Português estereotipado em novela?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009



Já faz um tempo, me deu vontade de falar de um filme feito aqui no ano 2000. Como ando acumulando promessas e uma delas é falar também, de nossas desgraças, cumpro a promessa...ufa!
mas aaaaaantes, em prol da leveza...

http://brunogarschagen.com/2008/10/07/joao-pereira-coutinho-fala-sobre-brasileiros-e-portugueses/#comment-12724

De qualquer maneira, devo adiantar, como confissão, que:

...gosto muito dessa mania muito recente de brasileiros usarem as cores da bandeira em camisetas..ahahahaah
Tenho umas três delas com as cores da nossa bandeira ou com frases típicas...eheheeh
Já dei de presente a estrangeiros....só pra constar, e, mais ainda, me lembro de comentar anos atrás, com uma amiga, que.... bem, que brasileiros poderiam usar camisetas com as cores da nossa bandeira ao invés de da bandeira dos Estados Unidos, porque era isso que acontecia por aqui, anos atrás.
então estou satisfeitíiiissima...ihihihihhi...
É curioso como, além disso, com a Copa, brasileiros passaram a usar as cores das bandeiras de vários países. E acho que isso não foi só aqui.
Gosto dessa época em que vivo, também, por isso.
Isso depende do olhar, não?...consigo ver muitas coisas positivas acontecendo.
Bem, falei sobre o olhar porque, voltando ao filme, a data do filme diz muito, pelo fato de termos passado aqui também - e mergulhamos profundamente nela - por essa fase mundial de realismo/pessimismo na produção cultural. Influenciado, e muito, pelo que era produzido em outros países como é natural que seja, o Brasil foi bem ao fundo ao refletir o terror, a psicopatia de nossa sociedade, nossas desgraças.

O interessante é também perceber como abordar desgraças sem o recurso do humor e da comédia pode beirar o insuportável.
Então, em nome do humor e da leveza, deixei esse link e, sim, ri muito da perspectiva de portugueses.

Por causa também de Obama, consigo até dizer que parece que, tal fase está ganhando agora cores de esperança e vida.

calma, vou falar sim, do filme....
na próxima...

Paixão e Obama

Ontem Obama ligou para Lula propondo parcerias em politicas de biocombustíveis e retomada de negociações antigas sobre eliminação de tarifas.
Eu escrevi uma postagem na época da eleição americana, apontando para o fato de que, apesar de Obama ser tão a cara de brasileiros - e estava falando, na época, da identificação pela aparência física- talvez, no que se referia a biocombustíveis, o seu adversário na campanha fosse melhor para o Brasil.
Estou felicíssima por estar errada e estarem errados todos os que me influenciaram nisso. Havia uma teoria, baseada em experiências anteriores, de que os democratas tendem a ser mais fechados em relação a comércio exterior...etc...etc...
Houve até quem achasse que isso demonstrava racismo e preconceito de minha parte, e isso, sim, é de provocar gargalhadas.
Eu só estava procurando a desilusão,antes da ilusão, como muita gente. Tão acostumada a artificialidades, talvez a eleição de Obama ficasse só na artificialidade do símbolo. Nova era, essas coisas... Será????...pensei...
Sinceramente, eu, criada em meio a tantas cores, já sabia muito naturalmente que cor é discriminação de estúpidos, que o que importa é a pessoa sob a cor.
Bem, eu não havia acompanhado nenhum discurso de Obama, o primeiro que acompanhei foi o da vitória.
Me apaixonei por ele.
Essas possibilidades de abertura comercial têm muito a ver com o desespero,é claro, mas algo me diz que Obama se sente muito bem em meio à diversidade de caras e idéias, tem uma atitude aberta e positiva em relação ao diferente, quer dizer, Obama tem muito mais consistência que a simples simbologia de um presidente mulato.
Por causa dessa consistência, a simbologia se torna grandiosa.
Por causa dessa consistência, negros americanos ampliam possibilidades e se libertam de pesos e amarras completamente sem sentido.

