foto-Andy Rain/EFE
É muito difícil tomar uma decisão de mudar. Mas é imprescindivel, porém, saber fazer isso, principalmente, saber a hora de fazer. Eu achei que o Felipão deveria ter saído depois da Copa, dizia isso, na época. Ronaldinho demorou tempo demais no Barcelona. O outro Ronaldo, então, parecia que havia cimentado os pés no Real Madrid. Não dá pra se perder o gosto pelo desafio. De qualquer maneira,Luis Felipe no Chelsea, Ronaldinho no Milan, apesar de parecer a nós mortais que são só novas maneiras de encher os bolsos de dinheiro, dá pra se imaginar o quanto se mexe com interesses, pessoas, o quanto se dá de palpites, nessas decisões.
Fonte: Diário de Notícias Online, Portugal.Lisboa 11/07/08
Chelsea. Ex-seleccionador nacional assumiu comando técnico dos blues entre elogios de jogadores, mas a herança de Mourinho é pesada e os adeptos prometem cobrar pelos sucessos em Portugal. Na apresentação garantiu que só é especial para a família
Luiz Felipe Scolari mantém língua de Camões no Chelsea
Se fosse um jogo de futebol entre a equipa de Luís de Camões e a de Wil- liam Shakespeare, o poeta português vencia o dramaturgo inglês por 11-9 no balneário do Chelsea. Juntando os três brasileiros do plantel (Deco, Alex e Belleti) aos quatro portugueses (Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Hilário e Bosingwa) e aos quatro brasileiros da equipa técnica (Scolari, Schneider, Murtosa e Parcidelli, o grupo da língua portuguesa e samba no pé (11) supera o inglês (9).
São sete jogadores ingleses (Frank Lampard, John Terry, Joe Cole, Ashley Cole, Wayne Bridge, Shaun Wright-Phillips e Scott Sinclair) mais dois elementos da equipa técnica (Steve Clark e Cristophe Lollichon) .
O Chelsea é um clube da região nobre da cosmopolita cidade de Londres, propriedade de um milionário russo (Abramovich), que tem uma equipa técnica brasileira e treze nacionalidades no balneário: 1 checo, 1 italiano, 1 israelita, 1 ganês, 1 alemão, 1 ucraniano, 1 sérvio, 1 peruano, 2 costamarfinenses, 3 franceses, 3 brasileiros e 4 portugueses para além de 7 ingleses. Talvez por isso Scolari terá um "adjunto-tradutor" para o ajudar a explicar a táctica aos jogadores. Chama-se Steve Kean, é escocês e jogou na Académica na década de 80. Fala português e fará a ponte com os ingleses.
A herança do special one (José Mourinho) no clube é desportiva e emocionalmente impossível de contornar. Mas o sedutor Big Phil, como a imprensa inglesa já baptizou Scolari, arranjou um jeito bem ao estilo do melhor humor britânico para contornar as comparações. "Só sou era especial para a família", afirmou em inglês no dia da apresentação. Para Legard, da Rádio BBC, " o inglês de Scolari estava bom, muito melhor do que o inglês de Fabio Capello". No Daily Express John Dillan escreveu "ele foi encantador, mas as coisas serão diferentes quando a equipa começar a jogar e caso os resultados não apareçam". Pois ganhar tudo no Chelsea sem ser especial é tão difícil quanto conseguir ser especial sem ganhar nada.
O legado de Big Phil começou no dia 1 de Julho e os elogios são muitos e variados. "Ele foi fundamental para mim, dando-me conselhos. É um 'cara' autêntico, o que é difícil neste meio. Até quem não jogou com ele gosta. Fico feliz por saber que ele me quer na equipa", afirmou Deco, uma das duas contratações com a chancela do treinador brasileiro. A outra foi Bosingwa. Contratações essas que "deixaram muito entusiasmado" o lateral esquerdo Ashley Cole. Para o brasileiro Belletti, "Scolari é como um pai" e explicou que "se os jogadores lutam por ele no relvado é porque ele luta pelos jogadores fora dele" . Mas também há quem aposte que não chega ao Natal. O ex-jogador do Arsenal Ian Wright prevê mesmo que a contratação do treinador brasileiro será um "flop".
