigava a escrever versos do Corão em tabulários. Um hábito em desuso desde o século XVI. Um dia, recusei-me a obedecer. Ele me vendou os olhos, levei uma surra até conseguir me livrar da venda. Encolerizado, ele me pegou pelos cabelos e bateu minha cabeça contra um muro. Desmaiei.
Veja – Como a platéia não religiosa respondeu ao filme?Ayaan – De forma positiva, mas eu esperava uma dose maior de indignação dos liberais laicos, intelectuais e políticos da esquerda. O pessoal que acha ter o monopólio dos bons sentimentos. Na verdade, eles padecem do velho paradoxo da Revolução Francesa, que promoveu os direitos humanos em casa, mas manteve a escravidão nas colônias. Em nome da convivência multicultural, do respeito às tradições de outrem, esses intelectuais do Ocidente hesitam em colocar em evidência a situação subjugada da mulher dentro do Islã. Eles têm receio de ofender, de suscitar cólera, e assim ajudam a perpetuar o sofrimento e a injustiça. Ora, aqui não cabem relativismos. Abuso e mutilação sexual são crimes, e ponto final. Hoje, agora, já! Tampouco deve ser tolerado o assédio, a perseguição da qual são vítimas os homossexuais muçulmanos. Os ocidentais não podem fazer vista grossa nem calar, como já fizeram durante a existência dos gulags soviéticos. O Islã não viveu o Iluminismo. As sociedades islâmicas enfrentam os mesmos problemas do cristianismo anterior ao século XVIII. Ainda não se estabeleceu o justo equilíbrio entre razão e religião.
Veja – O que é a "obsessão do hímen", uma expressão que a senhora utiliza com freqüência?Ayaan – No Islã, moças sem hímen intacto são consideradas "objetos usados". Muitas jovens, ao perder a virgindade, vêm para a Europa submeter-se a cirurgias reparatórias. Na Holanda, até bem pouco tempo atrás, em respeito ao multiculturalismo as imigrantes muçulmanas eram reembolsadas pela seguridade social. Aos 5 anos, fui submetida à clitorectomia, uma prática encorajada pelos clérigos islâmicos. Essa é a maneira extrema de garantir a virgindade antes do casamento. Na falta de uma mulher disponível, a minha excisão foi feita por um homem. Relatórios da ONU revelam que 98% das meninas na Somália são submetidas à excisão do clitóris. Os outros 2% são a margem de erro.
Veja – Pode haver convivência pacifica entre o Islã e o Ocidente?Ayaan – Espero que sim. No entanto, posso afirmar sem equívoco, o Islã atual é incompatível com o estado de direito das democracias ocidentais. A sobrevivência das democracias ocidentais depende da sua vitalidade em defender os valores liberais. A escolha que o século XXI oferece aos muçulmanos é clara: modernidade ou regime tribal. Eu proponho às comunidades islâmicas fazer uma reflexão crítica da sua doutrina religiosa, a exemplo dos fiéis de todas as grandes religiões. Se dizem que é preciso rezar cinco vezes ao dia, vamos demonstrar, empiricamente, que isso é impraticável no âmbito de uma vida moderna. Eu proponho às comunidades islâmicas reter a espada que corta a cabeça de quem pensa por si mesmo. Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos. Caso eu estivesse num país muçulmano, já estaria morta. É do interesse tanto do mundo ocidental quanto do mundo islâmico promover a crítica entre os muçulmanos. Enfrentar o fundamentalismo é um objetivo comum.