De volta...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Bem...vamos lá....
Sempre me interessou falar de seres humanos, estejam eles onde estiverem, e dessa interação de seres humanos com a tal REALIDADE, que pra alguns pode significar a quantidade de pessoas que simplesmente morrerão de fome hoje, a concessão que talvez precisemos fazer para nos mantermos em certas posições na vida, no trabalho, quando na verdade nossa alma gostaria de outras atitudes... decepções...desilusões... coisas assim, que se forem se tornando todo o nosso molde, vão nos deixando cada vez mais cínicos, com menos alma, espontaneidade, e menos brilho, e etc...etc...
Eu associo a noção de realidade a fatos como os de que o dinheiro manda, de que não conseguimos por mais que todo o mundo pareça disposto a isso, no discurso, ao menos garantir que ninguém nesse mundo precisasse passar fome. Eu associo a noção de realidade ao fato de que todos nós em contato com ela já experimentamos ou experimentaremos a terrível sensação de sermos fracos, covardes, egoístas....
Eu observo as pessoas e vejo essa dança entre ideais e realidade e acho lindo....Aliás acho que é a única coisa que nos salva, quando realmente, não para obtermos uma imagem, não pela interação com o mundo, mas por nós mesmos, pelo nosso respeito próprio conseguimos ter uma atitude ética e decente, a despeito do que a realidade injusta e covarde nos diz.
Então sempre que estou falando de humanidade e pessoas eu estou pensando nesse complexo ESTAR NO MUNDO e EXISTIR; sendo isso pra alguém que já nasça com mil cobranças, com um existir já preparado por outros, ou alguém com mil possibilidades à sua disposição. Pra alguém que nasça com os muitos limites da pobreza ou aquele com mais escolhas...
É isso que está sempre guiando o que penso, quando comento sobre europeus neuróticos com a imigração, ou brasileiros revoltados, africanos e etc....
Talvez por pensar sempre em seres humanos eu consiga ver os muitos defeitos e qualidades neles independentemente de sua conta bancária ou país de origem.
O República falou sobre Portugal, sobre as dificuldades, e imagino que não seja fácil, como não é aqui.
Mas a realidade é sempre uma quadro que pintamos, e como qualquer quadro, sempre fica algo de fora, sendo também uma tentativa de captar um momento que sempre será simplesmente um momento, mesmo que estejamos falando de um momento histórico; é sempre um momento esperando um sem número de ações possíveis sobre ele.
Sobre portugueses maltratados....
Quando eu condeno o discurso de vítima, repetido e reiterado, até que, um ser humano que o traz sempre junto com ele começa a confundi-lo com parte de sua identidade, justificando mil outras atitudes; eu estou me referindo a essa possibilidade tão humana e tão usada em todas as raças cores e credos. Se eu o rejeito entre brasileiros também vou rejeitá-lo entre portugueses que com esse discurso de serem maltrados por estrangeiros, maltratam.
Por aqui só se fala do grande conflito Israel – Palestina , e pensando nesse discurso de vítima , nós podemos olhar esse conflito como algo distante, ou pensar que, como seres humanos estamos sempre sujeitos a desastres parecidos. Esse é um conflito que tem de um lado os judeus, vítimas históricas incontestáveis ...não? Mas o poder que os judeus têm hoje, o medo, o acreditar que têm toda a verdade do seu lado, e pronto; aparecem a partir daí as mil facetas humanas...Entram nessa de achar que acabarão com o ódio à força, porque afinal, estão com a razão. Isso pra nem falar do outro lado.
É muito fácil cometer os mesmos erros assim que começamos a achar que isso seria impossível para nós, porque somos os bonzinhos, e, afinal de contas, as vítimas.
A história da humanidade está repleta disso. Grandes revolucionários se tornando ditadores, grandes sonhos se tornando terríveis injustiças. E a primeira condição para isso, (teoria minha), é simplesmente nos esquecermos do nosso lado terrível. Não, não estou aqui fazendo um discurso religioso, aliás as religiões são um bom exemplo de como essa noção de estar com o bem e a verdade absolutos pode ser um grande desastre.
Eu já fui maltratada por portugueses e tinha a opção de repassar o preconceito e ódio ou fazer um blog como esse. E essa opção não foi para “ser legalzinha”. Foi simplesmente uma opção por mim mesma, pelo melhor de mim. Com esse blog só consegui entender um pouco mais a neurose e me conectar com muitas, muitas, pessoas ótimas. Tudo por uma pequena atitude positiva. Então sempre a recomendo.
Sobre humor.
Diz-se que o grande humorista é aquele que consegue perceber o ridículo da REALIDADE, aquela mesma, sobre a qual falei acima. É claro que nosso humor não comporta falarmos da fome mundial, mas situações mais “leves” como esta outra citada, as humilhações nossas de cada dia, em geral, rendem grandes risadas.
O grande problema é que em relação aos negros não me pareceu ter nada a ver com minha realidade, pareceu mais uma caricatura.
Só pra ilustrar. Minha origem é a classe C, como dizemos aqui. Ninguém da minha família passava fome, mas não muito mais que isso. E dali, de onde eu vim, posso dizer que tive contato com negros ao longo da minha vida mais ou menos educados (em ambos os sentidos, de polidez e acadêmico) que qualquer outro branco com quem eu convivesse, aliás, alguns com condições econômicas melhores que as minhas, na ocasião.
Então pra mim não fez mesmo sentido, e a sensação foi de um estereótipo muito primário, até poderia usar o termo ”antigo”. Eu poderia falar de outros estereótipos que poderiam ser usados aqui, como o sambista, o rapper, mas geralmente não acho muita graça em estereótipos. O vídeo do “politicamente correto”, que substituiu os anteriores, esse sim, achei bem engraçado, e se o conhecesse, é bem capaz que já o tivesse usado por aqui. Então, pra fechar o ponto de vista sobre a sua questão ético-filosófica (usei esse termo só pra lembrar uma discussão do passado...eheheeh) sobre os limites do humor, eu não sei se teria algo mais a dizer... sempre achei que pra mim era uma questão de colocar simplesmente meu ponto de vista como brasileira, não mais que isso. Mas é possivel dizer que a ética pessoal, e não a censura dos outros é o que deve regular a nossa existência, não algo negativo, mas a opção pelo melhor de nós mesmos, e isso cada um de nós sabe o que significa.

Quais são os limites do HUMOR????

sábado, 3 de janeiro de 2009

Não sendo uma pessoa que goste especialmente de protagonismos e sentindo que tenho uma mente sã em corpo (mais ou menos) são, é-me (quase) indiferente o que outros pensem sobre aquilo que digo ou escrevo, muito menos tenho qualquer necessidade de "dar nas vistas". Por conseguinte a critica fácil que façam a algo que eu diga ou escreva, é-me completamente indiferente. Completamente? não completamente (como nas histórias de Astérix o gaulês) há umas quantas situações, perante as quais fico sem saber como reagir. Mas se disser que "me é indiferente", também não estou a utilizar a expressão correcta; pois a verdade é que dou atenção e tento analizar o melhor que consigo e posso e respondo, se acho que o devo fazer.

Ora, participando eu neste blog da Vênus Aquario, muito recentemente fiquei sem saber como reagir, quando ela criticou o tipo de humor de dois vídeos que coloquei num post anterior. Numa situação normal, eu não teria dado importância nenhuma ao assunto e nem sequer teria respondido, mas....o blog é dela e sendo o blog dela, tenho eu o direito de fazer algo que lhe desagrade? algo que a faça sentir mal dentro do seu espaço? Acabei por retirar os vídeos apesar dos protestos da Vênus...só que esse também não sou eu, acabei por me violentar! Mas será que devo levar mais a sério os comentários dela do que de qualquer outro participante ou comentador do Blog? Espero que ela responda a isto...quando regressar :-) até lá, pelo menos aqui, não vou colocar nada de muito polémico. No entanto, lanço algumas perguntas...quais são os limites do humor? Até onde se pode ir? Será que para não ferir (algumas) susceptibilidades, se deve fazer uma discriminação positiva????

Para mim, sei quais são as respostas adequadas, mas… e os outros participantes e comentadores do blog?