Diálogo.....

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Théâtre du Soleil
O grupo de teatro francês esteve no Brasil com o espetáculo Les Éphémères
Falando com o programa da GloboNews Starte, sobre o valor do efêmero, Ariane Mnouchkine fez uma observação sobre brasileiros com a qual concordo

- Até que ponto é necessário falar de perdas, relembrar as perdas, para que a gente valorize a vida?"

- Porque somos assim..!....não conseguimos perceber um momento feliz enquanto o vivemos.

Só dizemos depois:
"Ah ...como éramos felizes...Ah...se eu soubesse..."

É preciso muita sabedoria para dizer:

"Este é um momento de felicidade.....este....agora há pouco...agora"

Geralmente dizemos: "Como era bom! "
Talvez justamente os brasileiros ....se não conseguem fazer isso ....pelo menos tentam ....As vezes eu ouço vocês....celebrando o instante...dizendo..... "Como é bom..iso que estou vivendo agora"



Infelizmente, depois de um tempo, o video só fica disponivel para assinantes....

Esse outro vídeo, é uma cena em ação do teatro do sol.








Ariane Mnouchkine é diretora da companhia Théâtre du Soleil, que ela fundou em 1964 com seus companheiros da Associação Teatral dos Estudantes de Paris. Na década de 1970 o Théâtre du Soleil tornava-se uma das maiores companhias da França, tanto pela quantidade de artistas quanto pela influência exercida internacionalmente. Partindo da idéia de companhia semelhante a uma tribo ou família, Ariane Mnouchkine estabeleceu a ética do Soleil a partir de regras elementares: as funções se confundem, todos recebem o mesmo salário e, em cena, a distribuição definitiva só é decidida depois de vários atores terem passado por diversos papéis. O Théâtre du Soleil é hoje uma das últimas companhias ainda existentes na Europa a funcionar desse modo. Sua trajetória vem se construindo há mais de quarenta anos graças à fidelidade e à afeição de um público numeroso tanto na França quanto em outros países. O percurso da companhia é marcado por uma interrogação constante sobre o papel, o lugar do teatro e sua capacidade de representar a época atual. O empenho de Ariane Mnouchkine em tratar das grandes questões políticas e humanas com abordagem universal junta-se à pesquisa de importantes formas narrativas e à confluência das artes do Oriente e do Ocidente.






Cidade Limpa

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

imagem retirada do blog http://matrixhldz.blogspot.com/
A Campanha "Cidade Limpa" completa um ano agora em 1 de janeiro de 2008. Qual é a diferença, na subjetividade daquele que sai para trabalhar e não tem que lidar mais com a imposição da publicidade no que deveriam ser seus sonhos, pelo menos durante o seu longo - na maioria das vezes - trajeto até o trabalho?
Não ter que lidar com "o carro dos sonhos", "o corpo dos sonhos", a vida ideal do capitalismo justamente no caminho do trabalho, faz alguma diferença?

Mar de Leite

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007



Como adorei o blog do Fernando Meireless sobre as filmagens de "Blindness" deixo aqui um trecho do livro de Saramago, só pra deixar um gostinho....

Esse é só um trecho do começo da história, que é sobre uma cegueira epidêmica, e o pavor que gera escancarando o terrível em todos nós.

"O sinal verde acendeu-se enfim, bruscamente os carros arrancaram, mas logo se notou que não tinham arrancado todos por igual. O primeiro da fila do meio está parado, deve haver ali um problema mecânico qualquer, o acelerador solto, a alavanca da caixa de velocidades que se encravou, ou uma avaria do sistema hidráulico, blocagem dos travões, falha do circuito eléctrico, se é que não se lhe acabou simplesmente a gasolina, não seria a primeira vez que se dava o caso. O novo ajuntamento de peões que está a formar-se nos passeios vê o condutor do automóvel imobilizado a esbracejar por trás do pára-brisas, enquanto os carros atrás dele buzinam frenéticos. Alguns condutores já saltaram para a rua, dispostos a empurrar o automóvel empanado para onde não fique a estorvar o transito, batem furiosamente nos vidros fechados, o homem que está lá dentro vira a cabeça para eles, a um lado, a outro, vê-se que grita qualquer coisa, pelos movimentos da boca percebe-se que repete uma palavra, uma não, duas, assim é realmente, consoante se vai ficar a saber quando alguém, enfim, conseguir abrir uma porta, Estou cego.



