A dignidade do esquisito

sábado, 26 de janeiro de 2008



Diane Arbus tinha uma teoria interessante.



“.... como um personagem de um conto de fadas o freak aparece para nos obrigar a decifrar um puzzle”



“.... a maioria das pessoas passam a vida temendo uma experiência traumática. Os freaks nasceram banhados pelo trauma.

Com isso passaram no teste da vida.

São aristocratas”


Todos sabemos, que , para fazer algum sentido, ficar palátavel aos olhos dos outros, precisamos de usar uma armadura, ou "pele".

Para quem tem a sorte de nascer bonito, atraente, a aceitação é quase instantânea. A feiúra, ou esquisitice interior pode ficar muito bem protegida.Outros, como diz Diane, tiveram que encarar o fato de não terem essa proteção.

Há pessoas, como ela própria, que com todos os recursos para desenvolver uma máscara, simplesmente não a suportam.
Vindo da área da publicidade, onde fabrica-se o ideal, o bonito, Diane queria algo diferente.


Diz - se que tinha ataques de exibicionismo na janela de casa.Talvez, ( teorizando), porque tivesse uma extrema necessidade de auto-expressão, que reprimia.


Brincando com o que poderia ter provocado em Diane a coragem de expor seu olhar sobre o mundo, e o fato de sua necessidade de uma voz própria finalmente ser atendida por ela mesma, o filme "A Pele", é bem interessante, se for entendido como um exercício de imaginação. É curioso de ver. É divertido assistir a atração simplesmente impossível de evitar da personagem por alguém que causaria repulsa na maioria dos comuns mortais. Além de, como sempre acontece, chamar a atenção sobre o trabalho de Diane, e nos provocar a descobrir sobre quem foi, realmente, essa pessoa.Segundo os entendidos, Diane não foi bem retratada no filme, mas gostei da história assim mesmo, achei curiosa, e recomendo.



<

0 comentários: