O tempo andava me comendo....

segunda-feira, 30 de junho de 2008


Ontem vi Viviane Mosé na Cultura. (Vi Viviane, deixo assim, gostei) Ela, além de me traduzir Nietzsche...ficou clarinho...clarinho... recitou esse seu poema, dela. (ou são dois?...não sei...)Precisei publicar.
quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele
soprando sulcos na pele
soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto com uma navalha fina
sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto
com calma
(eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença)


acho que a vida anda passando a mão em mim

a vida anda passando a mão em mim

acho que a vida anda passando
a vida anda passando

acho que a vida anda
a vida anda em mim

acho que há vida em mim

a vida em mim anda passando
acho que a vida anda passando a mão em mim

e por falar em sexo quem anda me comendo é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse:
tempo se você tem que me comer que seja com o meu consentimento e me olhando nos olhos
acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando
veja o vídeo neste link, vale a pena:

Distribuição de Renda....

quarta-feira, 25 de junho de 2008

PARIS (AFP) - A América Latina se tornou a terceira região do mundo onde houve o maior aumento do número de milionários em 2007, com o Brasil na liderança, de acordo com um estudo anual do banco americano Merrill Lynch e da consultoria de informática Capgemini, divulgado nesta terça-feira.
O mundo tem agora mais de 10 milhões de milionários, segundo o estudo, que destaca um aumento 6% em relação a 2006, quando havia 9,5 milhões.
Ocupando o terceiro lugar, com sua agricultura próspera, seus metais e o etanol, o Brasil, atrás da Índia e da China, é o país onde mais aumentou a quantidade de grandes fortunas (19,1%). No total, há 143 mil milionários brasileiros.
Em todo o mundo, a quantidade de "fortunas enormes" (mais de 30 milhões de dólares de patrimônio financeiro) aumentou ainda mais: 8,8%. No grupo dos "super-ricos", há 103.320 pessoas, segundo o estudo.
A fortuna acumulada de 10,1 milhões de milionários alcançou, em 2007, os 40,7 trilhões de dólares, ou seja, um aumento de 9,4% em relação a 2006, enquanto o crescimento mundial foi de apenas 5,1%.
Tanto no caso do Oriente Médio (+15,6%) e do Leste Europeu (+14,3%) - as duas regiões que lideram o ranking - como na América Latina (+12,2%), o progresso é resultado dos preços das matérias-primas e do desenvolvimento de novos mercados financeiros.
A entrada de capitais privados na América Latina duplicou em 2007. Nesse contexto, a Bolsa de São Paulo, com seu principal indicador, o Bovespa, ficou em quarto lugar mundial pela importância de suas ações e lucros.
A prosperidade dos dois campeões da lista vem, antes de tudo, de seu formidável crescimento: a Índia apresenta um avanço de 22,7% (123 mil milionários) e a China, 20,3% (415 mil milionários).
Já a Rússia, graças a seu petróleo e a seu gás, ostenta a 10ª posição (14,4%, com 136 mil milionários), ainda que o ritmo de enriquecimento tenha sido mais lento, em comparação a 2006. Eslováquia (16% e 4.000 milionários) e República Tcheca (15% e 17.000) também estão entre os dez primeiros, em termos de aumento no número de novos-ricos.
Longe desses números espetaculares, a Europa e a América do Norte, com modestas taxas de crescimento econômico, contentam-se com ver sua população de milionários aumentar 5,3% e 4,4%, respectivamente. Ambos continuam, porém, a abrigar o maior número de ricaços (3,1 e 3,3 milhões), contra 2,8, na Ásia-Pacífico; 0,4, na América Latina e no Oriente Médio; e 0,1, na África.
Para 2008, a evolução da população mundial de milionários dependerá, principalmente, do esfriamento econômico esperado nos países centrais e do controle da inflação nos países emergentes, avaliam os autores do relatório.
O estudo mostra também que a crise financeira que explodiu no verão passado (hemisfério norte) já incidiu sobre a maneira como os ricos investem seus ativos financeiros, com 44% deles preferindo liquidez, depósitos e obrigações, que são menos arriscados do que as ações.
Além disso, há um forte desenvolvimento dos investimentos desse grupo nas energias renováveis: em 2007, foram 117 bilhões de dólares (+41% em dois anos), sobretudo, solar e eólica.
O estudo abrange 71 países que representam 98% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 99% da capitalização na Bolsa mundial
fonte: yahoo notícias

Laerte


O mulato americano e o etanol brasileiro....

segunda-feira, 23 de junho de 2008



continuam em lados opostos...
Obama dá declarações favoráveis à subsidios ao etanol americano feito do milho, e insinua que o incentivo ao etanol brasileiro prejudicaria a Amazônia.
Reportagens já o ligam aos produtores de milho, por financiamento de campanha.