Ninguém o diria. Apreciados como neste momento é possível, apenas de relance, os olhos do homem parecem sãos, a íris apresenta-se nítida, luminosa, a esclerótica branca, compacta como porcelana. As pálpebras arregaladas, a pele crispada da cara, as sobrancelhas de repente revoltas, tudo isso, qualquer o pode verificar, é que se descompôs pela angústia. Num movimento rápido, o que estava à vista desapareceu atrás dos punhos fechados do homem, como se ele ainda quisesse reter no interior do cérebro a última imagem recolhida, uma luz vermelha, redonda, num semáforo. Estou cego, estou cego, repetia com desespero enquanto o ajudavam a sair do carro, e as lágrimas, rompendo, tornaram mais brilhantes os olhos que ele dizia estarem mortos. Isso passa, vai ver que isso passa, às vezes são nervos, disse uma mulher. O semáforo já tinha mudado de cor, alguns transeuntes curiosos aproximavam-se do grupo, e os condutores lá de trás, que não sabiam o que estava a acontecer, protestavam contra o que julgavam ser um acidente de transito vulgar, farol partido, guarda-lamas amolgado, nada que justificasse a confusão, Chamem a polícia, gritavam, tirem daí essa lata. O cego implorava, Por favor, alguém que me leve a casa. A mulher que falara de nervos foi de opinião que se devia chamar uma ambulância, transportar o pobrezinho ao hospital, mas o cego disse que isso não, não queria tanto, só pedia que o encaminhassem até à porta do prédio onde morava, Fica aqui muito perto, seria um grande favor que me faziam. E o carro, perguntou uma voz. Outra voz respondeu, A chave está no sítio, põe-se em cima do passeio. Não é preciso, interveio uma terceira voz, eu tomo conta do carro e acompanho este senhor a casa. Ouviram-se murmúrios de aprovação. O cego sentiu que o tomavam pelo braço, Venha, venha comigo, dizia-lhe a mesma voz. Ajudaram-no a sentar-se no lugar ao lado do condutor, puseram-lhe o cinto de segurança, Não vejo, não vejo, murmurava entre o choro, Diga-me onde mora, pediu o outro. Pelas janelas do carro espreitavam caras vorazes, gulosas da novidade. O cego ergueu as mãos diante dos olhos, moveu-as, Nada, é como se estivesse no meio de um nevoeiro, é como se tivesse caído num mar de leite.
Mas a cegueira não é assim, disse o outro, a cegueira dizem que é negra, Pois eu vejo tudo branco, Se calhar a mulherzinha tinha razão, pode ser coisa de nervos, os nervos são o diabo, Eu bem sei o que é, uma desgraça, sim, uma desgraça, Diga-me onde mora, por favor, ao mesmo tempo ouviu-se o arranque do motor. Balbuciando, como se a falta de visão lhe tivesse enfraquecido a memória, o cego deu uma direcção, depois disse, Não sei como lhe hei-de agradecer, e o outro respondeu, Ora, não tem importância, hoje por si, amanhã por mim, não sabemos para o que estamos guardados,
..."




40 bilhões a menos.....?????

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Guido Mantega dá entrevista, agora, tentando acalmar o mercado que não gostou da não aprovação,ao mesmo tempo que responsabiliza a oposição pela perda no orçamento da saúde. Ok, saúde sem dinheiro é um mal menor do ponto de vista do mercado...


A não aprovação da prorrogação da C.P.M.F. coloca agora, realmente, em evidência, o orçamento do Estado. A Reforma Tributária, a qualidade dos gastos do governo, são discussões de muitíssima importância; que a sociedade, relapsa, deixa para as criancinhas de Brasília resolverem sozinhas, não presta atenção, não se interessa, não dá audiência ao debate.
Mesmo a discussão recente em torno da C.P.M.F pela classe média, foi pobre.
A oposição diz que já se espera para o próximo ano uma arrecadação que supera esse rombo, mas estávamos nós, sociedade, satisfeitos com os gastos do governo?
Não estamos precisando de mais investimentos em várias áreas? Não há falta de recursos em vários setores?Que melhoria podemos fazer no orçamento atual?
Acesse os sites, mande e-mails.....
Já estará fazendo algo.

"O QUÊ" ...você é?.....A Complexidade da Sexualidade....

sábado, 8 de dezembro de 2007

Amantes ... João Werner.
"Há algumas décadas, os homossexuais lutavam para ser considerados normais. Depois, foi a vez dos bissexuais pedirem para serem reconhecidos. Hoje, em boa parte da sociedade, aceitam-se três orientações sexuais possíveis:
homo, hetero, ou bissexuais. No entanto, a variedade de práticas sexuais tem mostrado que há muito mais combinações por aí. Essa história de só gay, só hétero ou só bi, já era.
Será esse o fim dos GLBTs ou, ao contrário, o alargamento para outras formas de vivência da sexualidade, muito além da sopa de letrinhas?
Na redação, não conseguimos responder. A dificuldade de se entender a fragilidade do limite entre o que é ser gay, hétero ou bi assustou até mesmo o fotógrafo de nossa capa.
"Vamos mostrar que são possibilidades dentro de um leque ou que são conceitos que não se aplicam mais?", perguntou Ricardo Schetty antes de sugerir temas para as imagens.
A confusão se deve, em grande parte, à visibilidade adquirida nas últimas décadas pelos GLBTs, que colocou em evidência formas de
relacionamento antes escondidas.
Ou seja, se antes as pessoas tinham medo de se declararem homossexuais, muito mais assustador era comentar que, apesar de gay, sentia vontade de sair com mulheres esporadicamente.
50 anos de Kinsey
Em 1948, o pesquisador americano Alfred Kinsey criou uma escala para medir a intensidade homossexual de cada um. Começando com 0 para heterossexual absoluto e indo até 6 para totalmente gay, a escala contempla variações bissexuais. Aquele que sente desejo de maneira igual por homens e mulheres recebe um 3. Na prática, as coisas não funcionam tão facilmente assim.
"A pop star Madonna, quase sempre heterossexual, já disse ter tido amantes lésbicas por diversão. Ela então é bissexual. Ou não? Qual a verdade? Qual a demarcação entre a heterossexualidade intermitente e a bissexualidade sazonal?Quando uma hétero habitual se envolve emocional e fisicamente com outra mulher, ela é bissexual?", pergunta Vange Leonel em sua coluna na Revista da Folha de 4 de fevereiro deste ano. "Não é porque você come salada no almoço que pode ser chamado de vegetariano", brinca o escritor e roteirista Stevan Lekitsch.
"A humanidade está chegando a um ponto em que todo mundo está livre para experimentar o que quer. Não sou da opinião de que hétero que faz sexo com outros homens é gay. Penso que hétero que faz é hétero que tem experiências com outro homem".
Para Suzy Capó, diretora do Festival Mix Brasil, homo, hétero e bi são categorias que estão em fase de questionamento.
"A identidade não é uma coisa fixa. Essas são classificações que foram construídas historicamente, mas mudanças estão ocorrendo em vários níveis".
Suzy lembra o caso de um amigo, o diretor alemão Kristian Petersen, que realizou em Berlim o projeto "Fucking Different", no qual gays falavam sobre lésbicas e vice-versa.
"Quando ele quis levar o projeto para Nova York foi super complicado porque essas categorias não serviam. Estamos em um momento de transição, de questionamento, e é complicado se definir".
Patrulha gay
Stevan, Vange e Suzy fazem coro ao dizer que há mais orientações sexuais que as três clássicas. Essa também é a opinião de Julian Rodrigues, do Setorial Nacional GLBT do Partido dos Trabalhadores. “Na verdade, estamos ainda muito acostumados com padrões binários ao considerar a sexualidade humana". Ou seja, aceitamos gostar do oposto, gostar do mesmo ou gostar dos dois. "Quando se pensa em bissexuais, as pessoas pensam em alguém que goste igualmente dos dois gêneros. E não é assim. Bissexuais podem desejar e praticar mais a homo ou a heterossexualidade. Dificilmente teria alguém 50% hétero e 50% homo".
Para Julian, se a heteronormatividade não fosse tão presente em nossa sociedade, muito mais pessoas se deixariam levar por eventuais desejos homossexuais. "Se tivéssemos outro tipo de sociedade, as pessoas poderiam exercitar mais livremente seu desejo, sem tanto preconceito ou patrulha". Da mesma forma, gays e lésbicas sentem-se pressionados para assumir sua identidade e pode ser incômodo admitir que também tenham desejos héteros.
"Quantos de nós já fomos patrulhados por amigos porque manifestamos desejos, até beijamos e transamos com mulheres? Isso não mudaria nossa identidade gay ou nosso desejo e práticas predominantemente homo. Mas, não é uma coisa geralmente bem vista, na comunidade GLBT", diz Julian. "Por outro lado, se o preconceito não nos levasse tão fortemente a necessidade de reafirmar sempre nossa identidade gay, talvez, alguns gays e algumas lésbicas não se fechassem a, eventualmente, ter experiências heterossexuais."
Héteros que fazem
O publicitário Henrique Oliveira gosta de sair com mulheres e afirma sentir muito tesão por elas. Mas, eventualmente, ele sai com homens. "É sexo, apenas isso", explica. "É uma forma de gozar e que não interfere na minha sexualidade como um todo", completa o rapaz que só se relaciona com gays que saibam onde estão pisando. Ou seja, gays que nem pensem em se envolver sentimentalmente com Henrique.Apesar de assumir que se relaciona com homens, Henrique explica que o envolvimento é diferente.
"Gosto de explorar o corpo da mulher. Com homens, sou mais frio”.
Henrique diz preferir ser ativo durante a relação, mas não se recusa a pegar o parceiro com mais vontade. “Só não dou beijo na boca espontaneamente porque não gosto, mas se pedir, leva”.
Na Europa, o sociólogo Daniel Welzer-Lang verificou, por meio de uma extensa pesquisa, que 61,1% dos héteros já consideraram a possibilidade de fazer sexo com outros homens e 27,8% chegam até a fantasiar a experiência. O resultado está no livro "Os homens também mudam" (Editora Payot).
Para Vange, o foco da questão é outro. "O fato é que há mais orientações do que essas três 'normais'. Há mais nuances, lances e sinais trocados do que estamos acostumados. O enlevo, o beijo e o sexo são fluidos, desconexos e dúbios. Quem hoje é bi amanhã pode ser hexa ou tri. Triste é não seguir o fluxo do gosto e do desejo".
Transitando entre os gêneros
A discussão se complica ainda mais quando, além da orientação sexual, misturam-se as identidades de gênero. Consulte seus amigos e tente responder: quem gosta de travesti é o quê? hétero, homo ou bi? Para as trans que se assumem como femininas, claro que seus parceiros são héteros – e não ouse dizer o contrário. É esse o caso do carioca Leonardo Souza. Ele sai com o consentimento de sua esposa à procura de suas "menininhas", homens casados que gostam de usar calcinhas. "Sempre gostamos de troca de casais. Até que um dia, com um casal que a gente saía, a esposa falou 'hoje, você vai conhecer a Carlinha'. Daí, apareceu o marido de calcinha e eu fiquei louco". Como ficam essas sexualidades múltiplas na hora de terem de escolher se são gays, héteros ou bi?
A prática adotada pelas Ongs e institutos de pesquisa é aceitar o que a pessoa declara ser. No entanto, em muitos casos a declaração parece apenas uma tentativa de se enquadrar no padrão binário estabelecido.
Inversão de papéis
Outra subversiva em questão de gêneros é a assistente social Luciene Rebello. Ela se assume como bissexual e gosta de uma prática diferente: a inversão de papéis. Ou seja, age sexualmente com o papel esperado de um homem, não de uma mulher bonita e vaidosa como ela é no contato social. "Quando pratico inversão de papéis, busco prazer. E para quem? Para ambos! Eu também sinto muito prazer, quando estou sendo 'ativa'. E tal sensação não é um princípio da transexualidade: sou uma pessoa muito empática, e quando penetro a pessoa com quem estou me relacionando, mentalizo estar sentindo as mesmas sensações que provoco, e isso me dá prazer. O potencial de ser capaz de provocar prazer a mim ou ao meu parceiro, seja ele como for, e também poder sentí-lo simultaneamente, é o que mais me dá prazer nessa situação". A partir de sua experiência, Luciene constata que a maioria dos homens que gosta da inversão de papéis se identifica como heterossexuais. "Ela se torna uma mulher completa, nada falta, nem mesmo o falo", diz a psicanalista Marta Monteiro, do Instituto de Psicanálise Lacaniana de São Paulo. "É uma ilusão, mas dá alguma satisfação a ela e aos parceiros". Nem adianta mais quebrar a cabeça tentando entender se aquele cara que tem namorada, mas fica com homens, é bissexual de verdade ou gay com medo de se assumir. Afinal de contas, experimentar é a ordem do dia. "