Veja – Como foi seu encontro com o escritor britânico Salman Rushdie, que também teve de viver escondido por causa de ameaças religiosas?Ayaan – Trocamos impressões sobre a vida cativa. Ela coloca em risco pessoas próximas e, devido a isso, inibe até iniciar relacionamentos amorosos. Ele me aconselhou a seguir firme em frente, sem deixar que essa situação me enlouqueça. Ambos sabemos que haverá sempre um fanático em nosso encalço. Eu relatei a ele uma história da minha juventude. Quando o aiatolá Khomeini emitiu um fatwa contra Rushdie, eu era uma estudante devota da Escola Secundária de Meninas Muçulmanas de Nairóbi, no Quênia. Eu e minhas colegas ficamos, imediatamente, solidárias com o líder iraniano que tomava a defesa do sagrado Corão e punia o autor de um romance, suposta blasfêmia contra o profeta Maomé, nosso venerável guia. O fato vinha corroborar nosso aprendizado diário, a indignidade dos kafirs, os infiéis, os não muçulmanos. A primeira coisa que veio a minha cabeça foi: "Esse Rushdie deve ser morto".
Veja – O que ele disse?Ayaan – Rushdie sorriu. Foi gentil ao lembrar que, na época, eu era apenas uma garota.
Veja – Por que a senhora propõe fechar as escolas muçulmanas na Holanda?Ayaan – Os professores das escolas muçulmanas holandesas ensinam a ser hostil às leis do país. Dizem aos seus alunos: "Nós vivemos na terra do inimigo, somos subjugados pelas leis dele. A lei suprema é a vontade de Alá, revelada pelo arcanjo Gabriel a Maomé, transcrita no Corão". Esses estabelecimentos de ensino público recebem ajuda do governo. Não, não e não! A escola deve ser um lugar neutro, com o objetivo de preparar os alunos para a vida numa sociedade sintonizada com seu tempo, fundada no espírito crítico e no ensino da cidadania. Os holandeses, que vivem em um dos países mais tolerantes da Europa, ficam exasperados de ver, em manifestações de rua, jovens muçulmanos holandeses gritando "Hamas, Hamas! Judeus para a câmara de gás!".
Veja – A Turquia deve ser aceita como integrante da União Européia?Ayaan – Sim, desde que o governo turco implemente, durante o período de candidatura, as medidas exigidas pela União. Elas beneficiarão os turcos em geral e, em particular, as mulheres muçulmanas, que terão seus direitos mais bem respaldados. Já se percebem alguns passos tímidos nessa direção. A questão geográfica, se a Turquia pertence ou não à Europa, é hipócrita. Por trás dela estão o preconceito da extrema direita nacionalista européia e o medo da competição de mercado que atormenta os partidos da esquerda demagógica. A objeção geográfica nunca foi apresentada quando convidaram a Turquia para ingressar na Otan. Negar a inclusão da Turquia reforçaria a posição dos fundamentalistas muçulmanos turcos. Trava-se atualmente uma batalha de corações e mentes contra o islamismo político. Veja os efeitos catastróficos da tortura a que soldados americanos submeteram os prisioneiros iraquianos da penitenciária de Abu Ghraib. Os fundamentalistas acharam ótimo.
Veja – Líderes das comunidades muçulmanas européias a acusam de projetar uma experiência de vida traumática sobre um grupo inteiro. Aceita essa crítica?Ayaan – Isso é uma estratégia conhecida para desviar-se da verdadeira questão: o Islã quer ir para a frente ou para trás?
Veja – A senhora abandonou a sua religião, tornou-se apóstata. Mas, se um dia encontrasse com Deus, o que gostaria de ouvir dele?Ayaan – Você é verdadeira.

...escrever...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007


O homem parecia ter desapontadamente perdido o sentido do que queria anotar. E hesitava, mordia a ponta do lápis como um lavrador embaraçado por ter que transformar o crescimento do trigo em algarismos. De novo revirou o lápis, duvidava e de novo duvidava, com um respeito inesperado pela palavra escrita. Parecia-lhe que aquilo que lançasse no papel ficaria definitivo, ele não teve o desplante de rabiscar a primeira palavra. Tinha a impressão defensiva de que, mal escrevesse a primeria, e seria tarde demais. Tão desleal era a potência da mais simples palavra sobre o mais vasto dos pensamentos. Na realidade o pensamento daquele homem era apenas vasto, o que não o tornava muito utilizável. No entanto parece que ele sentia uma curiosa repulsa em concretizá-lo, e até um pouco ofendido como se lhe fizessem proposta dúbia



Clarice Lispector, em “A Maçã no Escuro”

Humanos, esses seres ridículos...



"Os homens surpreendem... porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.

E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.

Vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.
Tudo bem que o Dalai Lama também tem o seu portátil de última geração ....
Mas vale a reflexão....


Dalai Lama

"Dos usos do moralismo"

quarta-feira, 10 de outubro de 2007






"Espera-se honestidade e ética de qualquer governante ou pessoa pública - ou motorista, médico ou manicure. Um comportamento moral generalizado é um requisito mínimo para a convivência, com ligeiros ajustes para a hipocrisia social. Mas, como tudo na vida, o conceito de moral é relativo. Uma questão de perspectiva. Você pode viver no país mais imoral do mundo, nascer e viver em meio à injustiça mais obcena e à miséria mais pornográfica, sem se dar conta disso - e se escandalizar com cenas de sexo na TV. A imoralidade endêmica brasileira nem exige que a gente viva em permanente estado de indignação, o que até impossibilitaria a vida, nem absolve imoralidades menores a ponto de nada nos indignar.


(...)


O objetivo do moralismo não é, necessariamente, a moralidade. Como colesterol, existe moralismo ruim, e moralismo bom, com efeitos diferentes no organismo nacional, com perdão da metáfora médica prolongada. O moralismo pode ser um mau conselheiro político. Já foi em muitos momentos da nossa história. Ajudou a eleger o jânio Quadros, que iria varrer toda a sujeira deixada pelo governo do Juscelino, e cuja renúncia inaugurou um dos piores períodos da nossa vida institucional. Culminando com o golpe militar de 64 , que também nasceu do moralismo, ou da cooptação de valores cristãos ameaçados pelo demônio vermelho. Foi o moralismo que elegeu o Collor, para acabar com a pouca - vergonha dos marajás do serviço público. O moralismo mal usado tem um prontuárioa quase maior do que o da corrupção na História destes últimos 60 anos.


O bom moralismo é um traço reincidente e surpreende no eleitorado de um país que gosta de se autocaracterizar como a terra do jeitinho e da malandragem. o pior moralismo é o oportunista, para uso de acordo com a conveniencia política. O fato de as denúncias de corrupção do governo Lula não estarem aparentemente, afetando o julgamento da maioria dos eleitores, sugere uma de duas coisas, dois pontos. Ou o moralismo já não tem o poder político que tinha nas nossas eleições (suspiros de alívio ou de decepção à vontade), ou os eleitores declarados do Lula estão sabendo distinguir o moralismo de ocasião, cujo objetivo é tudo menos a moralidade, do moralismo legítimo. Ou, claro estão votando contra a imoralidade maior."




Luís Fernando Veríssimo. - O Estado de São Paulo - 7/09/2006


ahn.? (2)

sexta-feira, 5 de outubro de 2007



"Estadão On Line
quarta-feira, 3 de outubro de 2007, 21:27LONDRES
- Há dois dias a família Young vive em um quarto de hotel. Tudo porque o filho caçula, Joel, de 3 anos, incendiou nesta segunda-feira, 1º, a cozinha da casa onde moram, em Essex, Reino Unido.O curioso é que em 2005 os pais Paul e Susan procuraram a produção do programa inglês Supernanny , apresentado pela guru em crianças Jo Frost - exibido no Brasil pelo canal pago GNT - com o objetivo de disciplinar o menor e os outros quatro pimpolhos do casal (Nathaniel, agora com 11, Caleb, 10 , Benjamin, 8 e Jacob, 6).Durante o episódio com os Youngs, a educadora chegou a classificar o comportamento dos meninos como rebelde. "Eles não respeitam o lar, os pais, nem uns aos outros. É tão ruim que levam os pais ao limite", disse Jo.No mês passado, os Youngs - agora separados - já tinham sido notícia ao declarar que a atitude das crianças piorou após o período em frente às câmeras. "A Supernanny mostrou a eles que limpar o jardim é um exemplo de disciplina. Eles sempre ficam felizes lá. A questão é quando pedimos algo que eles não querem fazer", disse Susan ao jornal The Daily Mail.O programa Supernanny é sucesso no Reino Unido e nos Estados Unidos. Jo Frost é a "nanny" com a difícil tarefa de educar crianças utilizando métodos pedagógicos. A cada episódio uma família recebe a visita da Frost durante duas semanas. No Brasil, o SBT exibe desde 2006 uma versão nacional com a educadora de Cris Poli."

ahn?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007



Folha Online
"Programa vai ler sentimentos em conversas de messenger
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PAULINA ABRAMOVICH da France Presse, em Santiago

A ternura, a tristeza, a resignação ou o ressentimento de quem conversa por meio do computador podem ser identificados por meio de um software desenvolvido por engenheiros chilenos. O programa está sendo divulgado como uma novidade que pode mudar de maneira radical os sistemas de troca de mensagens instantâneas.

O instrumento, criado pelos engenheiros Roberto González e Edmundo Leiva, pode detectar em tempo real sete emoções ("ternura, tristeza, alegria, surpresa, medo, repulsa e neutralidade") e quatro estados de ânimo básicos ("resignação, ressentimento, tranqüilidade e ambição"). "
(...)
O software funciona de maneira simples, usando a biometria --estudo estatístico das qualidades físicas do ser humano. Uma webcam capta imagens do rosto do usuário, que, em seguida, são processadas. Em uma fração de segundo, aparece um desenho na tela do computador indicando o estado de ânimo expressado naquele momento pela pessoa fotografada.

"Funciona basicamente como um espelho tecnológico", resumiu um dos idealizadores do programa, o engenheiro Edmundo Leiva, diretor do Departamento de Engenharia da Universidade de Santiago do Chile. Segundo Leiva, o programa acerta, em média, em 71% das vezes.

"Ainda que a efetividade não seja 100%, porque para isso seria necessário medir outros fatores biométricos como o suor ou a respiração, o resultado nos deixa muito satisfeitos", acrescentou o engenheiro.

O software foi desenvolvido a partir de uma base de dados com milhares de rostos elaborada por especialistas, com fotos de pessoas de diferentes raças, culturas e gêneros. O programa se concentra principalmente em 13 características do rosto humano, como a junção dos lábios, as sobrancelhas e a abertura dos olhos.

"Algumas pessoas são bastante introvertidas quando conversam cara a cara, mas quando se fala com elas por chat, parecem ser outras pessoas. Tais indivíduos projetam uma personalidade diferente no mundo virtual, escondidos atrás de um nick", pondera González. "

Tropa de Elite


Confesso que fiquei num certo mal humor quando ouvi falar de mais um filme, promessa de sucesso estrondoso, falando do mesmo tema. Drogas, marginalidade, corrupção...

Um dos tais clichês brasileiros. Mas se tem algumas palavras que me fazem ir à bilheteria são realidade, crueza, ou provocação.

Então, lá vou eu de novo conferir. Acho que no cinema mesmo, sem recorrer à pirataria, que se roubou alguns dividendos, rendeu publicidade a mais.

Veremos!

Depois acham que são malucos os que dizem que os cães captam certas coisas...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

26/09/2007 - 15h33
"Nariz artificial" permitirá encontrar tumores malignos
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da Efe, em Jerusalém
Cientistas israelenses criaram um "nariz artificial" parecido com um telefone celular que permitirá descobrir em 30 segundos, por meio da respiração e do cheiro, tumores relacionados ao câncer e onde estariam localizados no organismo por meio de um sensor do tamanho da cabeça de um alfinete.
Segundo a edição de hoje do jornal "Yedioth Ahronoth", uma equipe de 17 pesquisadores do instituto politécnico da cidade de Haifa (Technion) desenvolve o novo dispositivo, que poderia começar a ser usado dentro de dois anos.
O projeto, testado com sucesso em pessoas durante sua fase experimental de laboratório, está sendo patenteado e conta com a ajuda de 1,7 milhão de euros (US$ 2,4 milhões) do Fundo de Pesquisas da União Européia (UE).
A atuação do "nariz que cheira o câncer" é simples: o paciente deve respirar em uma espécie de canudo ligado ao dispositivo que contém um sensor e uma tela e 30 segundos depois poderá saber o resultado do exame.
Segundo os especialistas, isso evitará no futuro exames como as biópsias e radiografias para detectar o câncer.
Na próxima semana, terá início em Israel uma primeira pesquisa em colaboração com o Departamento de Oncologia do Centro Médico Rambam (Maimônides) de Haifa na qual o sensor será testado em centenas de pessoas que sofrem de câncer e em indivíduos saudáveis.
Os cientistas israelenses disseram que os métodos atuais só conseguem detectar a doença quando o câncer já está em via de desenvolvimento ou desenvolvido, "mas isso pode ser mudado".
"Se fosse possível detectar o câncer a partir das primeiras células modificadas, o percentual de pessoas que podem sobreviver poderá aumentar até 90%", afirmou o médico Husan Jaiek, que lidera a equipe.
Jaiek disse acreditar que a pesquisa deve estar concluída em cinco anos.

Mundial de Futebol Feminino.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007


Que beleeee...za!



Contra um time americano que não perde desde 2004

Alguém duvidava?

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Com queimas de fogos na cidade natal, e um clima de festa, o presidente do senado continuará lá

Sessão Secreta, claro! Caso Renan Calheiros.


Está acontecendo agora no país a primeira votaçâo por cassação ou não de um presidente do senado, que, por incrível que pareça se manteve no cargo enquanto acontecia todo o processo,
incrível!
Mesmo que a maioria no país não aprove, a sessão será secreta.
Abaixo, Arnaldo Jabor.
"Não há mais respeito...nem pela mentira!"


Sobre Poder e Maldade.

terça-feira, 11 de setembro de 2007


Qual a origem da maldade?


Na minha lista de filmes recomendadíssimos, está, sem dúvida, Dogville (2003) de Lars Von Trier, diretor dinamarquês de também "Ondas do Destino" e "Dançando no Escuro".

Não vi "Ondas do Destino" mas Dogville é, sem dúvidas, superior a "Dançando no Escuro" com Björk.


A história se passa na período pós recessão de 1929 nos Estados Unidos, e é sobre a chegada de uma fugitiva de gangsters à uma cidadezinha de nome Dogville.


O cenário é estranho a princípio, mas logo palatável, e ao final do filme, você tem a certeza de que o filme é recomendável a qualquer um, o que sempre acontece com as grandes obras.


É uma grande e indigesta provocação a quem assiste, mas de maneira nenhuma, gratuita.

Não sei de ninguém que o tenha assistido que não tenha sentido a grande senasação de ter aprendido algo sobre si mesmo.
Com Nicole Kidman, James Caan , Lauren Bacall, entre outros.
Algumas opiniões de blogueiros cinéfilos:


Saia Justa.

O que dizer desse programa divertidíssimo, inteligente, que a meu ver é um dos melhores da tv brasileira?
Adoro ver Saia Justa porque me deixa, na maioria das vezes, muito feliz por ser mulher, o que pra mim é ótimo, já que quem me conhece sabe que as vezes sou um tantinho implicante com minhas colegas de gênero.
Tou deixando vídeos do you tube, pra quem não tem acesso à tv paga.


Foi-se Pavarotti

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

"...ninguém confunde minha voz..."


Conheci a voz de Pavarotti nos meus vinte e poucos anos, por causa do show dos 3 tenores, vinculado, é claro...rsss... à copa, que finalmente ganhamos depois de muito tempo. Comprei o cd e costumava ouvi-lo por horas, maravilhada com aquele vozeirão incrível.Depois comprei cds somente dele. Mesmo para um ouvido pouco sofisticado como o meu, era evidente o quanto ele se destacava dos outros dois.


Maravilhoso...maravilhoso...

Grande Pavarotti!!!!
Web Site oficial e a frase que ele deixou pra ser divulgada após sua morte...