A simpatia por Obama no Brasil foi imediata.
Basta dizer que é só sair às ruas que encontramos várias caras parecidas com o provável próximo presidente da maior economia do mundo.
A mistura brasileira, o mulato, principalmente; já foi alvo de muitas teorias raciais que o apontavam como um dos grandes problemas do nosso país.
Então num país que sempre combateu a mistura de raças para não correr o risco de se tornar um Brasil, o provável próximo governante, é mulato. Precisa mais?

mas para Obama o que isso significa?

imagem: brasileirosporobama.blogspot.com


...

Já seu concorrente McCain, preocupado com insinuações de que estaria sendo financiado pelo setor petroleiro, dá declarações bem mais favoráveis ao nosso etanol.
Ironia.Dificilmente colocaremos à prova, já que o carismático Obama deve ganhar as eleições.

McCain quer se aproximar do Brasil
Fonte: O Estado de S.Paulo - De Patrícia Campos Mello

O candidato republicano John McCain quer acabar com a tarifa de importação sobre o etanol brasileiro e eliminar o subsídio ao etanol de milho americano. Ele também apóia a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU e no G-8.

Durante três dias da semana passada, a reportagem do Estado acompanhou McCain em campanha por Nova York, Boston, Filadélfia e Washington. E constatou que o republicano tem mais ligações com o Brasil que os brasileiros imaginam.

Seu jatinho de campanha é um Embraer 190, da Jet Blue. McCain já esteve várias vezes no Rio de Janeiro nos anos 50, quando namorou uma carioca.

Se for eleito presidente dos EUA, o candidato republicano deve se aproximar do Brasil, nação que elogia por sua política de energia limpa.

“Cometemos uma série de erros ao não adotar uma política energética sustentável - um deles são os subsídios para o etanol de milho, que eu avisei em Iowa que iriam destruir o mercado e foi de fato o que aconteceu: o etanol de milho está causando um sério problema de inflação”, disse McCain em entrevista ao Estado em Boston.

“Além disso, está errado impor uma tarifa de US$ 0,54 por galão de etanol de cana brasileiro, que é muito mais eficiente do que o etanol de milho.”

Já o candidato democrata Barack Obama defende uma cooperação energética com o Brasil, mas não quer acabar com a tarifa nem com o subsídio.

Beija minha bunda ! (Kiss my ass!)

familia_8.blogguer


De vez em quando, quando penso em espontaneidade, lembro da cena de um filme bonitinho, com uma ótima fotografia mas talvez clichês demais sobre o que é escrever, viver de verdade, essas coisas.
O que valoriza qualquer criação é a originalidade, nem que seja simplesmente na maneira de dizer.
Mas numa cena, pelo menos, achei que esse filme foi original.Pelo menos para mim, já que é uma cena que ficou na lembrança.
A história é sobre um aspirante a editor que resolve ir atrás de um escritor que ele admirava muito mas que havia deixado de escrever. A intenção é convencer o tal escritor a voltar a fazê-lo. Uma desculpa boba para que o filme se desenvolva, mas que talvez nem perceberíamos em outras circunstâncias, etc, etc....

Aliás, tenho essa teoria de que o que não é uma descoberta pra mim pode ser, é claro, uma descoberta pra outro; e que o que pra mim pode não ser muito , não deve ser desvalorizado, se for uma descoberta pra outro.Se um filme, livro ou o que quer que seja não te trouxe nada de novo, mas só repetiu formulas; pra outras pessoas pode ter sido diferente, pelo seu nivel de informação a respeito de tal assunto, e isso precisa ser respeitado.

É claro que uma certa aversão ao crescimento intelectual, emocional ou de qualquer natureza de alguns é um culto à mediocridade, e certas pessoas abrem mão de repensar as coisas só por orgulho.

Mas existem vários níveis de conhecimento e informação entre as pessoas e isso tem uma certa graça e se a gente se esquece disso se torna tão fechado em si mesmo e inútil quanto se não soubesse nada.

Bem, voltando à cena do filme, num certo momento, depois de muito insistir com o escritor, esse,(interpretado por Harvey Keitel) levanta, sobe em cima da mesa, e desafia:
"Ok, se der um beijo na minha bunda, eu volto a escrever"
O rapaz ficou estupefato com a proposta, gaguejou qualquer coisa, e o escritor disse "Ok, perdeu a oportunidade. Teria durado um segundo e você teria conseguido o que está implorando há horas"

É claro que a cena não era uma propaganda homossexual, e que a maioria das pessoas agiria como o rapaz, não o faria. O filme, bem comportado, dá a idéia de que o escritor sabia disso, por isso provocou.

Mas sempre penso nessa cena como um teste da capacidade de improviso, auto conhecimento, espontaneidade, e ousadia de alguém.

Quantas pessoas que você conhece pensariam rapidamente nos prós e contras de tal atitude e optariam pelo acordo, com a garantia de que obteriam o que queriam?
Só alguém com uma personalidade bem resolvida, que se garante, vai atrás do que quer sem dar muita bola para mesquinharias.
Desde que não tenha que vender sua alma ou prejudicar terceiros, preciso dizer, preocupada em não parecer tão inconsequente.

"Está preocupada demais em se explicar, estragando o argumento e a provocação", diria o personagem.



Família Brasil

domingo, 22 de junho de 2008


Luís Fernando Veríssimo

Alegria.....

sexta-feira, 20 de junho de 2008

fotosensivel.com



novo parceiro aqui no blog, também, amigo há muito...
e olha só, como um português que se preze, já me fez ir ao dicionário...
começamos bem.

Acendedalha, O mesmo que acendalha. Materiais secos e leves que servem para acender o lume : giestas, urzes, pedacinhos de madeira, papel, etc.
aposto que há muitos outros significados

Despedida...

quinta-feira, 19 de junho de 2008



Quero deixar aqui minha homenagem ao meu anterior parceiro de blog...
Foram somente três postagens, mas davam a impressão de alguém que chega para marcar presença.
Inteligente, razinza, e um cadinho metido à besta, seria uma personalidade interessante para um blogueiro, mantendo, é claro um certo nível, o que tinha tudo a ver com ele.
Na comunicação, como em tudo mais a gente vai se aperfeiçoando com a prática mesmo, e os bons comunicadores já mostram uma certa facilidade de cara.
Mas a principio ele não tinha muito tempo, depois, ele ficou sem tempo, e em seguida, ficou com menos tempo ainda.
e, infelizmente, não deu.
Mas por enquanto fica aí a sua interessante e promissora contribuição

Mulher

quarta-feira, 18 de junho de 2008


>

sou mulher mas sou direta em dizer o que quero.
sou mulher e sinto enjôo quando dizem que mulher tem que isso, tem que aquilo.
sou mulher mas só choro quando o choro vence, e não tem mesmo jeito, não faço do choro uma bandeira
sou mulher e adoro futebol
sou mulher e odeio grosserias, mas me atraem as opiniões.
sou mulher e me seduz o contraditório; sim e não, ser e não ser, o que geralmente não é bom para uma mulher, então vivo colhendo os frutos podres.
sou mulher e gostaria mais de ganhar o mundo que dos braços de um homem, apesar de apreciar muito os braços de um homem.
sou mulher e dou muita risada.
risadas de todos os tipos, francas,dúbias, aquelas risadinhas divertidas que não duram dois segundos.
sou mulher e sinto
sou mulher e sinto
muito
mas também não faço disso uma bandeira de luta.
sou mulher e tenho umas teorias
todas furadas
com as quais encho a paciencia dos outros
sou mulher e sou espaçosa, brincalhona e expansiva, e ás vezes chata.
sou mulher e quando me dizem que sou chata faço uma grande cara de nada, mas por dentro eu nunca sei se tou aborrecida ou divertida com a acusação.
sou mulher e...
sou mulher e me deixe ser eu....porque vou sempre lhe permitir ser você, por princípio.

now....gora ...gorinha mesmo....

tá rolando Brasil X Argentina em B.H.
E...brasil e argentina é......brasil e argentina, uai.
Mourinho resolveu aparecer por lá...

foto divulgação Cruzeiro

São paulo, os cem anos de imigração japonesa, e os olhos (mais ou menos) puxados da mistura.

foto site são paulo minha cidade
bairro da Liberdade, colonia japonesa

São Paulo está comemorando cem anos de imigração japonesa.Estar em São Paulo, principalmente em certos bairros é conviver diariamente com esses olhinhos puxados.
É natural para um paulistano já ter experimentado a comida...hummm....já ter ido ao bairro da Liberdade, ou ter tido acesso a algum aspecto da cultura japonesa.
Com tudo o que já foi dito por aí, sobre o que tem de incrivel nessa cultura, as homengens, os festejos, sobre a primeira leva de japoneses que chegaram aqui, em 1908, quero deixar uma homenagem aos produtos legítmos dessa chegada, os mestiços, ou mesmo os descendentes que já carregam uma alma muito, muito brasileira.Eles só existem como são por causa da imigração e, convenhamos, são o lado mais cristalizado e sem volta, de uma integração de culturas.

foto kumodebloggger

stochkphoto.com

foto mariana ohata atleta


foto faclubedoanyan



bpoblogger.com

Comentários interessantes....

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Numa conversa hoje com um amigo português, ele me lembrou essa nota do site Sapo/Lusa.
É uma notícia do dia 10, dia de Portugal,sobre a visita à São Paulo de José Antonio Pinto Ribeiro, Ministro da Cultura de Portugal e sua informação sobre a organização de uma exposição sobre José Saramago, que espero não perder.
Mas o que vale a postagem tardia são os comentários que você pode conferir abaixo, e no link da página referida.
Nada como o bom humor português.
Tenho um humor estranho, não sei se refinado, ou esquisito mesmo.
mas me divirto enormemente com esse tipo de coisa, morro de rir.
E gosto muito do Saramago, o pouco que conheço.
A bronca dessa vez, segundo meu amigo informou, é a declaração de Saramago que acredita que no futuro Portugal e Espanha serão um só.

->LUSA

São Paulo vai receber exposição sobre José Saramago
10 de Junho de 2008, 19:52

São Paulo, Brasil, 10 Jun (Lusa) - A cidade de São Paulo vai reveber uma exposição sobre o escritor português José Saramago, Prémio Nobel de Literatura em 1998, anunciou hoje o ministro português da Cultura.

José António Pinto Ribeiro disse à agência Lusa que a exposição, ainda sem data definida, será feita em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e com o Instituto Tomie Ohtake.

Em passagem por São Paulo para assinalar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o ministro manteve vários encontros com autoridades locais, entre as quais o secretário de Cultura do Estado de São Paulo, João Sayad.

Pinto Ribeiro encontrou-se ainda com representantes de empresas portuguesas e visitou instituições culturais, como o Museu da Língua Portuguesa e a Pinacoteca do Estado.

"Há muitas coisas que podemos fazer com São Paulo, um centro economicamente muito pujante, mas é culturalmente muito activo e forte, portanto, é possível fazer muita coisa no campo dos intercâmbios culturais", salientou.

"Queremos trazer mais coisas, queremos mandar para cá jovens artistas portugueses, e tenho mantido contactos para estreitar as relações culturais para que não seja uma promoção apenas de vez em quando", afirmou.

Pinto Ribeiro participou hoje em diversas actividades para assinalar o Dia de Portugal, como a colocação de flores junto ao busto de Camões, e uma recepção no Consulado-Geral de Portugal.

"Temos que perceber que os portugueses não colonizaram o Brasil. Os portugueses fizeram o Brasil e aqui ficaram. Não foram embora, são como os outros (emigrantes), emigraram e ficaram aqui", afirmou.

MAN.

Lusa/Fim.



ANTI-RASCAS
EH PÁ,ESSE GAJO É TRAIDOR Á PATRIA.ESSE CAO QUERIA QUE FOSSEMOS ESPANHA.

Comentário submetido em 2008-06-10 às 21:23:21(Reportar comentário abusivo)

Ó Rasca...
por acaso já leste alguma coisa dele?
Por haver estupidos como tu é que o homem deu de sola desta m.erda pra fora.
Pessoalmente eu celebraria o Dia da Raça no WC

Comentário submetido em 2008-06-10 às 23:16:21(Reportar comentário abusivo)

satanás
É preciso ser Espanha e o Brasil a reconhecer o valor de Saramago. Ainda hoje o ignorante do cavaco condecorou o ignorante do vitor baia. O que estas bestas têm feito pelo pais

Comentário submetido em 2008-06-10 às 23:26:13(Reportar comentário abusivo)

JUSTIÇA
ESSE "BOSTA" DE SARAMAGO DEVIA ERA SER QUEIMADO VIVO.
TENHO MAIS ADMIRAÇÃO E RESPEITO POR UM CÃO DO QUE POR ESSE CAGALHÃO!
ELE QUE VÁ VIVER PARA AS FAVELAS DO BRASIL E QUE FIQUE POR LÁ!
AQUI É DISPENSÁVEL

Comentário submetido em 2008-06-11 às 11:01:49(Reportar comentário abusivo)


http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/74fac7c601a1fb01ab7f1a.html

Ao parceiro, com jeitinho.

(o jeitinho é pra manter as aparências, estão nos olhando)
Olha só
Num guentei, postei.
Eu sei que prometi até a mim mesma que não iria ficar atropelando, postando sobre tudo, mas eu sinto uma necessidade esquisita , imperiosa, de novidadear isso aqui.
Eu sei que o que você diria é que o que importa mesmo é novidadear a vida...
Mas a vida é mais complicada que um click.
..além do mais, estou de castigo em frente a esse computador...

Ao mestre, com carinho.



Tendo que lidar com a obrigação de produzir algo para a faculdade e com a minha já conhecida e irritante mediocridade intelectual acabei por esbarrar no grande mestre da cronica diária, que sem contestações nos lembra o que é ser genial.
E o dia ficou melhor, pelo menos.
Rubem Braga era genial quase todo dia, acreditem.

Para blogueiros e blogueiras;
2 cronicas;

Ao respeitável público

São Paulo, 1934.

Chegou meu dia. Todo cronista tem seu dia em que, não tendo nada a escrever, fala da falta de assunto. Chegou meu dia. Que bela tarde para não se escrever!

Esse calor que arrasa tudo; esse Carnaval que está perto, que aí vem no fim da semana; esses jornais lidos e relidos na minha mesa, sem nada interessante; esse cigarro que fumo sem prazer; essas cartas na gaveta onde ninguém me conta nada que possa me fazer mal ou bem; essa perspectiva morna do dia de amanhã; essa lembrança aborrecida do dia de ontem; e outra vez, e sempre, esse calor, esse calor, esse calor…

Portanto, meu distinto leito, portanto, minha encantadora leitora, queiram ter a fineza de retirar os olhos dessa coluna. Não leiam mais. Fiquem sabendo que eu secretamente os odeio a todos, que vocês todos são pessoas aborrecidas e irritantes; que eu desejo sinceramente que todos tenham um péssimo Carnaval, uma horrível quaresma, um infelicíssimo ano de 1934, uma vida toda atrapalhada, uma morte estúpida!

Aproveitem este meu momento de sinceridade e não se iludam com o que eu disser amanhã ou depois, com a minha habitual falta de vergonha. Saibam que o desejo mais sagrado que tenho no peito é mandar vocês todos simplesmente às favas, sem delicadeza nenhuma.

Porque ousam gostar ou aborrecer o que escrevo? O que têm comigo? Acaso me conhecem, sabem alguma coisa de meus problemas, de minha vida? Então, pelo amor de Deus, desapareçam desta coluna. Este jornal tem dezenas de milhares de leitores; porque é que no meio de tanta gente vocês e só vocês, resolveram ler o que escrevo? O jornal é grande, senhorita, é imenso, cavalheiro, tem crimes, tem esporte, tem política, tem cinema, tem uma infinidade de coisas. Aqui, nesta coluna, eu nunca lhes direi nada, mas nada de nada, que sirva para o que quer que seja. E não direi porque não quero; porque não me interessa; porque vocês não me agradam; porque eu os detesto.

Portanto, se a senhorita é bastante teimosa, se o cavalheiro é bastante cabeçudo para me ter lido até aqui, pensem um pouco, sejam bem educados e dêem o fora. Eu faço votos para que vocês todos amanheçam amanhã atacados de febre amarela ou de tifo exantemático. Se houvesse micróbios que eu pudesse lhes transmitir assim, através do jornal, pelos olhos, fiquem sabendo que hoje eu lhes mandaria as piores doenças: tracoma, por exemplo.

Mas ainda insistem? Ah, se eu pudesse escrever aqui alguns insultos e adjetivos que tenho no bico da pena! Eu lhes garanto que não são palavras nada amáveis; são dessas que ofendem toda a família. Mas não posso e não devo. Eu tenho de suportar vocês diariamente, sem descanso e sem remédio. Vocês podem virar a página, podem fugir de mim quando entendem. Eu tenho que estar aqui todo dia, exposto a curiosidade estúpida ou à indiferença humilhante de dezenas de milhares de pessoas.

Fiquem sabendo que eu hoje tinha assunto e os recusei todos. Eu poderia, se quisesse, neste momento, escrever duzentas crônicas engraçadinhas ou tristes, boas ou imbecis, úteis ou inúteis, interessantes ou cacetes. Assunto não falta, porque eu me acostumei a aproveitar qualquer assunto. Mas eu quero hoje precisamente falar claro a vocês todos. Eu quero, pelo menos hoje, dizer o que sinto todo dia: dizer que se eu os aborreço, vocês me aborrecem terrivelmente mais.

Amanhã eu posso voltar bonzinho, manso, jeitoso; posso falar bem de todo mundo, até do governo, até da polícia. Saibam desde já que eu farei isto porque sou cretino por profissão; mas que com todas as forças da alma eu desejo que vocês todos morram de erisipela ou de peste bubônica. Até amanhã. Passem mal.

O conde e o passarinho e Morro do Isolamento

Editora Record 2002


Um braço de mulher



Subi ao avião com indiferença, e como o dia não estava bonito, lancei apenas um olhar distraído a essa cidade do Rio de Janeiro e mergulhei na leitura de um jornal. Depois fiquei a olhar pela janela e não via mais que nuvens, e feias. Na verdade, não estava no céu; pensava coisas da terra, minhas pobres, pequenas coisas. Uma aborrecida sonolência foi me dominando, até que uma senhora nervosa ao meu lado disse que "nós não podemos descer!". O avião já havia chegado a São Paulo, mas estava fazendo sua ronda dentro de um nevoeiro fechado, à espera de ordem para pousar. Procurei acalmar a senhora.

Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista. Tentei convencê-la de que não devia se abanar, mas acabei achando que era melhor que o fizesse. Ela precisava fazer alguma coisa, e a única providência que aparentemente podia tomar naquele momento de medo era se abanar. Ofereci-lhe meu jornal dobrado, no lugar da revista, e ficou muito grata, como se acreditasse que, produzindo mais vento, adquirisse maior eficiência na sua luta contra a morte.

Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora. Notando que uma sua amiga estava em outra poltrona, ofereci-me para trocar de lugar, e ela aceitou. Mas esperei inutilmente que recolhesse as pernas para que eu pudesse sair de meu lugar junto à janela; acabou confessando que assim mesmo estava bem, e preferia ter um homem — "o senhor" — ao lado. Isto lisonjeou meu orgulho de cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair. Havia certamente piloto e co-piloto e vários homens no avião. Mas eu era o homem ao lado, o homem visível, próximo, que ela podia tocar. E era nisso que ela confiava: nesse ser de casimira grossa, de gravata, de bigode, a cujo braço acabou se agarrando. Não era o meu braço que apertava, mas um braço de homem, ser de misteriosos atributos de força e proteção.

Chamei a aeromoça, que tentou acalmar a senhora com biscoitos, chicles, cafezinho, palavras de conforto, mão no ombro, algodão nos ouvidos, e uma voz suave e firme que às vezes continha uma leve repreensão e às vezes se entremeava de um sorriso que sem dúvida faz parte do regulamento da aeronáutica civil, o chamado sorriso para ocasiões de teto baixo.

Mas de que vale uma aeromoça? Ela não é muito convincente; é uma funcionária. A senhora evidentemente a considerava uma espécie de cúmplice do avião e da empresa e no fundo (pelo ressentimento com que reagia às suas palavras) responsável por aquele nevoeiro perigoso. A moça em uniforme estava sem dúvida lhe escondendo a verdade e dizendo palavras hipócritas para que ela se deixasse matar sem reagir.

A única pessoa de confiança era evidentemente eu: e aquela senhora, que no aeroporto tinha certo ar desdenhoso e solene, disse suas malcriações para a aeromoça e se agarrou definitivamente a mim. Animei-me então a pôr a minha mão direita sobre a sua mão, que me apertava o braço. Esse gesto de carinho protetor teve um efeito completo: ela deu um profundo suspiro de alívio, cerrou os olhos, pendeu a cabeça ligeiramente para o meu lado e ficou imóvel, quieta. Era claro que a minha mão a protegia contra tudo e contra todos, estava como adormecida.

O avião continuava a rodar monotonamente dentro de uma nuvem escura; quando ele dava um salto mais brusco, eu fornecia à pobre senhora uma garantia suplementar apertando ligeiramente a minha mão sobre a sua: isto sem dúvida lhe fazia bem.

Voltei a olhar tristemente pela vidraça; via a asa direita, um pouco levantada, no meio do nevoeiro. Como a senhora não me desse mais trabalho, e o tempo fosse passando, recomecei a pensar em mim mesmo, triste e fraco assunto.

E de repente me veio a idéia de que na verdade não podíamos ficar eternamente com aquele motor roncando no meio do nevoeiro - e de que eu podia morrer.

Estávamos há muito tempo sobre São Paulo. Talvez chovesse lá embaixo; de qualquer modo a grande cidade, invisível e tão próxima, vivia sua vida indiferente àquele ridículo grupo de homens e mulheres presos dentro de um avião, ali no alto. Pensei em São Paulo e no rapaz de vinte anos que chegou com trinta mil-réis no bolso uma noite e saiu andando pelo antigo viaduto do Chá, sem conhecer uma só pessoa na cidade estranha. Nem aquele velho viaduto existe mais, e o aventuroso rapaz de vinte anos, calado e lírico, é um triste senhor que olha o nevoeiro e pensa na morte.

Outras lembranças me vieram, e me ocorreu que na hora da morte, segundo dizem, a gente se lembra de uma porção de coisas antigas, doces ou tristes. Mas a visão monótona daquela asa no meio da nuvem me dava um torpor, e não pensei mais nada. Era como se o mundo atrás daquele nevoeiro não existisse mais, e por isto pouco me importava morrer. Talvez fosse até bom sentir um choque brutal e tudo se acabar. A morte devia ser aquilo mesmo, um nevoeiro imenso, sem cor, sem forma, para sempre.

Senti prazer em pensar que agora não haveria mais nada, que não seria mais preciso sentir, nem reagir, nem providenciar, nem me torturar; que todas as coisas e criaturas que tinham poder sobre mim e mandavam na minha alegria ou na minha aflição haviam-se apagado e dissolvido naquele mundo de nevoeiro.

A senhora sobressaltou-se de repente e muito aflita começou a me fazer perguntas. O avião estava descendo mais e mais e entretanto não se conseguia enxergar coisa alguma. O motor parecia estar com um som diferente: podia ser aquele o último e desesperado tredo ronco do minuto antes de morrer arrebentado e retorcido. A senhora estendeu o braço direito, segurando 0 encosto da poltrona da frente, e então me dei conta de que aquela mulher de cara um pouco magra e dura tinha um belo braço, harmonioso e musculado.

Fiquei a olhá-lo devagar, desde o ombro forte e suave até as mãos de dedos longos. E me veio uma saudade extraordinária da terra, da beleza humana, da empolgante e longa tonteira do amor. Eu não queria mais morrer, e a idéia da morte me pareceu tão errada, tão feia, tão absurda, que me sobressaltei. A morte era uma coisa cinzenta, escura, sem a graça, sem a delicadeza e o calor, a força macia de um braço ou de uma coxa, a suave irradiação da pele de um corpo de mulher moça.

Mãos, cabelos, corpo, músculos, seios, extraordinário milagre de coisas suaves e sensíveis, tépidas, feitas para serem infinitamente amadas. Toda a fascinação da vida me golpeou, uma tão profunda delícia e gosto de viver uma tão ardente e comovida saudade, que retesei os músculos do corpo, estiquei as pernas, senti um leve ardor nos olhos. Não devia morrer! Aquele meu torpor de segundos atrás pareceu-me de súbito uma coisa doentia, viciosa, e ergui a cabeça, olhei em volta, para os outros passageiros, como se me dispusesse afinal a tomar alguma providência.

Meu gesto pareceu inquietar a senhora. Mas olhando novamente para a vidraça adivinhei casas, um quadrado verde, um pedaço de terra avermelhada, através de um véu de neblina mais rala. Foi uma visão rápida, logo perdida no nevoeiro denso, mas me deu uma certeza profunda de que estávamos salvos porque a terra existia, não era um sonho distante, o mundo não era apenas nevoeiro e havia realmente tudo o que há, casas, árvores, pessoas, chão, o bom chão sólido, imóvel, onde se pode deitar, onde se pode dormir seguro e em todo o sossego, onde um homem pode premer o corpo de uma mulher para amá-la com força, com toda sua fúria de prazer e todos os seus sentidos, com apoio no mundo.

No aeroporto, quando esperava a bagagem, vi de perto a minha vizinha de poltrona. Estava com um senhor de óculos, que, com um talão de despacho na mão, pedia que lhe entregassem a maleta. Ela disse alguma coisa a esse homem, e ele se aproximou de mim com um olhar inquiridor que tentava ser cordial. Estivera muito tempo esperando; a princípio disseram que o avião ia descer logo, era questão de ficar livre a pista; depois alguém anunciara que todos os aviões tinham recebido ordem de pousar em Campinas ou em outro campo; e imaginava quanto incômodo me dera sua senhora, sempre muito nervosa. "Ora, não senhor." Ele se despediu sem me estender a mão, como se, com aqueles agradecimentos, que fora constrangido pelas circunstâncias a fazer, acabasse de cumprir uma formalidade desagradável com relação a um estranho - que devia permanecer um estranho.

Um estranho — e de certo ponto de vista um intruso, foi assim que me senti perante aquele homem de cara desagradável. Tive a impressão de que de certo modo o traíra, e de que ele o sentia.

Quando se retiravam, a senhora me deu um pequeno sorriso. Tenho uma tendência romântica a imaginar coisas, e imaginei que ela teve o cuidado de me sorrir quando o homem não podia notá-lo, um sorriso sem o visto marital, vagamente cúmplice. Certamente nunca mais a verei, nem o espero. Mas o seu belo braço foi um instante para mim a própria imagem da vida, e não o esquecerei depressa.

O texto acima foi publicado no livro “Os melhores contos – Rubem Braga”, seleção de Davi Arrigucci Jr., Global Editora – São Paulo, e selecionado por Ítalo Moriconi para compor o livro “Os cem melhores contos brasileiros do século”, Editora Objetiva – Rio de Janeiro, 2000, pág. 169.

http://www.releituras.com/rubembraga_menu.asp

Quem foi Rubem Braga em 20 pequenas lições, por Millor Fernandes
http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/colunas/millor/2003/01/18/jorcolmil20030118001.html

Capas: leiam!!!

ai..ai...

quarta-feira, 11 de junho de 2008



foto último segundo

Vocação Brasileira.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

site G1



O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) manteve nesta segunda-feira (9) a sua previsão de uma safra recorde em 2008, na estimativa mensal referente ao mês de maio. Segundo a entidade, a safra 2008 deve atingir 144,3 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, resultado 8,4% superior ao de 2007.
De 25 produtos investigados pelo IBGE, 19 deverão expandir suas safras. Segundo a entidade, os maiores aumentos serão no feijão (32,1%), no café (27%) e no trigo (26,2%). De acordo com o trabalho, a produção de feijão para 2008 (3,5 milhões de toneladas) deve superar as necessidades de consumo do país.
Avanço
A área total plantada, de 47 milhões de hectares, deverá ser 3,7% maior que a do ano passado. O trabalho mostra que a maior parte da produção agrícola nacional está concentrada na região Sul, com 61,6 milhões de toneladas. Na seqüência vem o Centro-Oeste, (49,2 milhões de toneladas), Sudeste, (17,1 milhões de toneladas), Nordeste (12,6 milhões de toneladas) e Norte (3,8 milhões de toneladas).

Segundo o IBGE, as principais culturas temporárias de verão, como a soja, o arroz e a primira safra do milho, se encontram praticamente colhidas. O instituto destaca a manutenção geral de boas condições meteorológicas, que contribuem para o desenvolvimento dessas culturas e dos plantios de inverno, como o trigo.

Já a Pesquisa de Estoques feitas pela entidade mostrou que, em 31 de dezembro de 2007, os os estoques de trigo, soja e arroz em casca apresentaram variações positivas de 35,3%, 11,2% e 7,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já os estoques de milho e café apresentaram queda de 18,2% e 21,4%, respectivamente. Já o número de estabelecimentos ativos na rede de armazenamento de produtos agrícolas caiu 0,9%, ficando na casa de 8.996.


http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL594047-9356,00.html

Lula e Chavez

por aqui safra record...


... ameaça de inflação, e a declaração de Chavez sobre as Farc.
Tenho pra mim que Chavez tem uma certa fixação em Lula, sempre na disputa de quem aparece mais.

De novo e pela primeira vez

Sábado fui ver o Lulu no Directv....
não o ouvia há tempos, foi ótimo.




Outras Coisas de Lulu.


Eu vejo a vida melhor no futuro.Eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia
que insiste em nos rodear...

Eu vejo a vida mais clara e farta repleta de toda satisfação que se tem direito
do firmamento ao chão.