fonte: http://odass.uniblog.com.br/218349/gay-hetero-ou-bi-precisa-de-rotulos.html

Socorro!!!!!!!!!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007





F0nte "A Folha de São Paulo"


05/12/2007 - 10h57
Brasil é reprovado, de novo, em matemática e leitura
ANTÔNIO GOISda Folha de S.Paulo, no RioANGELA PINHOda Folha de S.Paulo, em Brasília
A péssima posição do Brasil no ranking de aprendizado em ciências se repetiu nas provas de matemática e leitura. Os resultados do Pisa (sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), divulgados ontem pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), mostram que os alunos brasileiros obtiveram em 2006 médias que os colocam na 53ª posição em matemática (entre 57 países) e na 48ª em leitura (entre 56).
O objetivo do Pisa é comparar o desempenho dos países na educação. Para isso, são aplicados de três em três anos testes a alunos de 15 anos em nações que participam do programa. O ranking de ciências, divulgado na semana passada, colocava o Brasil na 52ª posição.
Além de estarem entre os piores nas três provas nessa lista de países, a maioria dos estudantes brasileiros atinge, no máximo, o menor nível de aprendizado nas disciplinas.
O pior resultado aparece em matemática. Numa escala que vai até seis, 73% dos brasileiros estão situados no nível um ou abaixo disso. Significa, por exemplo, que só conseguem responder questões com contextos familiares e perguntas definidas de forma clara.
Em leitura, 56% dos jovens estão apenas no nível um ou abaixo dele. Na escala, que vai até cinco nessa prova, significa que são capazes apenas de localizar informações explícitas no texto e fazer conexões simples.
Em ciências, 61% tiveram desempenho que os colocam abaixo ou somente no nível um de uma escala que vai até seis. Isso significa que seu conhecimento científico é limitado e aplicado somente a poucas situações familiares.
Nos três casos, a proporção de alunos nos níveis mais baixos é muito maior do que a média da OCDE, que congrega, em sua maioria, países ricos.
Comparando o desempenho do Brasil no exame 2003 (que já era ruim) com o de 2006, as notas pioraram em leitura, ficaram estáveis em ciências e melhoraram em matemática.
Uma melhoria insuficiente, porém, para tirar o país das últimas posições, já que foi em matemática que o país se saiu pior em 2006, com médias superiores apenas às de Quirguistão, Qatar e Tunísia e semelhantes às da Colômbia.
Como há uma margem de erro para cada país, a colocação brasileira pode variar da 53ª, no melhor cenário, para a 55ª, no pior. O mesmo ocorre para as provas de leitura e ciências. No de leitura, varia da 46ª à 51ª. Em ciência, da 50ª à 54ª.
A secretária de Educação do governo José Serra (PSDB-SP), Maria Helena de Castro, diz que o resultado em leitura é lamentável. "Essa é uma macrocompetência, básica para que os alunos desenvolvam as outras, como matemática, raciocínio crítico." Nos exames, São Paulo ficou abaixo da média nacional nas três áreas avaliadas.
Suely Druck, da Sociedade Brasileira de Matemática, diz que, em geral, os alunos de outros países, assim como os do Brasil, tiveram desempenho pior em matemática na comparação com as outras disciplinas.
"A matemática se distingue das outras porque desde cedo a criança já tem que ter conhecimento teórico e é um aprendizado seqüencial, ou seja, antes de aprender a multiplicar, tem que saber somar." Por isso, defende que se exija um conteúdo mínimo em matemática para o professor dos primeiros anos do ensino fundamental, quando todas as matérias são ainda ensinadas pela mesma pessoa.
O Pisa permite também comparar meninos e meninas. Em matemática e ciências, no Brasil, eles se saíram melhor. Em leitura, elas foram melhor.






















As duas grandes notícias de hoje se relacionam, e se existe algum bem nelas é o de nos forçar, mais uma vez, a encarar o grande mal brasileiro. Educação de péssima qualidade, e uma classe política cínica ao extremo. A não cassação de Renam, resultado de acordo de bastidores, não pode ser encarada com falso espanto e discursos moralistas oportunistas ou ingênuos. Acordos de bastidores sempre existiram, a diferença é que nossas crianças de Brasília não fazem mais tanta questão de esconder o mal feito. Como crianças malcriadas que testam a complacência dos pais, quem tem poder de decisão nesse país tem testado essa sociedade ao extremo.


Quando olhamos pra nós mesmos, nós, os testados, percebemos o quanto estamos frágeis. Temos essa educação de péssima qualidade, estamos cansados, e céticos.

Mas tem alguma outra opção a não ser começar a tomar pra nós, a responsabilidade pelo rumo que gostáriamos de dar a esse país?


laerte

terça-feira, 4 de dezembro de 2007


Tem que se machucar....

sábado, 1 de dezembro de 2007


"Tem que se machucar" diz a senhora com mais de setenta para o rapaz de 18 que só consegue olhar a vida pelo lado obscuro.

É um ótimo conselho.

Quem não se lembra do filme "Ensina-me a viver" ou "Harold and Maude" no original?

Pessoas como Maude atraem porque todos nós nos sentimos em algum grau, carentes de amor à vida.


Está em cartaz em São Paulo a peça com o mesmo nome do filme, com Glória Meneses.

Ou vá à locadora e alugue o filme.

Vale a pena.