E após uma semana de trabalho nos blues há uma dúvida que permanece. O que pensa o capitão John Terry da contratação de Scolari? O silêncio do símbolo maior do clube londrino começa a criar algum frisson. |
http://dn.sapo.pt/2008/07/11/dnsport/luiz_felipe_scolari_mantem_lingua_ca.html
Getty Images The Independent
Ronaldinho chegando ao Milan
A mudança e o desafio
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Postado por Unknown às 10:22
Marcadores: brasil, chelsea, felipão, futebol, futebol internacional, luis felipe scolari, mudança, porto, portugal
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4 comentários:
Estou cá além mar, e apesar de pouco entender de futebol, concordo que o Felipão ficou muito tempo com a seleção portuguesa. Sei que há portugueses que aprovaram o seu trabalho, e outros, nem tanto. Bem, na minha humilde opinião, o Felipão fez ressurgir a representação portuguesa no futebol internacional, que embora sem títulos, conseguiram boa classificação e até despertar temor em alguns adversários. Conheço dois portugueses que exprimem suas opiniões desfavoráveis a atuação do técnico, por coincidência são torcedores do Porto, fato que me deixa curiosa e eles pouco me esclarecem. Portanto, se alguém puder me explicar o porquê de tanta implicância, eu agradeço. Quanto ao Ronaldinho, que o Milan o receba com a categoria que ele merece, e de cá, saúdo o novo técnico do Chelsea. Afff! Para quem não entende de futebol, enrolei mais que a conta.
Bommmmmmmmmmmmmmmmmmmm....eu também estou cá, além mar, mas do outro lado :-) eu sou um dos que não aprovaram o seu trabalho e não sou do Porto. Para começar essa desavença foi de sempre e deveu-se essencialmente a o Porto ser, nos últimos 20-25 anos a equipa que mais títulos ganha em Portugal e fora, e a que teve sempre menos jogadores representados...inclusivamente, quando o Felipão veio para cá, para mim essa equipa tinha o melhor guarda redes de Portugal e um dos melhores da Europa e o Felipão nunca o chamou à selecção, porquê? porque desde o princípio se incompatibilizou com o presidente do Futebol Clube do Porto e essa imcompatibilidade foi mantida até ao final.
Não aprovei especialmente o trabalho do Filipão porque ele tornou o futebol espectáculo português, na "vitória só que seja por meio golo". Para mim, as melhores exibições de sempre e como selecção portuguesa, foram conseguidas no Europeu de 2000, com um seleccionador que pouco apoio tinha da Federação....a tal ponto que, apesar de ter ficado em 3º nesse Europeu, viu seu contrato terminado. O Felipão teve um apoio extraordinário da Federação Portuguesa de Futebol, incluindo a organização de um Europeu em 2004, que, se me disserem que ficámos em 2º lugar, eu direi que perdemos o 1º para uma Grécia que nunca se classificou para nada a não ser para esse Europeu, e perdemos por pura burrice do seleccionador e dos jogadores...o jogo inaugoral tinha sido também contra a Grécia e a final perdê-mo-la exactamente da mesma maneira...ora no futebol a repetição de erros paga-se caro.
É um facto que Luís Felipe trouxe outra visibilidade ao futebol português, mas para mim isso deveu-se mais a ele ter ganho a taça do mundo com o Brasil, do que aos resultados obtidos em Portugal.
Também não lhe desculpo a data escolhida para anunciar a saída da selecção...a menos de meio do campeonato europeu de 2008...ou antes ou depois; nunca no meio! no meio só se fosse mesmo para desestabilizar dando a ideia de "bom, vamos lá acabar com isto que eu quero ir-me embora".
Apesar do que disse, não pretendo menorizar o trabalho de Scollari, inclusivamente a opinião dos jogadores da selecção portuguesa, é bem diferente da minha, apenas não consigo dizer que tenha alguma vez apreciado o estilo de jogo que a selecção passou a praticar.
(Em resposta ao "República dos bananas")... Tudo tem dois lados, mesmo que esses estejam separados pela imensidão do mar... rsrsrs. Bem, acho interessante a sua opinião, pois o conhecimento que eu tinha era o qual a imprensa me trazia, e a imprensa adora nos vedar os olhos, eu já devia saber isso. Quando o Felipe foi técnico do Palmeiras (meu time querido, salve, salve, rsrs) eu também perdia a paciência com ele, mas mesmo assim admiro pontos de sua atuação. Porém, sinceramente falando, me irrita profundamente esse jogo de "egos" que se instalam no futebol e em tudo que é mais. Nós aqui também temos um excelente goleiro, que se destaca muito, tanto na proteção como na marcação de "gols" e só é chamado para a seleção para ficar sentado no banco. Isso é o tipo de coisa que considero cretina! Por isso, penso, que há muito mais jogo fora do campo, com os dirigentes, etc, etc, do que fora dele. E muitos só se interessam em gritar gooollllllllll. Obrigada por me ajudar a enxergar um pouco mais adiante. Gosto do modo como escreve. Eu cá me divirto!
um time não se compara à uma seleção nacional, principalmente porque conta com jogadores estrangeiros
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