Eu quero crer no amor numa boa.Que isso valha pra qualquer pessoa que realizar, a força que tem uma paixão.

Eu vejo um novo começo de era de gente fina elegante e sincera com habilidade
Pra dizer mais sim do que não...

Hoje o tempo voa amor.Escorre pelas mãos. Mesmo sem se sentir.E não há tempo
que volte amor. Vamos viver tudo que há pra viver.Vamos nos permitir...




Ainda vai levar um tempo pra fechar o que feriu por dentro.Natural que seja assim tanto pra você quanto pra mim.Ainda leva uma cara pra gente poder dar risada. Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade.Não vou dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim.Não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais.



Primeiro era vertigem como em qualquer paixão.Era só fechar os olhos e deixar o corpo ir no ritmo.

Depois era um vício, uma intoxicação me corroendo as veias me arrasando pelo chão
mas sempre tinha a cama pronta.E rango no fogão...
Luz acesa. Me espera no portão prá você ver que eu tô voltando pra casa.
Vê. Que eu tô voltando pra casa outra vez...

As vezes é tormenta.Fosse uma navegação.Pode ser que o barco vire também pode ser que não

Já dei meia volta ao mundo levitando de tesão.Tanto gozo e sussurro já impressos no colchão...

Pois sempre tem a cama pronta
E rango no fogão...

Mobilização Nacional e Injustiças

sábado, 7 de junho de 2008



Hoje é o dia do primeiro embate da selecção nacional portuguesa, o dia em que a nação quase para para ver a bola... Na semana passada foi o inicio da grande mobilização nacional em torno da selecção de futebol. Desde as muitas e variadas entrevistas em que pudemos ver os "incríveis" e as suas exuberâncias, as prestações da selecção no passado até ao culminar com a monumental recepção dos emigrantes portugueses na Suíça. Ao que parece, os próprios suíços ficaram embasbacados com a loucura dos portugueses pela sua selecção de futebol.
Pois bem, em contraste com este orgulho, a semana passada foi também motivo de vergonha para muitos portugueses. O comité disciplinar da UEFA decidiu uma punição de um ano de castigo ao Futebol Clube do Porto por alegada tentativa de corrupção de árbitros durante o campeonato nacional de 2003/2004. Como se não bastasse a fragilidade da prova que levou à condenação por parte da liga portuguesa de clubes, baseada no testemunho de uma "senhora" que está agora acusada de tentativa de homicídio e fogo posto, a UEFA decidiu seguir este exemplo e interpôs mesmo o inquérito disciplinar ao clube nortenho. É claro que tudo isto serie evitável se o Porto tivesse contestado a 1ª decisão, a nível nacional. Mas esqueçamos os detalhes jurídicos e foquemos o impacto internacional. Ora sabendo de antemão que o Porto vem sendo, de há mais de uma década, o maior representante português em futebol, ao nível internacional. Sabendo igualmente que quase só o Porto arrecadou durante estas épocas todas pontuação necessária para que os clubes portugueses possam participar nas competições europeias. Sim... esse mesmo Porto que nos encheu recentemente de orgulho ao conquistar a liga dos campeões europeus e a taça UEFA. Parece que o povo português tem memória curta e padece de uma ingratidão crónica.
A selecção portuguesa de futebol sénior não tem qualquer título ganho, muito embora goze de algum prestígio internacional. O espírito dos jogadores da selecção nunca nos encheu particularmente de orgulho, contrariamente ao dos jogadores do F.C. do Porto, que ainda esta época nos mostrou um exemplo de eficácia e entrega.

postado por M a d m a x

Sobre (aquele) Padre e os Balões.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O humor negro provocado pela aventura frustrada do padre, essas pessoas que ficam tendo risos histéricos ao falar do assunto, (como eu) só podem ser uns mal resolvidos que nunca tiveram a coragem de tirar os pés do chão.
Demorei para comentar o assunto aqui porque tenho meus princípios, ora bolas.
Mas a culpa foi do Fantástico, porque nada supera essa reportagem do Fantástico, convenhamos.

O enfado nosso de cada dia

terça-feira, 3 de junho de 2008


Característica típica do nosso tempo? Raul já o descrevia muito bem em 1974

Eu devia estar contente, porque eu tenho um emprego, sou um dito cidadão respeitável
e ganho quatro mil cruzeiros por mês.
Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista, eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73
Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema depois de ter passado fome por dois anos aqui na Cidade Maravilhosa.
Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa.
Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis, mas confesso abestalhado, que eu estou decepcionado
Porque foi tão fácil conseguir, e agora eu me pergunto: e daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar, e eu não posso ficar aí parado
Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo pra ir com a família ao Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos
Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado...Macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho, se sentir um grandessíssimo idiota, saber que é humano, ridículo, limitado, que só usa dez por cento de sua cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial que está contribuindo com sua parte para o belo quadro social
Eu é que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar
Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais, no cume calmo do meu olho que vê assenta a sombra sonora de um disco voador

Ouro de Tolo LP Gita 1974 Raul Seixas