"Penso que uma vida para a música seja uma vida bem vivida e foi a isso que me dediquei. "



A despeito de algumas celebridades que são choradas simplesmente pela imagem que carregaram, Pavarotti é realmente um grandíosíssimo talento que se vai, infelizmente.
Para conferirem, se quiserem,vídeos de Pavarotti:


O Valor do Amanhã.

terça-feira, 4 de setembro de 2007


"O Valor do Amanhã - Ensaio Sobre a Natureza dos Juros. " companhia das letras 2005, prêmio jabuti 2006.
Tenho ouvido falar a respeito desse livro há algum tempo.Vi entrevistas de Giannetti, sempre com bastante interesse. Na minha comemoração à volta de muitos livros na cabeceira da minha cama, esse, pretendo que esteja lá.

Assisti às entrevistas na fase de lançamento do livro, que agora gerou o programa no Fantático de mesmo nome; o que é ótimo.O Fantástico vinha apostando tempos atrás em muito de espetáculo e nada de reflexão, então, tem melhorado um cadinho nos últimos tempos. É evidente a influência de programas da globo em mentes brasileiras, então que aconteça, às vezes, um pequeno convite ao pensamento.

Giannetti é economista pela FEA/USP, formado em Ciências Sociais pelo FFLCH/USP e PhD pela Universidade de Cambridge. Já lecionou na FEA/USP e também em Cambridge. Atualmente, é professor do Ibmec-SP. Tem outros livros publicados como "Vícios privados, benefícios públicos?" e "As partes & o todo", ambos ganhadores do Prêmio Jabuti.

Aqui estão alguns trechos do livro:

“A liberdade de escolha desligada da capacitação para o seu exercício é uma expressão vazia. É a liberdade de um semi-analfabeto ler Joaquim Nabuco ou de um mendigo famélico para jantar fora. O minímo legal não basta.”

“ Os indivíduos perecem, mas a sociedade a que pertencem – obra aberta que une na mesma trama os valores dos mortos, dos vivos e que estão por vir – segue em frente. O passado condiciona; o presente desafia; o futuro interroga. Existem três formas básicas por meio das quais podemos preencher com o pensamento o vácuo interrogante do porvir. A previsão lida com o provável e responde à pergunta: o que será? A delimitação do campo do possível lida com o exequível e responde à pergunta: o que pode ser? É a expressão da vontade lida com o desejável e responde à pergunta: o que sonhamos ser?”

“Se o sonho desprovido de lógica é frívolo, a lógica desprovida de sonho é deserta”

“As horas mais felizes de nossas vidas são precisamente aquelas em que perdemos a noção da hora. O excesso de juízo carece de juízo.”

fonte: http://grifando.wordpress.com/2007/08/06/o-valor-do-amanha-eduardo-gianetti/

Comentário a respeito:
trecho:
' "O Valor do Amanhã" é, pois, uma fábula sobre as trocas intertemporais que fazemos ao longo de momentos e situações tão diferentes como o nascimento, a escolha da profissão, nossos relacionamentos, a conduta (de relativa) moral das sociedades em que nos inserimos, enfim, no fluxo do tempo que criamos como figura de linguagem e suporte para a realidade perceptível.
Culto, figurativo, instigante e até mesmo didático o texto nos leva por uma exposição linear que começa no momento em que organismos unicelulares descobrem a reprodução sexuada e vai até uma análise rápida sobre o grau de impaciência que faz sociedades prosperarem enquanto outras, afundam. Um ponto de destaque é, sem dúvida, os exemplos e figuras utilizadas para exemplificar os conceitos que, em outras vozes, soariam ácidos.'

Amizade

segunda-feira, 3 de setembro de 2007


Quero ser teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te como próximo, sem medida.
E ficar sempre em tua vida da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar
Sem forçar a tua vontade, sem falar quando for a hora de calar
E sem calar quando for a hora de falar
Nem ausente nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo,mas confesso,
É tão difícil aprender.
Por isso, eu te peço paciênciaVou encher este teu rosto de alegrias e lembranças!
Dê-me tempo de acertar nossas distâncias.
***
Há mais de uma versão para a autoria desse poema, e, infelizmente, não conheço a correta, mas acho-o maravilhoso e ele será nosso brinde coletivo à amizade.

A força do dólar

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

fonte: UOL
The New York Times

06/10/2008
Num clima de fraqueza, o dólar mostra uma força surpreendente

Mark Landler
Em Washington (EUA)

As bolsas de valores estão caindo, os mercados de crédito continuam congelados, e algumas autoridades estrangeiras prevêem que os Estados Unidos perderão seu status de superpotência financeira. E mesmo assim o dólar - o símbolo mais visível do poder financeiro americano - está subindo.

Na semana passada, o dólar subiu para o seu nível mais alto em mais de um ano em relação ao euro, ao dólar canadense e a várias outras moedas. Ele aumentou até mesmo depois que o plano de resgate do governo Bush para os bancos falhou no Congresso e logo depois da divulgação de um desastroso relatório de desemprego na sexta-feira (3).

O aumento do dólar parece sem sentido. Situações anteriores de pânico financeiro - na Ásia, Rússia e México - devastaram as moedas locais, à medida que os investidores estrangeiros saíram em debandada. O baht tailandês, o rublo russo e o peso mexicano foram barômetros seguros do nível de confiança internacional em relação a esses mercados emergentes. Conforme a confiança entrou em colapso, o mesmo aconteceu com as taxas de câmbio.

Mas o dólar não é qualquer moeda. Como moeda de reserva mundial, ele se beneficia com o tumulto global, mesmo ele tenha se originado nos Estados Unidos.

"É irônico que, apesar de termos acabado de fazer uma bagunça enorme, a resposta internacional seja investir mais dinheiro em nós", diz Kenneth S. Rogoff, professor de economia de Harvard. "Eles não têm certeza de onde mais podem ir".

Em 17 de setembro, quando o colapso do Lehman Bros. fez com que os mercados de ações em todo o mundo cambaleassem, os investidores estrangeiros correram para comprar títulos do tesouro americano, baixando seus lucros para quase zero. Isso refletiu o fato de que os investidores estavam se juntando em prol da segurança do governo dos EUA, mesmo que isso significasse que os seus investimentos iriam perder dinheiro com o ajuste inflacionário.

De fato, o apelo do governo dos Estados Unidos reflete uma falta de melhores opções. Muito foi feito durante os últimos anos em relação ao aumento do euro como rival do dólar. Mas a Europa dificilmente parece uma aposta segura agora, com sua própria crise se desenvolvendo.

E diferentemente dos americanos, os europeus não elaboraram uma resposta coordenada para os problemas financeiros, apesar de um encontro de líderes durante o fim de semana convocado pelo presidente francês Nicolas Sarkozy.

Os bancos japoneses estão bem mais estáveis do que os dos Estados Unidos ou Europa, o que fez do iene a única moeda principal a aumentar em valor em relação ao dólar nas últimas semanas. Mas o Japão, e a Ásia como um todo, está enfraquecendo, juntamente com a economia global.

"É como se o mundo estivesse cheio de gente doente", diz Ashraf Laidi, analista chefe de câmbio na CMC Markets, uma firma de câmbio. "Os Estados Unidos foram os primeiros a ir para o hospital, e foram para a UTI. E então outros países começaram a sentir o arrepio, e agora estão sendo internados."

Os negociantes de câmbio, diz Laidi, estão apostando que os Estados Unidos serão os primeiros a se recuperar, porque foram os primeiros a cair. Essa percepção ganhou terreno com os problemas crescentes na Europa, onde mais bancos estão falhando a cada dia, e a Alemanha e a Irlanda garantiram todos os depósitos num esforço para evitar uma corrida aos bancos.

O dólar também foi impulsionado pelo Federal Reserve [Banco Central Americano], que montou uma rede de troca de câmbio com o Banco Central Europeu, o Banco do Japão, o Banco da Inglaterra e outros bancos centrais para fornecer dólares para bancos estrangeiros. Agindo numa escala sem precedentes, o Fed expandiu essas linhas de câmbio de US$ 330 bilhões para US$ 620 bilhões.

A resistência do dólar em meio a esse turbilhão é mais do que uma novidade econômica. Enquanto ele conseguir reter seu valor, a força do dólar ajudará os Estados Unidos a bancar os US$ 700 bilhões do pacote de ajuda aos bancos, porque o dinheiro virá de títulos vendidos em grande parte para investidores estrangeiros.

Uma moeda em alta também é capaz de deter a inflação - uma grande preocupação do Fed antes da crise. Uma inflação menor ajudaria o Fed a diminuir as taxas de juros, coisa que a instituição está considerando.

Mas um dólar mais forte tem um lado ruim: faz com que as exportações americanas fiquem mais caras nos mercados estrangeiros, o que poderia comprometer uma das poucas partes do motor econômico americano que ainda estão funcionando.

A maior qualidade do dólar, dizem os especialistas, é ser um símbolo perene do valor de crédito dos Estados Unidos. Sua estabilidade sugere que os Estados Unidos ainda são vistos como um risco seguro.

"Conversando com investidores, políticos e acadêmicos em todo o mundo, eles têm essa confiança, não apenas no nosso sistema econômico, mas no nosso sistema político", disse Rogoff. "Eles parecem ter mais confiança que nós na nossa capacidade de resolver problemas."

Essa confiança tem limites, é claro. Se os estrangeiros acabarem perdendo-a, dizem os especialistas, eles procurarão vender seus títulos do débito americano. Assim, o dólar cairia e o custo da ajuda aumentaria.

"Somos responsáveis pelo câmbio global, e se fizermos pouco caso disso, haverá conseqüências a curto e longo prazo", diz Edwin M.
Truman, ex-oficial do Departamento de Tesouro.

Truman acabou de voltar de um tour no exterior, durante o qual ele disse que as autoridades estrangeiras expressaram frustração em relação ao caos político em Washington. Mas ele disse que quando visitou o Banco Central da Austrália, não percebeu nenhuma sensação de pânico em relação ao dólar.

Antes que a crise entrasse em sua última fase, com a falência do Bear Stearns em março, o dólar atravessava uma longa trajetória de queda em relação ao euro e outras moedas. Isso refletia as preocupações internacionais em relação à deterioração da economia americana e o imenso déficit de comércio.

Quando a crise arrefecer, os investidores irão se concentrar nesses assuntos novamente, e o dólar irá retomar seu curso de queda, prevê Laidi. Mesmo que o pacote de ajuda consiga acalmar o mercado, ele irá expandir imensamente o débito dos Estados Unidos - uma causa perene de enfraquecimento do dólar.

Por enquanto, todavia, a crise global continua sendo um tônico para a moeda do país no qual ela começou.

Tradução: Eloise De Vylder

Visite o site do The New York Times

São Paulo

sexta-feira, 4 de maio de 2007

A São Paulo que corre!!!
Essa sensação de ter sempre algo urgente a fazer, é muito paulistana. E estar sempre esbarrando em muita gente, também.


São Paulo Centro
Este sotaque é provavelmente de paulistano do centro, filho de paulistanos. Ele usa o advérbio "meio" como se fosse adjetivo "meia" o que é comum por aqui.
Interessante ele ter mostrado o impostômetro.


Andando a pé na Av. Paulista...centro financeiro. Sons diversos, alguma conversa em inglês e italiano,talvez, e o som da rua no nosso português.

Muito limpa, fiação subterrânea.

Andando de carro, e o sotaque nordestino ..."Eu tô mi situanu já..."...som da rua, som de carros...som do rádio.


O nosso querido parque Ibirapuera. Junto com alguns poucos outros parques, nos permitem respirar um pouco. Mas a cidade pede desesperada por mais.


...adolescentes paulistanos no parque...as caras...as falas ...os sotaques...


o parque visto do alto...


Especial Trânsito de São Paulo


E o grande batalhador da periferia:


Os que pouco participam da cidade


E os que participam, mas não como gostaríamos.
Vídeos de 2006